domingo, 12 de abril de 2015

em contra relógio.

Deixas-me a vida do avesso; tanto me acalmas quanto, no momento a seguir, baralhas tudo outra vez e deixas-me a arrumar tudo sozinha. Mas, por qualquer motivo, eu volto sempre para te mostrar como deixei tudo certinho e para te deixar desacertares-me tudo outra vez. Eu faço em três dias, tu desfazes em três segundos. E a culpa continua a ser minha, porque deixo, talvez na esperança vã de um dia, entre tantos desacertos, conseguirmos acertar o passo de uma vez - mas essa esperança morre-me mais e mais a cada dia que passa. Já não me resta quase nada e isso dói mais do que tudo.

Não gosto de ti em linha reta - gosto de ti todos os dias, mas há dias em que, por gostar tanto, gosto menos. Dias em que me deixo abalar por coisas que talvez nem tenham a mínima importância para ti. Dias em que duvido de cada palavra e de cada vez em que disseste que gostavas de mim. Há dias em que eu estou completamente convencida de que sou só um passatempo para os dias vazios. Há dias em que eu não gosto de nós e em que acredito piamente que seria mais fácil bater-te com a porta na cara e ir ser feliz noutro lugar. Hoje é um desses dias e, inevitavelmente, um dia triste, mas não consigo. 

Tens um lado que me faz querer ficar - esse lado distinto que me mostra exatamente o porquê de ter ficado tanto tempo e de me ter deixado mergulhar em ti desta forma. Mas tens outro lado que me faz querer fazer as malas e ir embora na mesma hora, sem olhar para trás, sem oportunidade de regresso. Só ir e esquecer o impacto que tiveste.

Sou, sempre fui, pela intensidade - não sei gostar só um bocadinho e é por isso que me dói tanto ter-te só pela metade e, mesmo assim, vê-la a sumir mais e mais a cada dia que passa. Chegará um dia em que nada disto me importará mais; eu acredito nisso. Acredito que, um dia, o que sinto por ti não passará de uma daquelas recordações boas de um tempo que foi correndo mais ou menos bem mas, hoje, agora, eu não consigo nem quero imaginar um mundo em que tu não estás na minha vida. Ainda não. Ainda não estou pronta para te dizer adeus.

Mas talvez seja por pouco tempo.

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