sábado, 31 de agosto de 2013

romeiro, romeiro, quem és tu?

Eu sei que o nome do meu blog é demasiado longo quando me apercebo de que há alguém que, de há uns tempos para cá, me pesquisa todos os dias só por cinderela. Ou isso, ou que anda por aqui um leitor preguiçoso.

Denuncia-te, alforreca!

pequenas torturas para hoje à tarde

Ao contrário das gajas normais, eu odeio ir ao cabeleireiro. Sério. Essencialmente porque aquilo se enche de velhas que querem saber a minha vida toda, que me perguntam sempre de quem eu sou filha, como se, só por acaso, me pudesse ter dado vontade de renegar os meus progenitores desde a última vez em que lá estive e, sei lá, tivesse obrigado alguém a adotar-me.

Só vou porque começo a correr o risco de ser confundida com uma vassoura, de tão fodido que o meu cabelo está à conta do sol. Oh deus.

attention seekers

Publica um estado a dizer que mudou de visual.
As pessoas perguntam porquê.
Diz que foi ao cabeleireiro e que está diferente.
Toda a gente começa a imaginar um corte radical. Ou que a criatura tenha pintado o cabelo com 4 cores diferentes. Ou que tenha feito permanente.
Ela publica a típica auto pic para mostrar o quão diferente está o cabelo.
Afinal, está só um bocado mais curto.

(sério, já vi isto acontecer mais do que uma vez)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

e eu posso escrever coisas estranhas se me apetecer.

Costumava vê-la passar pela minha rua. Não a conhecia de parte alguma, e pouco me importava de onde pudesse estar a vir - talvez da biblioteca, ali ao virar da esquina, já que a via sempre com dois ou três livros debaixo do braço.

Durante muito tempo, aquelas súbitas aparições da mulher, pouco ou nada me diziam, tirando os dias em que a vida me corria mal e os saltos altos dela me enervavam. Um dia, num desses dias maus, sentei-me na soleira da porta a olhar para o nada. Era um hábito meu, quando precisava de tomar decisões importantes. Simplesmente, não tomava, e esperava que alguém, nem que fosse o destino, as tomasse por mim.

Nesse dia, ela passou. Distraído do meu não pensar, reparei melhor nela e, pela primeira vez num desses dias fodidos, o barulho dos saltos altos dela não me enervaram. Olhei-a melhor. Não era bonita, mas havia algo nela que me prendia. Não conseguia deixar de olhá-la.

Descia a rua como se nem chegasse a meter os pés no chão. Não sei explicar. Tive de piscar os olhos várias vezes para me conseguir voltar a concentrar no som dos passos dela, ou estaria aqui agora a jurar que ela deslizava. O vestido negro parecia mal lhe roçar na pele, de tão solto que estava. E, no entanto, parecia ter sido feito para ela.

De repente, algo aconteceu. Ela deteve-se no meio da rua. Apercebi-me de que a tinha chamado, contra a minha vontade, ou talvez por vontade própria, o que justificaria a minha estranheza perante a ousadia em gritar ó menina! Ela começou a virar-se lentamente. Percebi naquele gesto demorado que ela devia estar a tentar imitar um filme qualquer, mas não desgostei completamente disso. Era mais frequente um filme com um final feliz do que a vida real, e eu só queria saber o que me prendia nela.

Quando ela me olhou nos olhos, senti um arrepio. Os olhos, que até então não tinha conseguido ver, eram ainda mais negros do que os cabelos, e de uma intensidade que me fez acreditar, ainda que por breves instantes, que me perscrutava a mente, que sabia exatamente o que eu queria. 

Não tinha um ar simpático, tinha antes um ar assombrado, de quem sofrera demasiados desgostos para ainda se dar ao trabalho de fingir que é feliz. Procurei, desesperado, por uma desculpa para a ter chamado e - oh, que maravilhosa oportunidade! - com a pressa, ela nem tinha reparado que tinha deixado cair uma folha que vinha entre os livros. 

Sorriu-me, talvez grata por lhe ter salvo um número de telefone ou uma morada importante, e foi-se embora sem dizer mais nada, com o rubor a fazer-se notar no rosto. 

Nos dias que se seguiram, sentava-me na soleira da porta à espera que ela passasse. Quando isso acontecia, fingia que não a via, de tão absorto que estava a ler o jornal - uma ou outra vez, de pernas para o ar. Creio que ela percebeu depressa a minha farsa, porque um dia se ajoelhou ao meu lado e falou-me, com um timbre estranhamente grave, para uma mulher tão delicada: há tantos anos que esperava pelo momento em que te apaixonarias por mim! Sabia que me reconhecerias, mais tarde ou mais cedo.

Devo ter ficado com um ar meio aparvalhado. Nunca tinha pensado muito no que me levaria a ficar horas sentado no chão, à espera dela. Sorri-lhe, até me ter apercebido de algo estranho. Espera lá... anos?! Reconhecer? Ela não pareceu embaraçada, antes pelo contrário. Sim, desde o 7º ano que te tentava dizer, mas tu nunca parecias interessado em mim, estavas sempre interessado em... O meu pensamento andava por longe, quase não a ouvia. Sempre tive uma excelente memória, lembrar-me-ia dela se a conhecesse. Desculpa, mas deves estar enganada, eu não te conheço de lado nenhum, disse-lhe, meio desapontado. Fez-se um silêncio constrangedor. Acho que nunca vou esquecer o que ela disse a seguir.

Conheces sim. Eu era o teu melhor amigo, na altura em que eu ainda me chamava joão.

não podia concordar mais.

O caminho do engano nasce estreito, mas sempre encontrará quem esteja disposto a alargá-lo, digamos que o engano, repetindo a voz popular, é como o comer e o coçar, a questão é começar.

José Saramago,
caim

indeed

A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele.

José Saramago,
caim 

sem título

Como sempre, as palavras têm os seus quês, os seus comos e os seus porquês. Algumas, solenes, interpelam-nos com ar pomposo, dando-se importância, como se estivessem destinadas a grande coisa, e, vai-se a ver, não eram mais que uma brisa leve que não conseguiria mover uma vela de moinho, outras, das habituais, das de todos os dias, viriam a ter, afinal, consequências que ninguém se atreveria a prever, não tinham nascido para isso, e contudo abalaram o mundo.

José Saramago, 
caim

mais ou menos isto

Chorar o leite derramado não é tão inútil quanto se diz, é de alguma maneira instrutivo porque nos mostra a verdadeira dimensão da frivolidade de certos procedimentos humanos, porquanto se o leite se derramou, derramado está e há que limpá-lo.

José Saramago,
caim 

na margem

É um facto que este blog anda mais parado do que a vida sexual dos vossos avós, mas além de não ter nada de interessante para dizer, não tenho tido assim tanto tempo para cá vir. De interessante, só posso dizer que já estou quase a acabar o caim, e que estou a gostar mais do que achei que seria possível. Mais ainda, apetece-me transcrevê-lo todo, de tão bom que é.

E pronto, é só.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

compreendam-me

Há uns meses andava eu a rogar pragas ao saramago, quando tive de ler a caverna, porque aquilo foi só dos livros mais chatos que eu algum dia li. Então hoje fui à biblioteca municipal. Trouxe, não um, mas dois livros dele. Vamos ver como é com o caim e o ensaio sobre a lucidez. E ainda trouxe os surfistas, do rui zink, porque gosto do tipo de escrita da criatura. 

E tudo isto porquê? Porque (yay yay yay!) acabaram-se as tardes intermináveis na escola de condução! (i can barely believe it!)

cinderela e a primeira aula de condução

«Não aceleres tanto, patrícia, vai mais devagar!»

Ups.

perdoem-me a ignorância

Por onde pára o vosso deus enquanto continuam a morrer mais e mais bombeiros queimados?

hoje a lontra está um bocadinho mais feliz

A viagem mais longa que algum dia fiz, foi aquela que me levou da escola de condução até ao centro onde ia fazer o exame de código. Foi a altura ideal para me arrepender por ter andado este tempo todo presa aos meus livros, os meus ricos livros, e nunca me ter dignado a ler mais do que umas dez páginas, e muito por alto, do livro de código. 

Valeram-me os 28379 testes e as tardes de calor enfiada na escola de condução porque consegui passar no exame sem errar nenhuma. (ainda nem acredito que me livrei disto, estou prestes a dançar a loca no meio da rua)

guilty pleasure

Quando o karma funciona e - por uma vez! - é em meu benefício. Estava a ver que nunca mais chegava a minha vez de rir.

eu disse logo que gostava

Feeling my way through the darkness
Guided by a beating heart
I can't tell where the journey will end
But I know where to start

need ya!

