quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

antes que o ano acabe.

É engraçado como as dores que nos parecem autênticas tempestades, depois de apaziguadas, não nos sabem a mais do que uma brisa filha da puta que nos estraga o penteado - é esta a conclusão a que chego hoje, quando olho para trás e percebo que vivi um ano do caralho e, mesmo assim, foi um dos melhores anos da minha vida.

Não é que eu tenha sido particularmente feliz ou bem sucedida - juro-vos, fui tantas mas tantas vezes ao tapete, que nem sei. Mas aprendi imenso com isso. Cresci mais nos últimos meses do que acho que tinha crescido até então, e descobri que não me conheço mas que isso também não faz mal; as mudanças estão longe de se cingir às tais unhas de gel e a esse lado mais menina que acabou por surgir do nada: isto, eu conto-vos a brincar. As diferenças estão, sobretudo, nas histórias de vida que ouvi, nas pessoas que conheci, nas responsabilidades que ganhei - tudo isto mudou a minha forma de ver as coisas de uma maneira que nem eu sei explicar.

Também já vos disse que isto pareceu uma casa de putas - ainda estava eu a instalar decentemente uma pessoa na minha vida e já ela estava a sair pela outra porta; perdi-lhes a conta, mas também não me importei. Não houve uma única pessoa que tivesse cruzado o meu caminho que não me tivesse feito perceber alguma coisa sobre mim mesma que eu ainda não soubesse - mas, no geral, o que tudo quanto é macho me mostrou é que eu sou mais complicada do que o deus me livre e, no fundo, gosto disso. É precisa muita força de vontade para me entender e o triplo da coragem para, ainda assim, quererem chegar até mim. Depois é preciso é eu não ser estúpida o suficiente para os mandar embora quando lá chegam, mas pode ser que aprenda isso no próximo ano. 

E com isto me retiro. Afoguem-se no álcool, alforrecas! E um bom ano.

ser gaja também é isto

De um lado estão as gajas normais que, quando têm de ir para casa de uma amiga com o intuito de fazerem uma excursão noturna, já levam a roupa mais do que escolhida. Do outro lado fica aquela minha bicha que uma vez trouxe cinco camisolas para uma única noite, porque não conseguia decidir, e acabou por levar aquela com que tinha chegado. 

we could have had it all

O problema das pessoas é convencerem-se de que só precisam de se arranjar para eventos importantes e qualquer fato de treino manchado com líxívia serve para ir comprar papel higiénico ao lidl - tá mal! Nunca se sabe quando é que o amor das nossas vidas não está ali com o mesmo propósito e se dá o tal click quando nos damos conta de que não somos os únicos pelintras a limpar o cu com a marca branca em vez de dar balúrdios por papel higiénico com cores fortes. Tristes.

Hoje eu senti que estive à beira de viver um desses momentos em que se dá um flash sabe lá deus vindo de onde e nos apaixonamos, ai jesus que casamos no domingo - mas isso não aconteceu porque eu estava vestida que nem um mendigo. Sério, há lá coisa mais ingrata do que sair de casa sem a menor paciência para trocar de roupa só para ir ali ao fundo da rua comprar umas coisas e estar um gajo gostoso que eu sei lá à porta? Porra. Quando eu estou bem vestida não que aparecem destes, não. Sad lontra is sad!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

they see me rollin'

Hoje sinto-me particularmente abençoada por ter este arzinho de quem ainda há bocadinho estava a nadar no útero e pela voz conas de quem ainda se senta de pernas à chinês a brincar com bonecas no infantário (shame on me, fá-lo-ia na boa se não parecesse mal).

Se há coisa que me mete raiva são aquelas bancas nos centros comerciais cheias de tipas gostosas e vestidas de igual que vêm cheias de sorrisos impingir-nos coisas de que não precisamos para nada, e não nos deixam avançar nem à lei nem à bala. Uma pessoa vai só comprar um quilo de arroz e fica três horas a assistir a uma palestra sobre tupperwares e aspiradores esquisitos; em vez de chegar a casa e fazer o almoço, acaba a lanchar arroz com atum porque é a única coisa que sabe fazer.

Já aturei umas três gajas a falarem-me do valor do ouro e blá blá blá que aceitamos peças usadas e estragadas e o diabo a quatro, mas hoje revoltei-me e, quando ela me veio perguntar se eu já tinha mais de 18 anos, tive aqueles 30 segundos de espera lá que eu já te fodo enquanto me lembrava de quando, no alto dos meus 18 anos, fui ao cinema e me obrigaram a mostrar o bi para poder ver um filme para maiores de 16.

Disse-lhe que não e vim-me embora.
Vingança aplicada, paz restabelecida. O mundo voltou ao eixo certo.

o livro por que eu andava a babar há meses

Amanhã ou outro dia qualquer ou então nunca,
declaras,
e percebo então que me deste a mais profunda declaração de amor, amanhã ou outro dia qualquer ou então nunca, e eu consinto sem hesitar, pessoas como nós não procuram promessas mas nunca se falham.

