Parece-me que a maior parte das pessoas fica sempre a achar que eu sou uma aspirante a delinquente ou potencial chula de cada vez que eu digo que não sei o que vou fazer a seguir nem e estou muito preocupada com isso, nem entendo o porquê de já estarem a entrar em pânico por causa da faculdade em janeiro.
Não estou à deriva por não saber o que quero. Ou, pelo menos, não estou mais à deriva do que os outros que me olham de lado, certos de que no fundo eu me contentaria a limpar sanitas para os senhores doutores - quiçá, eles próprios. Não, meus filhos, não. O que se passa é que não adianta em nada estar a pensar nisso agora. Faltam-me cerca de sete meses para ter de escolher - pressupondo, como é óbvio, que corre tudo bem nos exames. E se é verdade que os sete meses passam a correr, não é menos verdade que há imensas coisas com que tenho de me preocupar antes da candidatura. Assim de repente, sei lá, parece-me muito mais útil pensar em livrar-me do secundário. De fazer por isso. E, de qualquer forma, eu não sei o que quero dois dias seguidos, quanto mais para o resto da minha vida.
Não vou entrar na faculdade amanhã e já não me adianta de nada decidir que quero entrar em medicina porque já está um bocado tarde para isso. Tudo o que posso fazer agora é ficar com a melhor média que conseguir, sem grandes dramas. E no fim logo se vê no que dá - talvez enfermagem, talvez alguma coisa na área das letras, talvez arrumadora de carros. Who cares? Mas deixem-me em paz, pelo amor de deus.
Sem comentários:
Enviar um comentário