Fingers crossed.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

para o ar

Irrita-me mais do que muito quando vejo alguém criticar uma pessoa, quando fez algo bem pior. Quer dizer, nem me irrita, mete-me nojo.

No lugar dela, metia o rabinho entre as pernas e nem abria a boca. 

my lord

Apesar de ser toda esquisitinha com as músicas, quando é hora de limpar a casa, dona lontra mete a música no máximo, quase sempre na mega hits. Ora, é assim que eu começo a aprender letras de músicas que jamais constariam no meu mp4 velhinho.

Mas de vez em quando, pára-me o cérebro. Dá-se uma combustão qualquer, e fodem-se mais meia dúzia de neurónios. Deve ter sido isso que aconteceu quando eu comecei a gostar desta música que, qualquer pessoa que me conheça minimamente, sabe que tem tanto a ver comigo quanto a nossa senhora do marco paulo.



Só que gosto. Gosto mesmo, mesmo. Oh deus, o que é que se passa comigo? Daqui a pouco, estou a sintonizar a rádio são miguel.

animação é

Escola de condução das nove e meia ao meio dia. Escola de condução das três às sete. Adoro. Mil vezes melhor do que a praia, e muito menos repetitivo. É muito bom fazer 93892 testes por dia, que me parecem todos iguais.

*breathe in, breathe out. está quase a acabar*

last night

Eu não falo muito ao telemóvel, mas quando falo são quatro da manhã e eu já não sei o que digo, ao ponto de fazer confissões do tipo ando toda fodida, às vezes começo a misturar a vida real com o harry potter

Entenda-se, isto só acontece quando eu tenho sono e o meu cérebro fica ainda mais atrofiado do que a horas decentes. Não, não ando nada bem.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

cartas que não vou enviar

Às vezes dou por mim a pensar no antes e no depois de ti, como se tivesses marcado um ponto de viragem. Uma chegada, e uma partida logo de seguida. Para te ser franca, é estranho pensar em como era antes de te conhecer. Há pessoas que sentimos que conhecemos a vida toda, mesmo antes de as conhecermos. Outras, porém, só nos fazem sentir pena por não as termos conhecido antes.

Não sei em qual dos grupos te quero enquadrar mas, na dúvida, encaixo-te no segundo. Se bem que, se te tivesse conhecido antes, talvez não tivesse conseguido reconhecer o que de bom havia em ti. Precisava de todas aquelas más experiências, de todo o desapontamento, de toda a descrença que alguém me causou, para que tu mudásses isso. Sim. Talvez tenhas chegado na altura certa.

Talvez agora esteja tão mal quanto estava antes, mas estou mais calma, e devo-te isso. Mesmo que nunca o chegues a perceber – mesmo que nem eu consiga entender nunca o efeito que tiveste sobre mim, creio que não me interessa. Não espero absolutamente nada de ti, e não te cobro nada. Nem sequer que entendas o que raio me leva a escrever para e sobre ti vezes e vezes sem conta, para repetir palavras que vão perdendo cada vez mais o sentido.

Não acredito que algum dia me esqueça de ti, mas é óbvio que, mais tarde ou mais cedo, acabarei por te esquecer. E, sinceramente, isso não me assusta. Sei que não se esquece alguém à velocidade que seria aconselhável. Não vou acordar um dia e já mal me lembrar do teu nome. É preciso que se deixe passar o tempo, e no momento certo, as coisas começam a acontecer. Começo a perder os pormenores.

O problema é que, a primeira coisa que a distância elimina, são os defeitos. Confesso que não me consigo lembrar daquilo que me irritava em ti, das coisas que não gostava. E elas existiram, como é óbvio, mas esqueci-me. Talvez porque não eram importantes, talvez porque a memória também não decidiu jogar a meu favor. Não sei. Resta-me a esperança de que não tardará muito a que esqueça todos aqueles pormenores que absorvi em menos de nada.

Nesse dia, talvez comece a deixar de escrever sobre ti, mas neste momento não consigo. É a única maneira de aliviar a falta que me fazes. 

não há salvação possível

Acordei a meio da noite sobressaltada, convencida de que tinha um dementor no quarto. E a parte mais triste, é que só me apercebi de que tinha sido um sonho de manhã, e passei mesmo a noite convencida de que o tinha visto.

How sad?

mas se me derem um hamster, ele morre em tempo record. se eu me conseguir aproximar, claro.

Não sei se repararam no final do post anterior, na minha retirada fantástica e maravilhosa, que visava deixar um leve suspense no ar. Perguntem-se lá: mas o que é que a criatura quer dizer com «eu já tive pássaros antes...»?

Bom, o que eu quero dizer é que, efetivamente, a minha casa já foi co-habitada por passarada, mas acontecimentos meio sinistros, culminaram na morte dos ditos. 

Para começar, era eu ainda um monstrinho de berço, tinha imensos canários. O problema é que as gaiolas estavam relativamente perto do meu quarto, e os filhos da puta acordavam-me quando se punham a cantar. Prefiro acreditar que as minhas pragas não surtiram efeito, e que eles se suicidaram por motivos que me são alheios, mas a verdade é que, um a um, bateram todos asinhas para o além.

Uns anos mais tarde, um tio do meu pai mostrou-me o paraíso; um periquito de asas cortadinhas, que podia andar por todo o lado. Brutal! Dava para o meter no ombro e brincar aos piratas. E também dava para o deixar andar às soltas à vontade, até que o cabrão me cagasse na cabeça. Mas era na boa.
Um dia, o passarito pousou na borda de uma taça cheia de água. Eu, sempre muito normal, quis testar; queria saber se o pássaro sabia nadar. Empurrei-o para a água e fingi que foi um acidente.
Só há uns meses a minha mãe soube que fui eu quem deu banho ao pobre. Morreu uma semana depois - mas antes que perguntem, não, não fui eu que o torci. Vamos acreditar que foi de morte natural, e que o desgraçado não tinha apanhado nenhuma pneumonia, boa?

A seguir ao desgraçado, veio outro. Na altura, eu tinha um gato pequenino, amarelo - que alguém decidiu que ficava muito melhor a fazer de tapete, e por isso atropelou-o. O que eu também tinha, era uma mente muito estranha. Ocorreu-me que, sei lá, eles pudessem ser amigos. E o que é que os amigos fazem? Vão a casa uns dos outros. Foi por isso que enfiei o gato dentro da gaiola do periquito.
Mas ele sobreviveu!
O pobre do bicho só morreu uns meses mais tarde, quando não me ocorreu que ele poderia, eventualmente, precisar de água.

Em minha defesa, tenho a dizer que eu agora sou uma boa menina e que ninguém pode garantir que seja a principal responsável pela morte da passarada. Toda a gente sabe que a vida de pássaro é extremamente frustrante, especialmente quando a dona nos corta as asas e a única coisa que podemos fazer é morder-lhe as orelhas e cagar-lhe em cima. Se eu fosse os meus pássaros, também me teria suicidado.

o início

Acho que se nota um bocadinho que eu, lontra real, gosto muito de animais. O que acontece é que, cá por casa, e tirando a ligeira afeição por cães, ninguém partilha esta paixão.

Esperei anos (sim, anos!) para ter o meu gato. E depois, para castigo, ele acabou por arrastar um gatinho bravo cá para casa, e agora tenho um gato e meio, mas é uma questão de tempo até que o simba - o outro - me deixe agarrá-lo.

Pois acontece que agora fiquei com saudades de ter um passarinho. Se, numa das vezes que eu pedi à mommy que me deixasse ter um gato, ela me sugeriu que me contentasse com um pássaro, acho que desta vez me vai oferecer um peixe. E eu acho os peixes um bocado inúteis, a não ser que os possa comer.

Avizinha-se uma longa odisseia. Porquê? Porque eu já tive pássaros antes...

ou não me conhece, ou gosta de me irritar

Não me importo que me dêem conselhos, pelo contrário, até gosto. Agora se a criatura chega de repente e acha que pode dizer-me o que fazer com a minha vida, está muito enganado. E fodido também, porque eu sou moça para me irritar um bocado.

das confissões estranhas agendadas a meio da noite

Lembro-me de, por qualquer motivo, ter publicado uma foto do meu quarto ainda no meu primeiro blog e toda a gente ter ficado chocada. Ninguém me imaginava a gostar de cor de rosa, e parecia inconcebível que tivesse uma parede dessa cor. 