Pedro Chagas Freitas,
prometo falhar

domingo, 28 de dezembro de 2014

esse momento

Em que os planos para a passagem de ano ficam seriamente ameaçados e uma pessoa começa a ponderar esquecer a bebedeira e passar a noite a fazer uma maratona de harry potter. Vamos fazer de conta de que não me importo.

lord is testing me

Eu achava que ter comprado umas botas de salto alto daquelas que parece que uma pessoa já leva um degrau de casa e, para culminar a figura, ainda ter feito unhas de gel, já eram provas mais do que evidentes de que enveredei pelo interminável mundo da droga, mas estava enganada. Afinal, pior do que isso foi mesmo o momento em que dei por mim - aquela criatura eternamente anti-lamechices e nomes foficoisos - a não conseguir ficar chateada nem achar piroso de cada vez que o mocinho me chama pituxa, fofinha ou ticas (este eu ainda não percebi de onde veio, mas vá, depois de uma prima a chamar-me mia, ticas é aceitável). É o fim do meu lado voltas-a-chamar-me-amor-e-eu-juro-que-te-faço-engolir-o-teu-próprio-rim. Oh lord. 

au revoir, 2014

Já que estamos nos últimos dias do ano e naquela onda de fazer um review de tudo o que fizémos ao longo dos últimos meses, especialmente aquelas partes que contribuiram para a nossa certeza de que, quando morrermos, vamos direitinhos para o inferno, eu também tenho uma coisa a dizer; não vos vou contar os meus pecados, mas, se tivesse de vos contar o meu ano em trinta segundos, seria mais ou menos assim:

a minha vida parece uma casa de putas; entra e sai gente a toda a hora e, quando eu penso que já conheço uma puta de cor, pimba, chega outra e muda tudo.

,

Vivi tanto tempo na ilusão de que conseguia meter uma rédea no que sentia que não consegui perceber o quão feliz estava nos poucos momentos em que me esquecia de a deixar curta - não queria apaixonar-me por ti e tudo o que ia sentindo sabia-me a errado, a proibido, a estranho, mas não conseguia parar; fugia-te porque sabia que não me deixarias ir embora de forma alguma, que por mais que eu tivesse a mania de que conseguia manter um coração livre e indomável, me irias agarrar pela cintura e eu fingir-me-ia de contrafeita só para não parecer mal. Um dia, deixaste de me segurar e eu fiz de conta que não me importava de ir embora.

Se pudesse voltar atrás, nem pensaria duas vezes - mas não posso. Pelo menos, é o que dizem, que para a frente é que é o caminho e que não há mais nada que eu possa fazer com o passado - ninguém entende que do passado eu não quero mudar nada; só te queria puxar para o presente e deixar de sentir a tua falta todos os dias. Queria poder inventar o tempo que nos faltou no tempo em que achámos que ele nos pertencia - queria-te aqui agora, sentado comigo a ouvir o crepitar da lareira, ou queria-te comigo nas manhãs frias em que, sem quê nem para quê, volto à praia onde um dia os nossos passos ficaram marcados lado a lado, na altura em que ainda caminhávamos de mãos dadas e o mundo nos fazia mais sentido assim. 

Tenho saudades tuas mas não há nada que eu possa fazer com isso. Não é tão simples quanto ligar-te a meio da noite e pedir-te que voltes, ou aparecer à tua porta à espera que me deixes voltar para o abraço que me sabia como um regresso a casa - não posso sequer pedir-te que me ouças porque sei que já é tarde e há mais mundo para além do que se desfaz - mas talvez não se devesse desistir de ânimo leve enquanto todas as músicas me lembram de ti, enquanto é a ti que comparo todas as pessoas por quem me interesso, enquanto as palavras mais banais te me trazem de volta à memória as conversas mais sem sentido que algum dia tivémos - sinto a falta do que foi nosso mas sinto ainda mais falta do que não foi, pela certeza de que tudo poderia ter sido diferente se eu tivesse compreendido a tempo que na vida real ninguém me dá oportunidade de escrever um rascunho antes de passar a nossa história com uma letra bonita para o papel onde a podemos mostrar ao mundo. E eu lamento ter-te perdido. Lamento não te ter dito que não estava a fugir de ti - estava à espera que me desses a mão e fugisses comigo.

sábado, 27 de dezembro de 2014

ser gaja também é isto

Há uns três dias que ando em modo tu até és fofinho e eu até gosto de ti mas apetece-me esfaquear-te e não sei porquê.

Um minuto de silêncio por todas as gajas que estejam com tpm neste momento: estamos juntas.

ainda do falecido*

Não é que o gajo seja má pessoa - mas nem ao diabo o recomendava porque, inocentemente, julgou que teria hipótese de me mentir duas vezes. Não teve - apanhei-lhe a primeira mentira e o gajo voou. Só. De qualquer forma, há traumas que eu nunca consegui ultrapassar, como o dia em que isto aconteceu:

(uma qualquer lamúria da parte dele)
eu: que tens? dói-te o ovário?

(faz-se uma pausa dramática em que ele fica a olhar para mim)
ele: agora deixaste-me confuso... eu tenho ovários?

Inspiro com força. Todos temos dias maus, não é verdade? Provavelmente isto foi uma confusão típica da posição dos astros naquele dia ou coisa do género. Ele não podia estar a falar a sério. Comecei então uma explicação como se o meu público alvo fosse um puto de três anos com um atraso mental:

eu: sabes, há orgãos que eu tenho e tu não tens, há orgãos que tu tens e eu não tenho...

