terça-feira, 13 de janeiro de 2015

porque é que não gostas de pessoas?

Pior ainda do que aquela espécie que faz com que se forme uma fila que dá três voltas ao supermercado enquanto conta as moedas porque decidiu pagar uma despesa de 98930292€ com moedas de 1 e 2 cêntimos, é aquela outra espécie, não mais rara, que acha que qualquer momento é bom para ter uma conversinha com a mulher da charcutaria.

Shame on me - estava atrasadíssima e com cada minuto contado, feitas as contas com o tempo que demorava a chegar à estação a tempo mais o máximo que podia demorar na caixa para pagar, tinha cerca de 5 minutos, no máximo, para conseguir que alguém me desse um bocadinho de atenção e, já agora, um frango. Era na boa se a mulher que estava a ser atendida quando eu cheguei não se tivesse dado ao luxo de passar para o lado de lá do balcão, talvez por achar que aquele era um bom momento para desabafar, iniciou uma agradável e interminável conversa acerca do melhor fiambre, e que era daquele que gostava mais e blá blá blá. Pois.

Como se já não bastasse, a mulher com a senha antes da minha tinha bigode e não sabia o que queria. Devem ter-me crescido uns 800 cabelos brancos naqueles minutos, enquanto lhes roguei pragas baixinho, mas depois chegou a minha vez e a senhora da charcutaria parecia meio reticente em livrar-se do pobre frango como se tivessem criado uma qualquer relação afetiva e fez questão de demorar bastante tempo a besuntar-me a criatura com molho de limão.

Estava a ferver por dentro e capaz de provocar um atentado ali mesmo, mas já estava atrasada que chegue - e então, estava um casalinho na caixa, já com as compras todas passadas e a conta feita, mas deviam ser portadores de um qualquer atraso mental e não lhes ocorreu que, sei lá, na puta da loucura, era fixe despacharem-se. E lá estava a senhora a enfiar as compras, uma a uma, no saco, calmamente, enquanto o conas do gajo se limitava manter o saco aberto que, por aquela altura, já não havia de fechar nem à lei nem à bala, e a empregada da caixa à espera que um daqueles génios se lembrasse de pagar. E, claro, uma fila enorme onde havia uma gaja prestes a matar alguém. Só não matei porque, com uma corridinha, ainda cheguei a tempo do comboio - mas só por isso.

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