Ora, isto pode parecer chocante à primeira vista, mas o meu quarto é digno de uma casa de bonecas, todo pirosinho em rosa e verde, e - surpreendam-se - eu gosto muito dele assim. Mais: tenho flores e borboletas coladas na parede. Combina muito bem com o ar de padeira de aljubarrota que aqui demonstro, não é?

Sinceramente, estou-me a cagar para isso. Talvez isto signifique apenas que a minha personalidade não é estável. Ou então é sinal de que sou mais uma dessas pessoas estranhas, com os gostos todos fodidos, que aos 18 anos ainda não distinguem a direita da esquerda sem verem em que pulso está o relógio (so sad). Tipo aquele gajo que achava que era gótico e muito mau, com quem uma amiga minha me fez falar uma vez, que além de ser super mau, tinha um coelhinho pequenino e branco, chamado nico. 

E, no entanto, nem acho que a infância me tenha sido arrancada à pressa. Brinquei com bonecas até aos 12 anos, e aos 13 ainda tinha os posters que vinham nas revistas da barbie colados na parede. Mas se querem saber, não me envergonho disso. E até digo mais: à vezes tenho saudades de brincar com bonecas. Muitas mesmo. Que posso fazer com isso? Talvez precise, de vez em quando, de fingir que ainda posso ser a menina que fui.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

awesomeness overload


E não me venham com o ahhh, coitadinho do gato. Qualquer pessoa que conheça minimamente os gatos sabe que o bichito não estaria tão calmo se ele o estivesse a magoar.
Besides that, now he's famous.

starting to freak out

Só agora é que me dei conta de que estamos no fim de agosto e faltam sensivelmente 3 semanas para as aulas começarem.


E como ainda não chegou a minha carta para hogwarts, parece que vou mesmo ter de aturar a nova turminha. Estou tão entusiasmada, que só me imagino a rosnar-lhes de cada vez que eles abrirem a boca. Sério.

been there before

O sentimento era de esperança, misturado com uma série de outras emoções - excitação, resignação, confusão, medo -, e tanto irrompia de repente como acabava por esmorecer. Como quando somos arrebatados por um súbito otimismo, para logo a seguir termos a certeza de que tudo irá acabar mal. E é quase sempre o que acaba por acontecer.

Haruki Murakami,
sputnik, meu amor

podia ser sobre mim

Talvez por isso, habituei-me desde muito novo a traçar uma fronteira invisível entre mim e os outros. Fossem eles quem fossem. Comecei desde muito cedo a adotar uma distância razoável e a mantê-la, sem nunca deixar ao mesmo tempo de estudar cuidadosamente a atitude dos meus interlocutores. Aprendi a não engolir todas as histórias que as pessoas me contavam. Os livros e a música têm sido a minha única paixão e, como devem calcular, levo uma vida solitária.

Haruki Murakami,
sputnik, meu amor

«esgomita-te, puta!»

O meu problema é que, apesar das ameaças e da vontade, não consigo vomitar há anos. Não consigo mesmo. 
Devo estar entupida ou o caralho. Vou tentar com o desentupidor de canos, a ver se resulta. Ou isso, ou procuro um curso para futuras bulímicas. (e vou para o inferno a seguir, sei)

um dia, eu já

Estou apaixonada. E este amor vai decerto arrastar-me para longe. A corrente é demasiado forte, não tenho escolha possível. Pode muito bem levar-me até um sítio especial, a um mundo inteiramente desconhecido. A um lugar povoado de perigos, onde esteja escondida alguma coisa que acabará fatalmente por me ferir. Posso acabar por perder tudo. Mas já não posso voltar atrás. Só posso deixar-me ir com a maré. Mesmo que comece a arder, mesmo que desapareça para sempre.

Haruki Murakami,
sputnik, meu amor

cartas que não vou enviar

Nunca sei como iniciar uma carta. Especialmente destas, que de carta só têm o título que arranjei à pressa uma noite qualquer, e fui deixando ficar para não ter de pensar noutro melhor. Afinal, importa-me mais o que eu sinto do que aquilo que realmente consigo escrever.
 
Seria bom se eu conseguisse dar-lhe um início bonito. Podia dizer, por exemplo, que esta noite me tinha lembrado de ti, quase por descuido, quando abri o estore e vi a lua. Podia inventar uma dessas explicações românticas, dizer que, quando a contemplei, pensei se não estarias tu também, aí no sítio onde estás, a olhá-la. E que me senti perto de ti enquanto a brisa me acariciava os cabelos. Em tempos, eu poderia mesmo ter escrito alguma coisa assim, nos tempos em que entrava em devaneios que, ainda que considerasse ridículos, me pareciam bonitos quando estavam encaixados. Depois deixei-me disso. Deixemo-nos de floreados, porque as coisas são o que são, e eu já gosto de ti o suficiente, mesmo sem estar com cara de parva a olhar para a lua.

O amor assim só existe nas palavras desses grandes românticos que gostam de imaginar o universo a compactuar com o tão grandioso sentimento. O amor a sério não precisa de grandes alaridos. Talvez por isso, os ache tão ridículos agora; porque esse amor perfeito não foi feito à nossa medida. Aliás, nem amor nenhum. Gosto de ti, não ouso chamar-lhe amor. Para te ser franca, nem gosto de lhe chamar nada. Fica só assim, indefinido. 

Só não acredito que seja menos verdadeiro do que todos esses amores tão bem desenhados por palavras pensadas por quem sabe. Eu não sou essa pessoa. Sou atabalhoada, digo o que me vem à cabeça - nunca conseguiria viver um desses amores bem estruturados, dignos de um filme daqueles bem lamechas. Não conseguiria dar-te mais do que respostas tortas, porque páro de pensar quando me dedico a sentir, e perco o controlo. Não saberia viver um desses amores caros regados a vinho francês, com meios sorrisos doces e cheios de significados. Não. Eu viveria um amor amador, cheio de cerveja e arrotos em público. E, ainda assim, não acredito que seja menos capaz de gostar de ti do que os outros, cheios de palavras caras e tiradas inteligentes. A diferença é que, mesmo sabendo sentir, não sou ninguém de quem se possa aprender a gostar. E é isto que me magoa. Pelo menos, é o que me magoa mais. 

Ainda assim, eu pergunto-me onde estás. Pergunto-me se estarás bem, ou se algo te preocupa. Lembro-me de ti quando reparo em alguma coisa que creio que também fosses capaz de gostar - mas depois sei que não te posso mostrar. Sei lá. Houve sempre imensas coisas que te quis perguntar, mas tive medo. Não me queria intrometer. Como disse, nunca foi minha intenção entrar de rompante na tua vida, e por isso, preferi não perguntar nada. E mesmo agora, nem sei se seria melhor tê-lo feito. Não que tivesse algo a perder - mas não precisava de manchar ainda mais a imagem que tens de mim, com perguntas estúpidas que poderiam ser mal interpretadas. 

De qualquer forma, não há já nada, absolutamente nada, que me ligue a ti, e pouco importa o que eu digo ou deixo de dizer. Mais tarde ou mais cedo, também começarei a perder-te na memória, a deixar-te para trás. Pelo menos, que não me esqueça das marcas boas que me deixaste. E que um dia, eu fale de ti a alguém com um sorriso. Sim, sim, conheci-o. E ele era fantástico.

ou fico de olhos em bico

Depois de ter passado a tarde mergulhada num livro do murakami, dei por mim a ver o hachiko. Ok, vou só chorar uns três dias seguidos.

para voltar a explicar a ausência

Eu bem queria reanimar o blog, mas agora que se foram os monstrinhos e que se acabaram as arrumações, fiquei doente. E o giro é que ainda são resquícios da passagem do furacão monstrinhos. 

Quero que saibam que estou a meter o meu teclado em risco, só por vocês. Sinto que lhe vou vomitar em cima a qualquer instante. Adorem-me por isto!

sábado, 24 de agosto de 2013

como saber que a puta me difama a torto e a direito

A mãe da patrícia disse-lhe que não podiam levar a cadela quando fossem de férias. Então, sô dona bicha, sempre carinhosa para com o irmão, disse não faz mal, levamos só o outro animal.

A mãe dela pensou que a bicha estava a falar de mim.

...
...
...