(o olhar dele ilumina-se como se estivesse a receber um sinal divino. eu senti o meu coração cheio de amor e esperança; ainda não era o fim.)

ele: pois é! vocês não têm pâncreas, não é?

Acho que foi neste dia que eu comecei a desconfiar que as coisas entre nós não iam resultar.

*será que eu mencionei que ele conhece o cinderela e que é mais ou menos provável que ainda cá passe? não? não? então imaginem só a emoção.

do regresso do falecido

Tentei não dar importância ao assunto mas fiquei a remoer - descobri que o rapazinho recuperou do surto psicótico e me desbloqueou no fb depois de meses de amuo, e até me cheira que se separou da namoradinha quem tem celulite nos joelhos e com quem, por mero acaso, eu me cruzei no sábado à noite num bar e me voltei a cruzar hoje; podia tê-la executado em praça pública, mas já me passou a vontade de o fazer. Até porque, ao invés de ficar ressabiada ou um certo ódio, sinto uma solidariedade enorme para com a pobre coitada; pelo menos eu mandei-o embora antes de a coisa pegar. 

Agora é uma questão de tempo até que o gajo volte ao ataque mas oh, assim como assim, preciso mais é de me ocupar e estes otários sempre me dão que fazer e sobre o que escrever.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

era para ser dia de natal mas pareceu o dia dos defuntos adiado

Não me canso de dizer que deus não me curte - fartei-me eu de pedir que ele iluminasse a cabeça do mocinho agora por alturas do natal e ele decidisse dizer-me alguma coisa, mas nada feito. O tipo iluminou o gajo errado e quem me mandou mensagem foi um outro com quem, graças a deus, as coisas também não resultaram, meses depois da nossa última conversa em que eu, literalmente, o mandei às couves, de um número novo como se eu quisesse substituir o velho por algum motivo. E eu podia nem ter respondido mas, oh, passei a sentir tamanha indiferença pela criatura que nem uma pontinha de raiva me restou. Feliz natal também para ele e que o ano novo lhe traga melhores amigos e mais consciência para aprender a não mentir. E que ande três semanas a cagar postais de natal. É só.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

all i want for christmas is you

Nem precisava de vir embrulhado e com lacinho. Bastava uma prova de que não se esqueceu, um abraço, e um beijinho na testa antes da conversa que ele me prometeu que teríamos mais tarde na última vez em que o fez. Mesmo mesmo mesmo antes de eu estragar tudo. Oh vida.

ser eu

Se me faz mal, fujo logo. Se me faz bem, desconfio e acabo por fugir na mesma. Agora que penso nisso, foi um ano inteiro assim, cheio de pessoas a entrar e a sair da minha vida - a umas, mandei-as embora. A outras, fugi sem dizer nada. 

E tentei voltar depois mas já era tarde. Oh deus. Isto de estarmos a chegar ao final do ano e a fazer contas à vida é uma boa maneira de experimentar todos os sintomas da depressão de uma só vez.

sad lontra is sad

Isto pode parecer demasiado dramático e pouco digno da véspera de natal, mas creio que já estive mais entusiasmada para ir ao dentista do que estou hoje por ser natal; nunca pensei dizer isto, mas nem a carrada de doces que fiz me está a abrir o apetite para a noite de hoje e o dia de amanhã.

Honestamente, não estou à espera de receber absolutamente nada - tenho prendas para todos mas não creio que alguém tenha alguma coisa para mim o que, apesar de tirar ainda mais a piada à coisa, também não me faz falta. Dar sem esperar receber nada em troca é o que eu tenho feito mais nos últimos tempos. Talvez seja por isso que cheguei ao dia de hoje tão desmotivada, tão esgotada, e tão estupidamente triste. Podemos passar já para a passagem de ano e beber até de manhã, podemos?

merry christmas!

Estou longe de ser um modelo de blogger a seguir, e talvez vocês não sejam as melhores alforrecas do mundo, mas são as minhas alforrecas. Portanteeees... um feliz natal para vocês todos que me aturam desse lado!

go sms, já agora

Sempre que escrevo ou envio feliz natal por mensagem, há uma chuva de pinheirinhos. Piroso e desnecessário, mas tão fofinha que acho que foi a única coisa, além da carrada de doces que já fiz hoje, que me fez lembrar de que, foda-se, é mesmo natal!

mais ou menos assustador

Descobres que estás a crescer quando, apesar de ainda não gostares de falar de ti própria como mulher, parte dos teus tempos livres são passados a trocar receitas de bolos e bolachas com as tuas amigas, e ainda dás por ti com cartões de desconto de tudo quanto é supermercado, com o teu nome escrito. Além, claro, do da berthrand porque esse já o fizeste quando ainda cheiravas a placenta.

