Há sempre alguém nas nossas vidas. Mesmo que sejamos teimosos, orgulhosos, especialistas na ideia de não nos apegarmos - é mentira. Se não houver, houve ou haverá. Mas há sempre alguém - um nome que justifica as nossas insónias, os sorrisos inexplicáveis ou o olhar pousado no vazio incapaz de esconder uma dor que não ousamos admitir. Há sempre uma pessoa - ou porque já passou pela nossa vida e causou marcas irreversíveis, ou porque esperamos por alguém que seja capaz de o fazer.
Talvez existam muitas pessoas destas ao longo da nossa vida mas, ainda assim, acredito que exista A pessoa. Aquela que magoou um bocadinho mais, ou a que nos fez um bocadinho mais felizes do que as outras. Ou ambas, porque não? E então, damos por nós a comparar toda a gente com a pessoa, sem nos darmos conta, sem percebermos porquê. Começamos a dar-nos conta de que é sempre a mesma pessoa que nos assoma a mente quando ouvimos um nome. Uma música. Um filme. E, em momentos mais loucos, desejámos poder partilhar tudo isso com ela - a música, o filme. A cama. A vida. Mas isto, nós não assumimos. Nunca. Somos os mestres da indiferença, do eu não gosto de ninguém, quero mais é que as pessoas se fodam todas. Tão inocentes nas nossas próprias mentiras. Tão medrosos das nossas verdades.
Mas há, acreditem no que vos digo. Há sempre uma pessoa.
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