É preciso dizer alguma coisa?

genialidade é


E é mais ou menos neste momento que eu começo a olhar para todas as minhas cicatrizes. Não. Talvez não seja uma boa aposta tatuar o darth vader em cada uma delas, porque ainda são algumas e eu sou moça fina que saiu alérgica ao níquel. Corro o risco de inchar e sair a voar pela janela, como a tia marge. Tristeza. Mas lá que fica brutal, isso fica.

criaturas gostosas que uma pessoa encontra por aí


E eu a dizer que tinha uma queda por totós, que achava estes rapazinhos adoráveis e tudo e tudo. Retiro tudo o que disse. Não, o meu curassaum não aguenta isto. 

continuando a explicar a ausência

Contra todas as expectativas, eu sou assim meio que obcecada pelas arrumações, e especialmente no meu quarto, faz-me comichão ver as coisas fora do sítio. Besides that, tenho a mania de me meter a arrumar tudo de cada vez que estou triste ou chateada.

Ora, se eu já ando toda perdida, após a passagem do furacão monstrinhos, era mais do que óbvio que eu teria de fazer uma daquelas arrumações gerais, em que começo por desarrumar tudo, só para meter no sítio que quero. O problema é que eu fico cansada só de olhar para o caos que está no meu quarto, e com vontade de começar a dormir na sala até que me dê vontade de desocupar a cama. Sério. Está pior que a feira, só falta um cigano a gritar.

cartas que não vou enviar

Disseram-me um dia que não se roubava um coração; era preciso conquistá-lo com calma, manejá-lo com as pontas dos dedos até que ele se entregasse de livre vontade. Nunca soube esperar mas, confesso, também nunca tentei chegar até ti dessa forma, porque sabia que não valeria a pena. 

Agora, à distância de tudo e com uma visão mais nítida, começo a lamentar não ter tentado mesmo e, pelo contrário, ter feito os possíveis por me manter distante. Tinha medo que me descobrisses, imagina. Como se, no final de tudo, não tivesse sido eu a entregar-me. Nunca devi muito à inteligência, como podes ver. Mas, e apesar de nunca me ter sentido digna de, sequer, tentar, tenho muita pena por não ter tido mais um bocadinho de ti. 

Não és mais nem menos do que ninguém, mas vi em ti mais do que algum dia vi noutra pessoa. Não és o melhor – és só diferente da maioria e, só por isso, transformaste-te numa das melhores pessoas que algum dia conheci. Se for verdade que ninguém entra na nossa vida por acaso, mas sempre por uma razão qualquer, então tu deves ter aparecido para me fazer acreditar outra vez que ainda aparecem pessoas boas de vez em quando. Pessoas capazes de nos mover com um sorriso. 

O problema é que a tua estadia na minha vida foi curta, e quando eu me dei conta do que realmente sentia por ti, já tu estavas de partida. Habituei-me a ti demasiado depressa, mas não consigo abandonar o vício. Sinto saudades até mesmo dos teus silêncios, ainda que na altura eles me irritassem tanto, porque ao menos sabia-te perto. Agora, parece-me que não soube aproveitar bem o que tinha, quando o tinha, porque mesmo os dias maus, mesmo os dia em que estava quase certa de que te cruzavas comigo sem dar pela minha presença, eram melhores do que isto. Qualquer coisa é melhor do que nada. E, sobretudo, não podia ser pior do que saber que é definitivo. 

Aconteça o que acontecer, se te voltar a encontrar, é obra do acaso. Sinal de que o tal deus brincalhão que faz de nós marionetas, fez das suas outra vez e decidiu testar os meus limites. E então, tu farás de conta que não me vês, e eu farei de conta que não me importo. Um dia, há de deixar de importar mesmo. Um dia destes, ainda havemos de partilhar essa indiferença toda.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

um ano é tanto tempo

Acabei de me despedir dos meus monstrinhos. It feels like i'm going to cry forever.

sério

A verdade é que, apesar do arrependimento, se pudesse voltar atrás, acho que fazia tudo igual. O que é só estúpido, mas tudo bem. Já é hábito.

can't help to be this retarded

Eu já tinha reparado que ando com um humor insuportável, e com tendência para me afastar de toda a gente outra vez porque tudo me irrita e, por mais que queira muito falar com alguém, não consigo manter-me calma o tempo suficiente para o fazer. E então, apeguei-me outra vez às leituras. Tenho devorado livros atrás de livros. Mas o que me deixou alarmada, foi o facto de hoje ter tido um desejo meio estranho.

Ou muito estranho.
Dei por mim com vontade de ler o memorial do convento. I don't even know why. Isto deve ser uma espécie de desejos de grávida para geeks, e daqui a 9 meses sou conhecida como a progenitora da versão nerd de jesus cristo. Credo, já tinha dito que vou para o inferno, não é?

só porque sim

Informei toda a gente que já tenho o exame de código marcado, mas não disse o dia a quase ninguém. E  ainda fiz questão de dizer que vou começar a ter aulas de condução, mas não disse o dia nem a hora. Só sabem no fim, se não chover e os astros exercerem sobre mim uma força positiva que me faça ter vontade de contar como foi. Só para meter nojo.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ontem

Sentado no chão, entre dois carros, a olhar para o lado. Quando olho melhor, reparo que o gajo estava a vomitar assim como quem não quer a coisa. Entretanto, levanta-se, tem as calças todas vomitadas e mal se aguenta nas pernas. Uma visão do inferno.

O triste é que ainda nem meia noite era. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

«j'ai trois ans... et demi!»

Então a monstrinha queria ouvir música. Meto-lhe adele, diz que não gosta. Meto-lhe lana del rey, pede para mudar. Meto-lhe korn, a miúda delira. Podia lá pedir que a miúda tivesse melhor gosto, uhm? É impossível não a adorar.

sad but true

Tenho-me apercebido de que tenho passado a vida em busca de algo que insiste em escapulir-se-me por entre os dedos, ao ponto de nem eu saber o que é. Como se estivesse a correr para um sítio indefinido, e soubesse que esse e o sítio certo. Não sei porquê.

Estou sempre revoltada com tudo. Revolto-me porque as pessoas não entendem os meus gostos estranhos. Revolto-me porque todas as pessoas estão felizes e eu não. Revolto-me porque insistem em meter as colherzinhas do café no cesto dos talheres da máquina de lavar louça no sítio errado, e assim demoro mais a tirá-las de lá. Se isto faz algum sentido? Não. Mas irrito-me com tudo isto e com mais ainda, como se os dramas que me são alheios e estas perdas de tempo, me estivessem a desviar do que eu realmente tenho para fazer. De onde quero ir. Como posso compreender-me? Nem eu sei.

Também me revolto com pessoas, mas quase que gosto disso. Quase que gosto das que me tentam chamar a razão, só pelo prazer de lhes poder responder, de as fazer saber de que as irei contrariar só por prazer. E fingirei odiá-las, mesmo sendo dessas - as que me odeiam - aquelas de quem eu gosto mais. Provavelmente, porque não querem de mim mais do que aquilo que estou disposta a dar-lhes - o desprezo. Não esperam que lhes pergunte como vai a vida la em casa, ou se se tem alimentado bem. E então, não me custa tê-las por perto.

O truque é mesmo este. Manter estas pessoas sempre bem pertinho, para que eu possa sentir essa revolta, essa raiva incontrolável, mascarada de ódio puro. O truque é fingir que ainda sou capaz de gostar menos de alguém ou de alguma coisa, do que gosto de mim mesma.

mais do que nunca

É estranho, mas quando receamos tanto uma coisa que daríamos tudo para fazer o tempo andar mais devagar, este tem a mania de andar mais depressa.

J. K. Rowling,
harry potter e o cálice de fogo

she knows how to melt my frozen heart.

Então a princesa, de 3 anos, queria dormir na minha cama, mas queria que eu ficasse lá até ela adormecer. Deito-me ao pé dela. Ela fecha os olhos e mete o dedo na boca. De repente, tira-o. Ri-se. Je t'aime. E eu não sou destas coisas, mas a miúda é querida que dói. Je t'aime aussi. Parece que vai dormir, mas volta a tirar o dedo da boca. Je t'aime très fort. E então, eu digo o impensável; je t'aime plus fort. E fico com a sensação de que isto foi de longe a coisa mais pirosinha que fiz, que sempre achei estúpido esta gente do eu adoro-te mais. Mas entretanto, a miúda tinha-me abraçado, e ela é tão, tão fofinha, e eu passo tanto tempo sem ela. Sim, fez sentido. Je l'aime très fort aussi.

ohh, but i hate me more

Note-se, eu não estou chateada por o ter visto. Bem longe disso. O problema é que a minha auto estima atingiu um patamar catastrófico nos últimos tempos e eu sinto-me pior do que nunca comigo mesma. Vê-lo é só dar mais razão ainda ao meu estado, porque foda-se, he still looks pretty cute to me, e eu sou só eu, a mesma merda de sempre. E mesmo achando que ele nem me viu, tive vontade de fugir, de me esconder no meio de um expositor de cuecas, ou então ir até à varanda e atirar-me de vez. Ao menos que ele se esqueça da minha cara rápido, ou que a memória fique distorcida de repente, só mesmo para ele não se lembrar da pessoa que lhe disse aquelas coisas a horas em que, decididamente, deveria já estar a dormir.