o bom também se aponta aqui

Estou tão habituada a rosnar à gente mal fodida que, infelizmente, faz parte do meu dia a dia, que acho sempre estranhíssimo quando alguém me surpreende pela positiva e fico de pé atrás - mas hoje, enquanto estava na fila de espera para que me embrulhassem os presentes, uma rapariga desconhecida ofereceu-se para pedir para embrulharem os meus juntamente com os dela, de forma a poder sair dali mais depressa. Okay, acabou por não ser preciso - entretanto, chegou a minha vez e ela ainda lá estava, não fazia sentido fazê-la esperar para que me embrulhassem tudo - mas geez, é raro, tão mas tão raro, encontrar gente simpática que juro que isto me deixou um bocadinho mais feliz.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

fodam-se as ervilhas

Ontem, uma gaja de quem eu não gosto nem um bocadinho veio dizer-me que aquilo que menos gosta em mim é o facto de eu nunca levar nada a sério e fazer piadas sobre tudo e mais alguma coisa. Tive de me rir. Eu brinco com tudo, é um facto, mas também sei falar civilizadamente - o problema é que, apesar de ela ser uns cinco ou seis anos mais velha do que eu, acho a gaja demasiado imatura para me dar sequer ao trabalho de tentar articular uma conversa séria. Mas está tudo bem - se o que ela menos gosta em mim é exatamente a mesma coisa que faz com que outras pessoas gostem, acho que não há grande drama. Há dias em que o simples facto de ela respirar é um motivo mais do que suficiente para eu a detestar.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

isto

... conseguia perceber que o verdadeiro erro que tinha cometido naquele dia não tinha sido virar as costas momentaneamente. Tinha sido acreditar que podíamos perder alguém que amamos num instante, quando na realidade se tratava de um processo que demorava meses, anos, toda a vida dela.

Jodi Picoult,
o décimo círculo 

domingo, 21 de dezembro de 2014

isso isso

É esse querer sabendo que não devia, esse gostar sabendo que não posso, e essa certeza de que vale mais meter-me ao fresco e fugir a correr mas, oh, está tão quentinho aqui.

em círculos

Nunca entendi se é de mim ou se essa ideia do vamos beber para esquecer funciona mesmo ao contrário - quanto mais bebo, mais me lembro das coisas. Em contrapartida, no dia a seguir já me esqueci de tudo.

Menos do que queria esquecer antes de beber.

antes que eu me esgomite aqui

Nunca percebi ao certo porque é que todas as ressacas me parecem piores do que a anterior - sou eu que estou a escalar gradualmente até atingir um patamar aceitável para me candidatar aos alcoólicos anónimos ou é só mesmo porque estou demasiado mal hoje para me lembrar de que já estive tão mal ou pior de outras vezes?

the day after

Era uma noite com prognósticos reservados onde eu sabia que a probabilidade de as coisas correrem mal para o meu lado eram enormes - não aconteceu nada de mais e eu fiquei chateada porque, assim como assim, estou cansada da pasmaceira em que a minha vida se transformou e mais valia um drama do que a continuação dos dias sem sabor. Como prova do êxtase em que eu estava ontem à noite está, por exemplo, o momento em que quase adormeci sentada num puff encostado à parede. 

Numa discoteca cheia de gente.

something about christmas time

Outro bom motivo para eu não gostar do natal é que parece ser a altura do ano em que é obrigatório que todos gostemos uns dos outros, e quem não gosta, finge que gosta. Daí vieram os jantares de natal de onde resultam fotos e fotos para o fb, cheias de corações e declarações de amizade eterna quando, durante o resto do tempo, nem nos podemos ver à frente.

Para contrariar tendências, eu não fiz questão de ter menos ar de cabra do que nos outros dias; sentei-me no canto da mesa com o meu grupo e ficámos a odiar a hipocrisia da outra ponta da mesa a noite toda, porque é isso que fazemos todos os dias - quero mais é que se fodam e que enfiem os coraçõezinhos no cu. Não gosto daquela gente e não.

sábado, 20 de dezembro de 2014

the day

Já estive mais entusiasmada para ver o preço certo do que para hoje à noite. Esperemos que a coisa melhore.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

1 day to go

Perdi o entusiasmo todo - mais um bocadinho e perdia a vontade de ir. Resta-me só aquele fiozinho de esperança de que acabe bem.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

2 days to go

Dias e dias a dramatizar e agora dou por mim estupidamente desapontada por uma súbita mudança de todos os planos que me afasta da probabilidade de dar merda. Mas ninguém percebe que eu gosto é de agitar as águas? Ah pá.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

the sad life of a bookworm

Então eu digo ok, o mocinho também diz ok e eu dou por mim a perguntar-lhe se o ok também é o nosso always. Só depois é que me apercebi da estupidez disso mesmo e que eu preciso urgentemente de arranjar uma vida e deixar-me destas tretas. Não, o ok não é o nosso always porque eu não quero always nenhum e, pior do que tudo, não poderia ter saído pior. 

porque é que não tens amigos?, perguntam vocês em uníssono

Não é que eu seja má pessoa ou assim mas, durante um ataque de estupidez, deu-me para tentar convencer uma gaja que, além de cheirar mal pra caralho, anda sempre com o cabelo oleoso até às orelhas - juro que não é exagero! - de que devia lavar o cabelo com um ovo e mel para o deixar mais brilhante e, no caso de querer uns reflexos avermelhados, lhe espetar ainda com umas gotas de piri-piri, que nem precisava de lavar se não aplicasse diretamente na raíz.

