Andei, durante anos, a tentar convencer os meus pais a deixarem-me ter um gato. A principal razão, diziam eles, era a mãe ser alérgica, mas aquilo sempre me cheirou a pacto com o diabo, porque nenhum dos meus progenitores algum dia partilhou do meu amor pelos bichos.
Então, wild bicha passou anos a mandar indiretas à mãe, a falar de gatinhos, a levá-la para sítios com gatinhos, a pedir para ter um. Um dia, resultou. Dom kiko mora cá em casa há um ano e meio, às vezes desaparece e um dia apareceu com metade do rabo cortado, misteriosamente. Já não me bastava ser gato e, por isso mesmo, não ter gatinhos, como ainda é gay - e, a não ser que a porra da lei da co-adoção seja aceite, o meu objetivo primeiro, aquele de ter 20 gatos, está quase destruído.
Ou não. Porque a vingança tardou, mas chegou e, à falta de melhor, a casa da minha avó transformou-se num restaurante para gatos. Ah e tal, tens um gato e não te queixes? Brincadeirinha. Já vai em oito.
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