Isto nunca fará sentido nas vossas cabeças, mas eu sinto-me culpada por gostar tanto dele, por achar que nem isso mereço. Não estou à altura. E então, eu não estou triste por o ter visto. Estou triste por mim e por aquilo que sou. 

acreditem ou não, foi por isto que eu voltei

É no mínimo irónico que, depois de ter dito tantas vezes que o queria voltar a ver, tenha ficado tão mal quando isso aconteceu. Mas é preciso ter em atenção que o meu coração não funciona como os outros, que de vez em quando tem tendências suicidas, e por isso não podem esperar que eu aguente destas cenas a sangue frio muitas vezes. Seria bom que deixasse de me acontecer tudo e mais alguma coisa, e que, sei lá, desse para ser assim mais previsível, porque isto do improvável a virar provável scares the hell outta me.

Sério. Mais ainda quando vejo a minha prima a encaminhar-se na direção dele. Se a monstrinha lhe tivesse dito alguma coisa, então sim, eu teria caído de joelhos e ainda agora lá estava à espera que uma grua me levantasse. Foda-se, não há cu que aguente.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

c'est la vie

Ontem estava chateada e com vontade de detonar o blog, mas hoje percebi que é escrever ou cometer uma série de assassinatos sem dó nem piedade, só naquela de me acalmar. Assim como assim, pareceu-me melhor escrever.

É que eu já me tinha esquecido que comigo, o mais provável, é sempre que o improvável aconteça. Ainda não percebi é se estas coisas me acontecem para me enlouquecer de vez, ou se é só para me matar do coração. Credo. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

um dia tinha de ser

Se estiverem a ler isto, é sinal de que este blog ainda existe. Dêem-se por felizes e registem o momento, para que um dia possam contar aos vossos netos que assistiram à decadência do quem é que deu erva à cinderela até ao último dia. O dia em que este blog deixará de existir.

Perdeu o interesse. Percebi que isto não fazia qualquer sentido. Lamento isso, mas eu não tenho jeito para ser a blogger fofinha que toda a gente adora, para ir para os vossos blogs fingir que estou preocupada com vocês ou que adoro os vossos trapos novos. Desculpem, mas, nem agora que ando toda baralhada, eu sou essa pessoa. E, afinal de contas, é isso que faz um bom blogger, não é? Que vos beije o cu e lamba as feridas?

Foi por isso que resolvi retirar-me. Não sei se vou apagar o blog, ou se me limito a abandoná-lo. De qualquer forma, ficará activo, pelo menos, até que eu arranje tempo para cá voltar, e ele tem sido bem escasso.

Neste momento, está tudo tão mas tão errado, que não tenho paciência para nada nem para ninguém. E descobri, finalmente, que não tenho jeito para isto. Ainda gosto de escrever, mas disso gostamos todos ou não estaríamos aqui, mas eu cometi o erro de pensar que isso bastava, mas não basta. É preciso mais do que gostar de escrever. É preciso jeito. E eu tenho cometido demasiados erros. Até um dia, alforrecas. Ou até nunca.

oh deus

Sei que atingimos um patamar estranho quando, até eu, me começo a sentir realmente cansada ao ponto de ter adormecido em cima de uma mesa num parque de merendas. Com a fronha em cima do livro do harry potter.

Quando acordei, ele estava babado. Como podem ver, sou uma autêntica princesa até a dormir.

domingo, 18 de agosto de 2013

cães grandes. eu adoro cães grandes

Ontem descobri que, além de todos os outros países por onde andam as gentes da minha família, tenho ainda de juntar à lista a alemanha. Não fazia ideia. Eles conheciam-me, mas eu sinto que nunca os vi mais gordos.

Entretanto, a mulher do meu primo entrou lá em casa com um tapete debaixo do braço. Já estava à espera que a criatura, a qualquer momento, se metesse de cu para o ar a rezar virada para meca, até que me apercebi de que o tapete tinha olhos e se mexia. Afinal era um yorkshire chamado baby, com pêlo até ao chão, feio que dói. O horror.

ainda há esperança

Acabei o veronika decide morrer há uns dois ou três dias. Meh. Fez-me perceber parte do que dizem do paulo coelho, porque tenho de confessar que foi um suplício lê-lo até ao fim. Só o fui ler porque tinha adorado o filme, mas o livro ficou bastante aquém das expectativas. Até aqui só conhecia o onze minutos, de que até tinha gostado, mas não me parece que vá voltar a ler paulo coelho.
Agora ando a ler o quarto livro do harry potter e o sputnik, meu amor, quando há tempo. Mas tem sido pouco, tão pouco.

soou bem

Nós podemos cometer muitos erros nas nossas vidas - disse o advogado. - Menos um: aquele que nos destrói.

Paulo Coelho,
veronika decide morrer 

sábado, 17 de agosto de 2013

tristeza é

Ontem à noite, um rapaz disse-me tudo o que eu queria ouvir. Pena que não tenha sido o rapaz certo. Pena que isto só tivesse algum valor, se tivesse sido ele - o ele de que aqui se vai falando. Mas não foi, e não tem. Oh, o que é que eu fui fazer? Puta de melancolia.

não disse

Podemos acender velas a todos os santinhos porque, felizmente, a minha monstrinha não é nada parecida comigo e é linda que dói. Quanto à personalidade, orgulho da prima, somos iguais. Mau feitio para dar e vender e ideias fixas. Brace yourselves, porque já somos duas e o perigo de extinção da humanidade aumentou significativamente.

mama, we all go to hell

Se eu já achava que a beleza e a inteligência estavam muito mal divididas, ontem descobri isto e fiquei com a certeza de que quem criou o mundo, das duas uma, ou estava de mau humor, ou era estrábico e fez tudo ao lado. Conheço tantos gajos sem colhões, e este tem logo um par que, bem divididinho, dava para fazer jeito à maior parte desses pussys que por aí andam. 

Ou, se não der para dividir, entreguem-nos inteiros ao tal stalker de quem já aqui falei. Com sorte, com um par de colhões deste tamanho, ele ganha coragem para me falar.

a desafiar o freud desde sempre

Então esta noite o woody allen estava a contar-me que somos primos, e a minha mãe começou a chorar. De alguma forma, isso fez com que ela concluísse que era da família do meu pai, tipo de sangue mesmo, estão a ver? E pronto, segundo ela, era um milagre eu estar viva. 

Não percebi se ela estava a chorar por se ter dado o tal milagre, mas prefiro acreditar que aquilo era só amor pela família do meu pai. 

em pausa

Não é que eu seja tendenciosa e, contrariamente ao que possam pensar, não tenho absolutamente nada contra o suposto amor deles os dois. Mas conheço o suficiente de ambos para saber que isto tem tanto futuro quanto eu numa carreira de stripper, mas enfim, não posso fazer nada. Tenho-me andado a controlar para não dizer ao moço que se deixe disso que a gaja é puta, mas não o vou fazer. Vou deixá-lo descobrir sozinho.

De qualquer maneira, ele não me vai ouvir, e depois vai vir pedir-me que lhe lamba as feridas quando ela o deixar na merda. Claro que nessa altura eu o vou enviar para o sítio onde tem andado porque eu não sou só para quando convém, mas ao menos vai servir-me de guitly pleasure saber que tive razão o tempo todo. Talvez ele mereça que ela lhe abra os olhos.

em pausa

Eu sei que vocês estão a morrer de saudades minhas, mas estão com sorte porque eu hoje consegui agendar posts. E tenho escrito no telemóvel aos bocadinhos, só me falta vontade de corrigir a falta de acentos e cedilhas para publicar. Como não me apetece, paciência. Contentem-se com os momentos em que consigo cá vir para espalhar o mau humor. E depois vou demorar três séculos e meio a adicionar os comentários. Azarito.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

e preciso que se note

alforrecas malvadas, escusam de comecar ja a fazer a festa porque a lontra residente nao vai a lado nenhum. so nao tenho tempo para o blog e nao consigo garantir que ca possa vir nos proximos tempos, porque passo pouquissimo tempo em casa e nem chego a ligar o pc.

e e por isso que isto nao tem acentos nem cedilhas. porque o meu telemovel acha que e uma rebeldia escrever-vos a partir dele. pronto, esta explicado. feliz natal e continuacao de uma boa pascoa.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

vou-me já embora.