Vivo muito bem com a certeza de que vou arder no inferno.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

antes de ir

[estou cansada de sorrir e acenar e fingir que não me importo - tornou-se rotina fazer de conta que estou bem e me sinto muito normal mas nunca senti e nunca me vou chegar a sentir; não me consigo esquecer da imagem que o espelho me devolve e do quanto eu a odeio. não me consigo esquecer de tudo o que já ouvi e senti quanto a isso e do quanto isso me dói. não me consigo esquecer do quanto isto tem controlado a minha vida, dia após dia, ano após ano, e eu não consigo isolar um único momento em que não me tivesse sentido aprionada numa limitação que não existe mais do que na minha cabeça; eu podia ser normal, mas não sou e sinto os olhares alheios a queimarem-me na pele; pena, curiosidade, nojo? nunca sei. mas sei que invento desculpas para me ausentar, que me afasto por saber que a miúda anormal nunca poderá competir com qualquer outra que não tenha de explicar o que raio lhe aconteceu à nascença e porque é que é estranha. e apercebi-me disto agora, que tenho passado os dias a isolar motivos para as minhas constantes fugas, mas creio enganar-me a mim mesma. digo que fujo porque não sou pássaro de gaiola e não suporto sentir-me domada. digo que fujo quando perco o controlo do que sinto. digo que fujo quando não consigo confiar. digo que fujo quando me sinto a mais ou quando não me sinto nada. digo que fujo porque sei que não faço falta. digo que fujo dos outros mas é tudo mentira, desculpem, nunca poderia ser verdade. é sempre sobre o mesmo, sobre o pânico, a insegurança, a eterna paranóia de que as pessoas se vão cansar de serem vistas com alguém anormal. a eterna dor de cada vez que alguém me pergunta se eu tenho namorado e eu dou por mim a crer que já o fazem para me torturar, para me relembrarem exatamente do porquê de estar sozinha. de ninguém querer uma gaja estranha. de ninguém gostar de alguém tão diferente. do embaraço que seria levarem-me pela mão. e então eu entendi que não há ninguém de quem eu goste menos do que de mim mesma e que é um absurdo culpá-los das minhas fugas - é de mim que eu fujo. ou, pelo menos, era de mim que eu queria fugir.]

4 days to go

Um misto de ansiedade e de medo enquanto vou dando largas ao motto go hard or go home. O mesmo do costume, portanto.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

do nó na garganta, da ansiedade, da carência e da confusão.

Um chá frio, um beijo quente e um abraço apertado. É só.

o dia em que me chateei

Ainda não percebi se deus não me curte muito ou se se esqueceu de mim, mas as pessoas passam a vida a dizer que os opostos atraem e o tipo ainda não fez questão de meter um rapazinho jeitoso e inteligente atrás de mim. Como se já não bastasse, acabei de ler o estado de um azeiteiro que diz que todos temos um lado estranho que, de vez em quando, encanta alguém - ora, eu sou a estranheza em pessoa, juro que a minha própria mãe diz que eu faço tudo ao contrário do resto das pessoas e nem descascar uma puta de uma banana eu consigo fazer como os restantes comuns mortais, mas nem assim encanto alguém.

É o que eu digo. Sou uma frigideira de fundo roto; não há testo para esta panela.

ocorreu-me

Gente que espeta fotos nas unhacas:

depois não se sentem culpadas por coçar o cu com a cara dos vossos mais queridos?

5 days to go

Um dia eu vou deixar de ser dessas pessoas que morrem antes de levar com a bala. Prometo.

domingo, 14 de dezembro de 2014

a ti que cheiras mal

Não é que eu goste particularmente de ti ou que tenhas a mínima importância mas, já que sei que perdes o teu tempo a ler os disparates que arroto aqui no antro, lembrei-me de que podia ser simpático da minha parte aproveitar para te dar os parabéns de uma forma mais original do que os teus amigos, grupo onde, aliás, eu não me enquadro porque, repito, não sou nem nunca vou ser tua amiga. Mas mereces que eu me dê a este trabalho por me aturares os constantes surtos psicóticos, por teres toda a paciência do mundo para os meus dramas absolutamente desinteressantes e, sobretudo, por ainda não me teres deixado fugir apesar de eu estar sempre a tentar bater-te com a porta na cara. 

Desejo-te uns 20 anos cheios de boas fodas, beijinhos na tosta e abraços apertados até te saltarem os olhos. E, claro, que sejas o próximo campeão. Pelo menos, aposto que tens treinado o suficiente. Um beijinho à esquimó!

esses dilemas

Não sei se estou chateada comigo própria por não me conseguir decidir entre reler o perks of being a wallflower ou o décimo círculo e então andar a ler os dois ao mesmo tempo e, ainda assim, estar mortinha para me lançar no paper towns, ou se estou contente por ter voltado a ser eu, esse ser perdido entre livros.

when i met you in the summer

6 meses depois,
ou como eu odeio ter tão boa memória.

tornar isto útil

Desde o início dos meus tempos de blogger que eu digo que encerro o tasco no dia em que der por mim a escrever sobre sapatos e vernizes, mas as coisas mudam e agora que eu virei uma gaja assumida acho que não custa nada ajudar.

