Entregar a vida às mãos do destino não é mais do que um ato de cobardia, uma maneira fácil de atribuirmos as culpas a uma entidade desconhecida e indeterminada que nunca se poderá defender da nossa estupidez, enquanto nos conformamos com o que a vida nos dá ou nos revoltamos como se, em algum momento, tivéssemos merecido outra coisa qualquer. Ser boa pessoa não basta. Ser paciente não basta. Querer não basta. É preciso tentar, sabem? A felicidade não corre atrás de ninguém e, ao fim ao cabo, não há ninguém que não passe a vida a procurá-la. Todos queremos ser felizes. Somos só preguiçosos.
E eu estou incluída nessa massa. Refugiei-me numa frase que me disseram há uns meses e deixei-a transformar-se em mote; relaxa que tudo se encaixa. Faz sentido, sim senhor, mas ninguém me explicou que, ainda assim, a vida era um enorme puzzle e que era eu quem tinha de procurar as peças para o construir. Para formar uma imagem de que eu gostasse e, sobretudo, de que me orgulhasse. E então, eu percebi que o que faço não chega, nem nunca chegará. Que é preciso mesmo agir, contra todas as adversidades, procurar o que me faz falta. Lutar, se preciso for, pela peça que mais me convém. Pelo que quero, e não me contentar com aquilo que me é dado de mão beijada. Só preciso de me convencer disto, de uma vez por todas.
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