Podia estar feliz, mas não estou. Sei lá. Sou um puzzle incompleto; faltam-me duas peças que fazem toda a diferença. Uma delas és tu, e eu até podia ignorar a falta da outra, mas não a tua. Nunca a tua. Pelo menos por agora.

(e sim, eu abandonei o blog e vim cá só dizer isto, porque pronto, cenas. shame on me, au revoir que eu não volto cá. e se souberem ler isto em francês, percebem que eu rimei, e vão adorar-me para sempre. bisous)

ma petite princesse

A minha pequenina encheu-me de beijinhos quando me viu, e quis dormir comigo. E sim babei muito. Parece-me que este blog vai entrar de férias durante os próximos temos. Até um dia destes, ou pelo menos até que me reste tempo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

crónicas de uma patrícia em apuros

Hoje deixei que a patrícia me fizesse o buço com a cera da mãe - ela era esteticista, entenda-se. Temi ficar eternamente incapacitada falar quando a bicha me deixou cair cera na boca e, por momentos, tive os lábios colados. Esta que vos escreve, está realmente grata por ter conseguido sobreviver, e hoje está um bocadinho mais apaixonada pela vida. É uma dádiva.

é este o problema

O grande problema do envenenamento por amargura era que as paixões - ódio, amor, desespero, entusiasmo, curiosidade - também não se manifestavam mais. Depois de algum tempo, já não restava ao amargurado qualquer desejo. Não tinha vontade nem de viver, nem de morrer, esse era o problema.

Paulo Coelho,
veronika decide morrer

talvez

- O que faz uma pessoa detestar-se a si mesma?
- Talvez a cobardia. Ou o eterno medo de estar errada, de não fazer o que os outros esperam. 

Paulo Coelho,
veronika decide morrer 

a few hours left

Falta pouco para eu voltar a ser a patlice dos monstrinhos mais fofinhos do mundo. Finalmente alguma coisa boa.

é sempre igual

Durante toda a sua vida, veronika percebera que um imenso grupo de pessoas que conhecia comentavam os horrores da vida alheia como se estivessem muito preocupados em ajudar - mas na verdade compraziam-se com o sofrimento dos outros, porque isso fazia-os acreditar que eram felizes, que a vida tinha sido generosa para com eles.

Paulo Coelho,
veronika decide morrer

não esperem por mim para jantar

Nos próximos tempos, este blog vai estar ainda mais parado do que a vida sexual da vossa avó, porque cenas e mais cenas, não vai haver grande tempo. Portanto, se por aqui aparecerem posts, o mais provável é que seja bruxedo, ou então serão agendados quando eu tiver tempo para cá vir. 

Espero que este meu afastamento temporário não vos cause uma depressão. Se quiserem, posso ser fofinha e dizer-vos que ando com todos no meu coração, que é uma expressão que sempre achei estúpida que dói, mas que deixa gentes a babar. Já podem dizer que sou um doce.

donas de casa desesperadas

Acordei às 10 para ir para a sauna, vulgo, passar a ferro, assim naquela de deixar a mommy da casa calminha por uns dias. Claro que ainda não fui. E claro que agora tenho menos de uma hora para meter aquilo tudo em ordem e sair. A sorte é que sou o ninja das lides domésticas.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

não-acredito-que-acabei-de-publicar-isto

É triste quando atribuo o título de momento mais emocionante do dia ao meu espanto quando me apercebi de que tenho uma foto, tirada há meses, igual ao meu avatar. Como se tivesse visto a foto quando o fiz, ou como se tivesse tirado a foto de propósito. Mas não, de todo. E estou igual. Que fofo.

puta de nostalgia

Hoje falei no sunset e nem me lembrei de que era dia 13. Faz hoje um mês. Há um mês atrás, a esta hora eu estava de patinhas no areal aos saltos, com o ingrosso no palco, a gritar até ficar não sei quantos dias rouca. Pensar que só passou um mês, é no mínimo estranho. Passaram-se tantas coisas desde esse dia, que, apesar de ter a sensação de que os dias passam a correr, agora que olho para trás, sinto que passou uma eternidade. E eu estava tão mais feliz, que tenho saudades.

resumindo

Comecei por me desencontrar das outras duas bichesas no comboio, e meter-me a ler enquanto duas velhas iam tentando estragar o meu sossego. Estou meio que desapontada com o veronika decide morrer, que nada tem a ver com o filme, mas ainda assim, deu-me para chorar. Sim. No comboio (temo descobrir qual é o próximo passo). Entretanto vou para a praia. Odeio a praia da figueira porque tem uma cova enorme. Não consigo entrar no mar. Fico a odiar-me na margem e recomeço a chorar por tudo, porque não é bem como se as coisas estivessem fáceis para o meu lado. Levanto-me. O mar estava estupidamente forte e levo com uma pedra enorme no pé. Está negro. Andei descalça pelas ruas da figueira, porque não me apetecia calçar. Sei lá. Vai de mal a pior.

nem sei se ria, nem sei se chore

Há poucas coisas de que eu goste tanto quanto gosto de gatos, de livros e de chá. Não sei. Quando alinho estas três coisas, percebo porque é que nunca ninguém se há de interessar por mim. É que, como se já não bastasse ser linda e maravilhosa, ainda saí deveras interessante e com uma vida loka que mete dó.

e se as coincidências também forem mensagens ocultas?

Qual a mensagem oculta que tinha diante dos olhos, se é que existem mensagens ocultas ao invés de coincidências?

Paulo Coelho,
veronika decide morrer

idek

Uma das muitas coisas que não consigo compreender, são as pessoas que temem o ódio. Aliás, temem odiar. Acham que é um sentimento forte, um sentimento feio, indigno de um ser humano tão perfeito quanto julgam ser. Que leva a cometer loucuras, que isto e que aquilo. Não entendo isso. 

Não acho que odiar seja algo mau. Na verdade, e tendo em conta que se encontra no pólo oposto do amor, talvez seja bom, talvez ajude a dar mais sentido a este outro sentimento que tantos ambicionam. Que valor teria o amor, se o ódio não existisse? Não sei. Nem sei sequer porque me lembrei disto agora, mas confesso que me irritam as pessoas que temem dizer que odeiam isto ou aquilo, porque odiar é mau e vamos para o inferno. Meus caros, o céu não vos está garantido só por dizerem que amam as meias esburacadas que a vossa tia vos deu no natal. A sério que não. 

Creio que não odeio ninguém, da mesma forma que creio não amar ninguém, e isto sim, é tremendamente assustador. Passei tanto tempo a fazer-me de má, a fingir-me fria, que chego a ter medo da indiferença que sinto na maior parte do tempo. É mesmo isto: indiferença. Já pouco me importa o mundo, estou cansada de tudo. As pessoas irritam-me, os dramas das pessoas irritam-me mais ainda e eu não tenho paciência para nada. E isto sim, mete-me medo. Tenho medo da minha recém incapacidade de sentir. 

Acreditem ou não, antes de aprender a amar, queria reaprender a odiar.

comigo, ou não acontece nada, ou acontece tudo ao mesmo tempo.

Hoje a fat young lady da gerência do antro vai passear a big bunda para a praia. 