Isto porque, há uns meses atrás, teria dado tudo por este conselho: se as vossas unhas são daquelas que parecem partir-se só com o passar do vento e ficam com um aspeto meio estranho, tipo escamado, como se tivessem unhas por baixo de unhas e o verniz fica bonito durante pouco mais do que umas horas até que lhe caia um bocadinho de unha, don't freak out porque não é o fim do mundo. 

Na carlos santos, julgo que por cerca de 4,50€, há um verniz de cálcio que soluciona o problema. Juro que notei diferenças desde a primeira aplicação e bastaram-me umas três para que as unhacas deixassem de se escamar. E pronto, nem digam que vão daqui.

sábado, 13 de dezembro de 2014

a vida dá muitas voltas

Mas eu prefiro mesmo quando a vida dá muitas vodkas porque, se é para me deixar tonta, ao menos que me deixe feliz - arre que não há cu que aguente este carrocel.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

direitinha para o inferno, sem espinhas

Não me bastava ter-me esbardalhado a rir quando li que me tinha enganado e em vez de ter escrito deixava-te dares-me um beijinho na testa escrevi deixava-te dares-me um beijinho na tosta, porque há sempre aquelas alminhas que levam a conversa para outros lados e isto ficou um bocado estranho. Não. Pior do que isso foi, ao ver-me ter um ataque de riso, um rapaz gago que estava comigo, se ter virado para mim e dito e se tivesses um ataque destes quando estivesses a ffffffffffffffffffffalar?, e eu juro que já nem me lembrava da última vez que tinha, literalmente, chorado a rir como hoje.

(e sim, foi mau, mas eu juro que por momentos achei mesmo que ele ia dizer foder!)

lil hurricane

Não é que eu algum dia tenha tido alguma fé na minha sanidade mental mas, se a tivesse, perdia-a agora - não sei muito bem para onde me virar e, na dúvida, apercebi-me de que há poucas coisas mais divertidas do que trocar completamente as voltas a alguém e nunca deixar que me entendam; já fiz isto antes e deu merda mas, sei lá, tem piada ver a reação das pessoas quando não sabem muito bem o que esperar de mim. Ou então isto são ataques de bipolaridade. Oremos.

ser eu é isto

Quase não toquei em comida o dia todo porque me esquecia de comer e, quando me lembrava, percebia que não tinha fome suficiente para isso - agora estou capaz de devorar o que me aparecer à frente. Sad lontra is sad.

breathe in, breathe out

Acho que preciso de dormir uma semana seguida.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

n'importe quoi

Eu sei que as coisas vão correr mal quando dou por mim a programar uma noite épica que começa com álcool e acaba no karaoke, com tendência para berrar a wuthering heights no meio de uma rua qualquer. Agora vou andar a pensar nisto até a dita noite chegar, enquanto dou graças a deus por me dar com gente tão louca quanto eu.

antigamente é que era bom

Não morro de amores por árvores de natal brancas, apesar de sempre se poder desculpar com a ideia da neve e tudo e tudo mas, ainda assim, parece-me meio exagerado e desnecessário - mas as árvores de natal roxas até me fazem saltar os olhos das órbitas. Qual é a ideia? Um pinheirinho espancado? Um pinheiro azarado que levou com uma lata de tinta em cima? Um pinheiro asfixiado?

Nada disto me faz muito sentido - chamem-me tacanha, vá lá. Passo a vida a querer abrir os horizontes às pessoas e depois sou a primeira a impor-me quando o assunto são árvores de natal roxas e toda uma panóplia de decorações que lembram tanto o natal quanto o o meu bikini azul - mas torna-se ridículo. Eu sei, eu sei que há gajas que saem à rua todo o ano armadas em árvores de natal da loja dos chineses, mas daí a partirem do princípio que esta época é uma boa desculpa para pendurarem borboletas prateadas num pinheiro roxo no canto da sala, já vai uma grande distância.

E então isto é cada vez mais sobre estilo, vaidade, decoração e, sobretudo, marketing, e menos sobre o amor e o quentinho da lareira rodeada pela família. O nascimento do menino nunca me disse absolutamente nada porque fiquei fodida por nem me terem convidado para ir comer bolo ao batizado, mas para mim o natal era um pinheiro bravo apanhado onde desse, trazido para casa e enfeitado de uma forma tão pirosa que metia dó mas, mesmo assim, sabia-me a natal, a conforto, a amor. Agora detesto o natal.

frustração

Uma vez tive uma ideia que me pareceu genial - apontei-a no pc, naquela de "isto dava um bom livro", e nunca se sabe se um dia não me apetecia mesmo escrevê-lo.

O pc foi formatado e a ideia foi com o caralho - por mais que tente, não me lembro da história. Okay. Acho que vale mesmo mais ir lavar sanitas.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

obrigada.

