Achei que estava na hora de me transformar numa blogger como deve ser e começar a criar rúbricas e a dar conselhos, de forma a dar aguma utilidade ao cinderela.
Foi assim que me resolvi pela moda - como é do conhecimento geral, eu sou louca por moda e tenho imenso jeito para criar outfits para as mais variadas situações. Mas, e porque uma casa não se começa pelo telhado, pareceu-me útil dar alguns conselhos básicos acerca da melhor forma para arrumar os armários, antes de começarem a renovar os trapitos.
Ora, para otimizar a arrumação, é essencial que tudo isto comece com uma péssima ideia - como? Fácil. Escolham aquela altura em que estão com tpm e tão inchadas que facilmente conseguiriam passar à frente nas caixas prioritárias, com a desculpa de que estão grávidas de gémeos, no oitavo mês de gestação.
Desarrumem tudo; é importante que sejam capazs de se sentir no meio de uma feira para vos aguçar o sentido crítico; entram mais no espírito «entre tanta roupa, alguma merda me há de ficar bem!», o que vos aumenta as expectativas em relação a cada peça e torna a triagem muito mais fiável.
Experimentem. Experimentem tudo, desde as vossas peças favoritas àquelas que a vossa tia velhinha deu, e vocês usam por puro amor. Ou às outras, assim-assim, para aqueles dias meio meh em que vocês se arrastam por aí. Experimentem tudo e observem o quão gordas estão, o quão justas aquelas peças estão e o quanto vos fazem parecer uma tenda. Uma tenda para oito pessoas, feia como tudo.
Deprimam. Esta parte é preciosa: deprimam muito, e não párem até se sentirem capazes de pegar num objeto pontiagudo e espetá-lo na carótida. Deprimam enquanto observam as vossas banhas salientes e se apercebem de que ver o fernando mendes de bikini seria um tanto ou quanto mais agradável do que ver-vos a desfilar naqueles trajes. E se, mesmo assim, não estiverem suficientemente deprimidas, experimente mais, até ficarem.
Por fim, juntem todas as peças que vos ficam mal, metam num saco e dêem aos pobrezinhos - ou, se lhes quiserem dar uma segunda oportunidade, metam naqueles contentores de recolha de roupa, e elas acabarão a ser re-vendidas numa feira perto de vocês. Nada contra.
Provavelmente, terão pouco mais do que duas t-shirts que a tia vos deu aos 8 anos mas que sempre vos foram tão largas que, mesmo com mais 40kg, continuam a servir bem. Ah, essas e aquele top mesmo giro que mal consegue sequer roçar o umbigo, mas vocês guardam na esperança de, depois de emagrecerem meio quilo, ele vos voltar a ficar bem. Não tem mal; a maior parte da roupa foi com os porcos e, agora, além de conseguirem arrumá-la toda no vosso armário, ainda se podem oferecer para alojar também a roupa dos vossos pais, vizinhos, tios, primos, and so on. Podem ainda pensar em meter-lhe um sofázinho e uma televisão ao canto; o céu é o limite.
Então e, afinal, o que é que nós vestimos, cinderela? Uma burka. Gordas!
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