O problema é que não estou minimamente entusiasmada com isso. Sei lá. Trocava isto tudo por uma boa noticia, e por qualquer coisa que seja capaz de me deixar, nem que seja só um bocadinho, feliz. Estou tão cansada de estar triste, tão farta de tudo, tão, tão, tão... há muito que não me sentia tão mal. Se é que alguma vez me senti tão mal.

cartas que não vou enviar

Nunca fui daquelas pessoas que sentem necessidade de ver a vida traçada com régua e esquadro em papel milimétrico. Antes pelo contrário, sempre tive uma paixão pelo imprevisível, pelo logo se vê. Sempre gostei de ter o prazer de poder deitar-me a adivinhar o que se seguiria, em vez de ir caminhando por trilhos que já todos sabiam onde iam parar. Não sou assim.
Contudo, preciso de incentivos. Preciso da confirmação de que vai valer a pena dar o primeiro passo, de que, de uma forma ou de outra, tirarei alguma vantagem de saltar de cabeça. Preciso de ter uma réstia de esperança de que algo pode ainda correr  bem. É isso que me faz falta neste momento. Talvez nunca tenha estado tão mal quanto agora, tão sem esperança, tão desamparada. Para qualquer lado que eu me vire, há alguma coisa errada. Demasiado errada para que eu tenha vontade de continuar.
Tenho tentado deixar de escrever para ti, mas não consigo. Tudo o que me resta de ti, são memórias que vão ficando distorcidas dia após dia, e ao menos quando te escrevo – ainda que já mal conseguindo distinguir a realidade da imaginação – é a única forma de me sentir mininamente perto, e não consigo despedir-me de ti já. Na realidade, não queria ter de me despedir de ti nunca.
Sei que não te voltarei a ver, e é essa ideia que me consome lentamente. Claro que, se algum dia lesses isto, te pareceria um drama absurdo. Tal como parecerá a todos os outros que nunca tenham gostado de alguém que sabiam que não voltariam a encontrar. Um dia passa, é óbvio que passa, mas enquanto por cá está, é dos piores sentimentos que me lembro de algum dia ter sentido, porque sei que não há absolutamente que eu possa fazer nada para mudar isso. Resta-me conformar-me, que é uma das muitas coisas em que eu sou má.
Faz-me falta uma data. Podia ser uma data distante – podia ser, sei lá, a 20 de dezembro. Neste momento, isso bastar-me-ia. Contaria os meses, os dias, as horas se preciso fosse – mas sabia que dia 20 de dezembro, eu ia ser um bocadinho mais feliz. Poderia empregar a frase mais marcante do principezinho, porque se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. E então, eu começava a ser feliz com um mês de antecedência. Começava a imaginar o reencontro de mil maneiras, mesmo sabendo que nenhuma delas seria a real. Sei lá. Mas assim não. Assim não dá. Nunca mais é tanto, tanto tempo, para alguém que tem saudades.
Dava tudo por um bocadinho mais de ti. Mais cinco minutos. Um olá. Não me perguntes porquê, mas preciso de te ver, talvez mais agora por tudo o que se tem passado, por me sentir mais vulnerável, por estar assustada. Não faço ideia. Mas sinto a tua falta, mesmo sabendo que pouco ou nada farias estando presente. Acho que é mesmo isso. Só precisava da tua presença. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

shame on me

Hoje fui requisitar um livro do paulo coelho. Eu sei, eu sei. Mais um bocado e estou a chorar agarrada a livros de receitas, porque isto vai de mal a pior. Para atenuar a minha pena, trouxe também o sputnik, meu amor, do murakami, só naquela de não parecer tão mal. E porque queria lê-lo há imenso tempo.

Acho que não chegam ao fim da semana. Estou num estado de deprimência profunda e só os livros me confortam, deal with that.

e todas elas mandam uma carta de recomendação ao diabo

Ora ontem estava wild bicha e wild mommy de cu refastelado na areia, mesmo à beirinha do mar, só naquela de ganhar coragem para entrar a conversar, quando uma mulher se senta ao nosso lado. Por diversas vezes, percebi que ela se estava a tentar meter na conversa, mas eu sou cabra e anti social e não deixei. Entretanto, vão para a nossa frente dois gajos. Pai e filho. Diga-se de passagem que o filho, vá, nem era mau de todo, mas eram os dois mais peludos que eu sei lá, e eu comecei a falar sobre isso.

Como não os ouvia mas conseguia perceber que o pai estava a chamar o filho através dos gestos, comecei eu a falar por ele, porque me pareceu uma alternativa de conversa bastante viável. E então, enquanto o homem ia gesticulando, eu ia dizendo para a minha mãe

anda filho, anda! descobri ali um sítio onde podemos fazer a depilação, vais ver que é uma maravilha... não dói nada, não sejas chato e anda! depois todas nos querem.  

(tenho a dizer que podia mesmo ser isto que o homem estava a dizer, que estava tudo maravilhosamente articulado, como só eu conseguiria fazer, pfff)

De facto, eu reparei que a dita mulher não parava de olhar para mim. O que eu só descobri mais tarde, é que os dois gajos de quem eu estava a falar... eram o marido e o filho dela. Boa, patrícia.

animação é a palavra de ordem aqui

Sabes que atingiste um estado de deprimência total quando dás por ti sentada no chão, frente a frente com uma amiga, na secção dos iogurtes do intermarché, quase às duas da tarde a tentar decidir o que vão almoçar, porque estão as duas cheias de fome e nenhuma tem vontade de comer. Não sei se parecíamos drogadas a ressacar, ou só duas infelizes com tpm, e então acabámos por ir comprar o almoço a outro lado, antes que fôssemos enviadas para uma clínica de reabilitação. Sério. O próximo passo é ir chorar para o passeio, pode ser que nos dêem moedas.

és tão má, patrícia, és tão má

Eu sou meio que paranóica com os pêlos. Na verdade, eu sou mesmo muito paranóica com os pêlos, e se não gosto de os ver em mim, também não gosto de os ver nos outros.

Mesmo nos homens. Ou especialmente nos homens, nem sei. Mas admitamos que não é propriamente agradável estar de cuzinho alapado na areia, olhar para o mar e ver uma criatura com umas leggins pretas por baixo de uns calções azuis. Isto, porque não são leggins. É mato cerrado. 

Please, don't. Se parecerem o chewbacca, por favor (FOR DA LÓBE Ó GOD!), não passeiem à minha frente, muito menos quando só usam daquelas cuecas de banho horríveis para exibir a saliência da salsicha oprimida. Sério. Não façam isso comigo, que eu no fundo até sou boa moça.

conselho útil para uma vida mais feliz

Eu não sei onde é que estes machos leram que usar cuecas de banho é sensual mas, confiem em mim, não é. De todo. A não ser que estejamos na feira internacional da salsicha, notar ao longe a opressão do parzinho é só perturbador. Nem que sejas o gajo mais gostoso da praia e que, quando vestido, deixes todas a desejar que a roupita te popique do corpo, se tiveres umas cuecas dessas vestidas, transformas-te automaticamente num pedófilo desesperado e ninguém te olha duas vezes.

i dare you, freud!

Depois de ter tido a infeliz ideia de ter ido para psicologia no 12º ano, fiquei meio que paranóica com aquela cena dos sonhos e fico sempre a tentar descodificá-los, mas a única conclusão certa a que chego sempre é a de que sou portadora de um atraso mental profundo.

Não sei muito bem porquê, mas sonhei que estava no bar da escola com a patrícia e uma outra amiga nossa, mas o bar estava estranho, parecia uma taberna antiga com balcões em madeira e um cheiro a velho. Ao canto estava, como sempre, o tal perseguidor nas horas vagas. Entretanto eu queria comer, mas e elas as duas não tinham dinheiro, e como boa amiga que sou, fui comer sozinha.

O que é que eu escolhi? Um dado de chocolate. E é aqui que as coisas começam a ficar estranhas, porque o meu suposto dado de chocolate com pintinhas brancas, depois de estar fora da vitrine era uma merdinha mole que sabia mal como tudo. 

Amuei e voltei para o quarto. Pelos vistos, eu e a patrícia vivíamos lá. Aquilo era uma espécie de estalagem, gerida por uma prima da minha avó que eu não vejo desde que chuchava no dedo e arrotava no berço, mas tinha um ar tão ou mais velho do que o bar. 

Alguém tinha mexido nas minhas coisas, tinham-me roubado o relógio e eu estava amuada que eu sei lá. Então contaram-nos, a mim e à outra bicha, uma lenda qualquer sobre o ovo de uma fénix na estalagem, coisa importante que ainda não percebi em que é que poderia estar relacionado com o desaparecimento do meu relógio. 

Mas a parte que revela a deficiência maior no meu pequeno cérebro, foi quando nós fomos à casa de banho. Não consigo explicá-la. Acho que era meio redonda, pelo menos que eu me lembre. E atrás tinha um monte de fardos de palha. Depois do mijatório, eu e a criaturinha fomos lá, não sei muito bem porquê, e ela foi para cima da palha, mas eu não conseguia por ser gorda e fiquei cá em baixo aos saltos. E o que havia lá em cima? O ovo da fénix. E a fénix. Não, eu sabia que aquilo não era a fénix, era só a pele dela. Como se a alminha lhe tivesse escapado e ali tivesse ficado o corpo, numa coisa estranha que fazia parecer uma moldura, e ela estava numa posição estranha, como que a olhar para o lado. Vá, tipo aquelas posições todas xpto que as pitas fazem para tirar fotos para o fb, estão a ver a cena? Pronto. Esta noite eu vi uma fénix assim.