Por mais triste que isto seja, o ponto alto do meu dia - quiçá do meu fim de semana -, foi aquele em que uma amiga me disse «e quando estás tão bêbeda que parece que se passaram uns minutos e passaram-se horas?», e eu fiquei feliz ao recordar-me daquela noite em que eu me enfiei num cubículo da casa de banho porque era a única maneira de ninguém me impedir de mexer no telemóvel - mas a sério, eu prometo sempre a mim mesma que não o vou fazer e até já cheguei a deixá-lo na mala, no cabide, mas inventei uma desculpa e fui buscá-lo. trust me, acaba SEMPRE mal -, porque naquela noite em específico eu precisava de ter conversas profundas e atar as pontas soltas do passado numa língua estranha, misturada com código morse. Estava capaz de jurar que não tinham passado nem dois minutos e, de repente, duas amigas minhas quase arrombavam a porta porque eu estava lá metida há uma eternidade e já pensavam que me estava a dar uma coisinha má.

Hoje, pela primeira vez, alguém confessou que lhe acontece o mesmo. Eu ainda não tinha conseguido entender este fenómeno e já vi demasiados filmes para me sentir segura em relação a isto.

eu páro, juro

E então a menina foi para a ilha mais birge do que o azeite, mas entretanto prova e gosta. Começa a haver pinanço a toda a hora porque, palavras da própria, já que era tudo novo ela tinha de paticar mais - e então eu comecei logo a ver a cena toda; a gaja engravidava, princetown ia com o caralho, e ela ia acabar com oito monstrinhos de berço a arrotar a leite azedo enquanto ela fazia rissóis em casa para vender. Mas a vida sorri sempre a estas filhas da puta bonitas e então os espermatozóides tinham ido todos de férias para outra ilha.

chateei-me

Então o casalinho está mais de três meses preso numa ilha, tudo muito in love e pinanço everywhere, mas quando voltam a gaja é grande otária e mal fala com o rapazinho. O tipo amua um bocado e tal mas acaba por aparecer no baile, obviamente debaixo de uma chuvada enorme, e então o amor volta todo e ficam juntos para sempre, tão lindos que eles são, porque o amor tem destas coisas. Tá bem. 

Eu já me estava a preparar para ir procurar o gajo e oferecer-lhe metade da minha cama para ele chorar enroladinho, e afinal a puta ainda o quis, quando lhe apeteceu. Só eu não tive a mesma sorte.

e eu que me barbeio todos os dias

Agora que eu virei assumidamente gaja, queria que alguém me explicasse como que raio é que a gaja da lagoa azul está durante meses presa numa ilha e não começa a parecer-se com o chewbacca. Estas coisas chateiam-me!

sábado, 6 de dezembro de 2014

desculpem lá

As pessoas são todas uma merda - esta é a minha frase preferida e a minha teoria mais amplamente partilhada com o mundo em noites de bebedeira, mas nada disto lhe tira a veracidade. As pessoas são uma merda porque somos todos iguais; em algum momento das nossas vidas, há de aparecer alguém que nos diz que somos especiais por isto ou por aquilo, pela forma única como fazemos as coisas, mas é tudo absurdamente falso. Há sempre mais alguém que pensa como nós, que fala como nós, que faz como nós. Sempre. O que nos vai diferindo é o facto de sermos todos uma junção única de traços da personalidade de várias pessoas diferentes e, de vez em quando, essa mistura é tão improvável que acabamos por nos destacar e parecer especiais. Mas não o somos nem nunca o seremos na realidade e, se perdermos tempo a conhecer as pessoas como deve ser, vamos acabar por entender que, por mais que uns disfarcem melhor do que outros, somos todos uma merda. Somos todos a mesma merda.

a metade da laranja e a metade do limão

Divido-me entre aquela versão que sente a felicidade inerente a cada paixão e dou por mim a sorrir às pessoas na rua, com o ar tolo e apaixonado dos que sabem que fica sempre tudo bem, e aquela versão que se senta no comboio e sente as lágrimas a saltarem-lhe dos olhos quando sou assaltada pela recordação de outras viagens mais quentes, mais aconchegantes, de tempos em que eu nem sonhava que era feliz.

outros pormenores

Houve uma altura em que eu vivia na ilusão de que tinha uma definição certa para mim própria e que estava plenamente consciente de quem sou - mas descobri que não é bem assim, que não nos vamos tornando mais seguros do que somos com os anos e que crescer passa por aceitar que, na maior parte do tempo, não fazemos a mínima ideia de coisa nenhuma. 

Entendo agora que nunca sou a mesma coisa durante dois dias seguidos, que mudo de direção mais depressa do que o vento e outras vezes vou à boleia dele, porque preciso de me perder só para ter o gostinho de me encontrar outra vez. E também não tenho uma explicação lógica e racional para cada uma das minhas decisões - sou exageradamente impulsiva e medianamente louca. Nos escassos momentos em que tenho juízo, percebo que tem tudo muito mais piada quando se perde a cabeça. Mas juro, juro, que não sei a quantas ando nem para onde vou; divido-me em duas, ou em mais, mostro o meu ponto de vista conturbado e esquisito, deixo que o mundo entenda que não vale a pena perderem tempo a tentar entender-me porque eu não faço sentido nenhum. E há dias em que me sinto sozinha dentro das minhas escolhas absurdas, mas há outros em que não trocava de lugar por dinheiro nenhum deste mundo. 

