domingo, 26 de janeiro de 2014

dois lados da moeda

Na cabeça da minha família, a coisa funciona mais ou menos assim:

primeiro, eu tenho de crescer e deixar de ver o mundo pintado de cor de rosa (uhm, uhm, tudo a ver comigo), e tornar-me mais responsável, e fazer tudo em casa (patrícia, a fada do lar, de certeza que faz mais do que muito boa gente), e parar de levar a vida a rir como se tudo fosse perfeito (esta é, a meu ver, a melhor) porque vou fazer 19 anos.

depois, sempre que eu estiver sozinha em casa, a minha avó vai ligar-me de meia em meia hora para ter a certeza de que eu ainda estou respirar, não peguei fogo a nada nem fui violada e raptada por cinco traficantes de orgãos, porque eu não dei importância à mãe quando, antes de sair, me disse que não abrisse a porta a estranhos, e ainda me pergunta se não tenho medo de estar sozinha e não quero ir para casa dela, porque afinal ainda só tenho 18 anos.

O que vale é que ao menos isto sempre me dá para rir.

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