Entendem o problema? É que eu desligo-me das pessoas, fujo-lhes, porque nunca estou bem em lado nenhum. Sinto que lhes falta alguma coisa, que estão incompletas, mas não sei o que lhes falta nem como as completar - e então fujo-lhes, cobarde e inflexível, incapaz de me domar ao ponto de encaixarmos mais ou menos porque quero tudo por inteiro. Mas no dia a seguir já lhes sinto a falta e bate-me à porta a ideia de que é tarde demais. O meu problema é isto: preciso de experimentar para saber se gosto, se quero, se vale a pena, ignorando o facto de haver coisas que não voltam depois de as termos descartado uma vez. Já não sei o que fazer comigo mesma porque nem eu sei o que quero. Então e agora? Perdi-me outra vez.

isto e aquilo

Por estes dias, cheguei a duas conclusões diferentes: a primeira é a de que estou cada vez mais desprendida do cinderela porque mal me restam forças para me meter a escrever. A segunda é a de que, quando estou doente, fico com um nível de carência bastante acima do recomendável.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

um ano depois

Foi há precisamente um ano que eu me tornei, oficialmente, mais um perigo na estrada - o que, trocado por miúdos, significa que de hoje a um ano* já posso gritar DOBBY HAS NO MASTER, DOBBY IS A FREE ELF! mas, por enquanto, continuo naquela da cartinha provisório. Ai bida bida.

* pronto, shame on me, enganei-me. afinal são mais dois anos mas o que importa é que o primeiro já passou.

bmth

What doesn't destroy you leaves you broken instead.
Got a hole in my soul growing deeper and deeper and i can't take one more moment of this silence.
The loneliness is haunting me and the weight of the world's getting harder to hold up.

juro pá

Estamos no início de dezembro, eu tenho um milhão de coisas para fazer e já mal sei ao certo o que é dormir mas, ainda assim, já não páro de pensar em todas as festas onde tenciono ir desfilar o fat ass all night long. Ahhh, o quanto eu preciso de beber dançar até cair, caralho!

cheidanerbos

Pensem o que quiserem, mas as pessoas que fazem de tudo para me agradar são coisa para me irritar um bocado - tipo o gajo a quem eu tive a infeliz ideia de dizer que adorava ler e, ainda mais infeliz ainda, comentar que ele tinha subido mil pontos na minha consideração só por também gostar - agora, passa a vida a vir perguntar-me se já li este e aquele livro e a oferecer-se para me emprestar a biblioteca toda que tem lá por casa, um a um, assim como quem não quer a coisa. 

Para piorar a coisa, descobriu que eu também tenho a mania das músicas da pesada e então mete-se a ouvir música com fones, no máximo, ao pé de mim, de forma a que eu ouça e lhe elogie os gostos. E então oferece-se para me sacar filmes e discografias completas de bandas de que eu nem gosto por aí além. Eu mereço isto?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

angústia.

O arrependimento é um fio contínuo - depois de se lhe puxar por uma ponta, vêm à baila mil e um acontecimentos menores que nos dilaceram por dentro; damos por nós a lamentar uma discussão desnecessária, um pormenor não revelado, um abraço que se perdeu, um beijo que não foi dado e, sobretudo, o dia em que apanhámos o comboio que devíamos ter perdido. Perdemos tempo por pensarmos que o teríamos e no final das contas, perdemos tudo e não há volta a dar.

É o que eu digo - o arrependimento é um fio contínuo que, de vez em quando, se enrola ao nosso pescoço e nos sufoca.

voltar a mim

De repente, recuei quatro anos e dei por mim a arranjar desculpas para me afastar de alguém que até me estava a fazer bem porque, oh hell, não preciso e não quero apegar-me a mais ninguém, de forma nenhuma, por razão nenhuma. Da maneira que as coisas estão, acho que tenho a minha conta até, sei lá, 2918. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

mudasti

Queria extrair cada momento em que sabia que ele tinha ficado tão zangado que a odiava. Desejava que todas as suas recordações fossem dos bons tempos, mas os maus momentos continuavam a regressar para a assombrar. Tinham sido uma perda de tempo tão grande.
E ninguém lhes disse que tinham pouco tempo.

Cecelia Ahern,
ps: eu amo-te

oh deus

Uma das lições mais importantes da minha vida mas que eu teimo em não aprender é a de que tudo, rigorosamente tudo, tem como piorar. Ora, a juntar à minha má disposição provocada pela vontade de bater insistentemente com a cabeça na parede e depois atirar-me ao mar enquanto espeto um objeto pontiagudo na carótida, juntou-se um vírus qualquer. Boa. Muito boa.

isto sou eu perturbadíssima

Sempre me fez uma certa confusão aquela velha mania, comum a quase todas as gerações, de, sempre que alguém tem um menino e uma menina, dizer tens um casalinhooo! Talvez isto seja a minha mente maldosa a dar de si, mas parece-me sempre uma promoção barata e doentia ao incesto - como assim, são um casalinho? Há qualquer coisa nisto que me soa estupidamente errado. 

Estão a imaginar o que é que seria se gémeos falsos, vulgo, um casalinho do mais puro e antigo que há, decidissem escrever nos seus votos de casamento qualquer merda tipo desde o útero que sou completamente louco por ti? Ou, pior ainda, se fossem mais longe e dissessem lembro-me de que foi ainda na uretra do pai, enquanto corríamos a toda a velocidade, que eu olhei para ti e percebi que eras o tal. Soa mal, pois tá claro!