Ao início, ainda tentei culpar o harry potter, mas digamos que já vou com dois livros de avanço desde a câmara dos segredos e ainda não cheguei à ordem da fénix, por isso não sei de onde veio isto agora. Bem diz a minha mãe que metade da minha família devia estar no sobral cid. O que ela ainda não percebeu é que eu sou o caso mais grave.

ouvi hoje.

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?

domingo, 11 de agosto de 2013

assim também eu

A prova de que os nadadores salvadores são uns seres do mal é que hoje, quando cheguei à praia, estava bandeira vermelha. Mas é óbvio que fui meter os presuntos de molho na mesma, e fiquei surpreendida com o facto de, apesar da bandeira e das ondas serem enormes, o mar estava melhor do que outras vezes em que a bandeira até estava verde. 

Saí. Passado um bocado, tinham mudado a bandeira para amarelo. Voltei à água. Era quase impossível estar de pé à beira mar, as ondas estavam fortes e a puxar pra caralho. Só mudaram a bandeira para confundir. 

sábado, 10 de agosto de 2013

cartas que não vou enviar

Nunca te disse, mas reparei em ti no primeiro momento. 
Por mais que soe a clichê, daquelas coisas que só se dizem para embelezar histórias de amor, juro que é verdade. Reparei em ti ainda antes de saber o teu nome e, de alguma forma que não consigo explicar, percebi nesse momento que podia gostar muito de ti. Somos as personagens erradas da história de amor perfeita. 
Nunca procurei ninguém. Nunca tive um ideal. Contudo, percebi agora que, se o tivesse, encaixarias perfeitamente. Fui descobrindo com o tempo que serias a pessoa que eu teria sonhado se algum dia tivesse traçado um desses ideais absurdos. E digo isto porque quem o faz, acredito que nunca encontre ninguém à medida certa, e eu encontrei-te sem querer e soube que eras tu quem eu não procurei. Foi tão fácil aprender a gostar de ti, que comecei a apanhar-te as manias e os trejeitos, e a apaixonar-me por cada um deles em menos de nada. 
Aconteceu demasiado rápido, se queres que te diga, mas na altura eu nem queria pensar no quanto isso me ia magoar mais tarde. Estava realmente feliz por te ter conhecido. Por ter conhecido alguém como tu, embora me custasse a crer que fosses real. Achava que tinha de estar errada em relação a ti, embora me pareça inútil tentar explicar porquê. Isto porque, se me perguntarem porque gosto de ti, talvez eu nem saiba responder. Talvez eu lhes diga que és de riso fácil e que o teu sorriso desarma qualquer um. Talvez eu lhes diga que ficas adorável quando estas com vergonha, e que és a única que eu conheço capaz de se atrofiar mais do que eu. Talvez eu lhes diga que tens uma voz bonita e que tocas insistentemente na testa quando estas nervoso. Talvez eu lhes diga que pareces ignorar o mundo, mas que qualquer pessoa atenta percebe que és mais sensível do que demonstras. Talvez eu lhes diga que tens gostos diferentes e que não deixas que interfiram no teu mundo. Posso dizer-lhes tantas coisas que eu nem sei. Se calhar, se disser que gosto de ti por isto, é mentira. Não acho que alguma delas seja capaz de justificar o que me fazes sentir - ou talvez precise de todas elas para dizer a verdade. E talvez o possa resumir; gosto de ti, porque és tu e não te mudava por nada deste mundo.

all about happiness

Desde que estou de férias que só sei que dia é ao sábado, porque vejo os meus pais em casa. Ando de tal maneira perdida no tempo, que nem me apercebi de que já é dia 10 e... falta menos de uma semana para eu ver os meus monstrinhos franceses!

ser irritante é

Ser a última a sair da bertrand, quando eles até já fecharam metade da porta e olham com impaciência para quem parece querer lá passar a noite, depois de mais de uma hora em que eles pareciam desconfiar que a qualquer momento eu ia enfiar um livro no bolso onde mal me cabe o telemóvel. Tenho pena que eles não consigam compreender que eu quase tive de roer os dedos quando vi aquela edição linda, linda, linda do anna karenina em inglês, porque se eu a comprasse a minha mãe era bem capaz de ter um esgotamento nervoso.

E então saí só com o pride and prejudice. Ao menos posso-me desculpar com o facto de só ter custado 3,90€ e eu o querer há séculos. E irritei os funcionários. Ten points to gryffindor.

felicidade é

Ontem à noite estive com uma amiga que não via há uns dois anos. Foi como se o tempo não tivesse passado, como se nos tivéssemos visto todos os dias. Soube bem. Soube mesmo muito bem.

não disse

Acho que se nota que começo a deixar de ter tanto tempo para o blog, por isso a partir de agora o número de posts depende de quantos eu consiga agendar durante a noite e por isso os comentários vão demorar 3 séculos a ser aceites. E sim, vou visitar ainda menos. Acreditemos que em setembro eu me torno boa seguidora.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

all about stupidity

Outra prova de que talvez eu não seja de facto uma gaja é que, julguem-me, nunca tive o sonho de casar. Na realidade, acho os casamentos absolutamente inúteis. Não me imagino a investir um balúrdio num só dia, de onde pouco mais se aproveita do que a comida.

Não entendo essa necessidade de se assinar um papel à frente de toda a gente para mostrar que sim, que nos amamos muito e que queremos ser felizes para sempre. Convenhamos que todos queremos ser felizes para sempre e que não é um papel e uma troca de alianças - e a propósito disto, também não me imagino a ser a esposa dedicada que usa exibe a aliança às amigas como prova de que anda bem fodida e que é muito feliz. A anilha não durava uma semana no meu dedo, e se for para tirar fotos, podemos fazê-lo em frente ao espelho da casa de banho. Ou se o fetiche for vestir um vestido de noiva, até se pode experimentar um e tirar fotos em frente ao provador da loja. Qualquer coisa é preferível a investir tanto numa assinatura só porque sim.

Por isso, em vez de me pedirem em casamento, ofereçam-me uma viagem porque ao menos vou poder mostrar-me genuinamente feliz. Ou um gato. Juro que já sou feliz com um gatinho. Aliás, é mais certo eu ter vinte gatos do que haver um gajo, mesmo que cego, a tentar levar-me ao altar, mas sei lá, pareceu-me bem avisar. 

brainstorm

Lembrei-me de repente que faz hoje um mês. E doeu outra vez pela certeza de que ele já não se lembra, de que não fez diferença nenhuma tê-lo feito ou não. Tenho-me tentado convencer de que não faz mal, de que não me importo, mas esse pensamento está lá, pronto a saltar nos momentos mais imprevisíveis e tentar estrangular-me outra vez, porque a cada dia que passa, estou mais longe ainda. Se é que ainda há forma de me afastar mais.

eu nunca vou ser uma gaja decente

As outras fêmeas humanas a escolher uma mala: ora bem, esta fica bem com o meu vestido azul e por isso posso levá-la ao casamento da claudete, e também fica bem com as minhas calças novas se eu levar aquele top todo giro, e ainda fica bem com aquele casaquinho que eu comprei só para sair à noite, mas tenho de levar outra mala para os meus calções porque esta cor não fica bem e...

Eu a escolher uma mala: é preta e cabe um livro. É perfeita.

E isto porque comprei uma mala gira que só ela, e só depois é que reparei que não cabe um livro e que por isso, a não ser para saídas à noite ou para sítios onde a probabilidade de eu precisar de um livro serem poucas, terei mesmo de levar uma mala enorme, e é frustrante. 

um dia, um dia

O problema do verão é que agora há gente a falar francês em todo o lado onde eu vou e a) isso deixa-me ainda com mais saudades dos meus monstrinhos porque ainda nem sei quando é que eles chegam, e b) deixa-me com um bocado de inveja. Sei lá. De todos os meus sonhos a longo prazo, acho que o maior é mesmo o de sair do país, de visitar, de conhecer algo novo. 

Não escolhi portugal para nascer, mas posso escolher o sítio a que quero chamar casa, e desde sempre quis fazê-lo longe. Não é por mal, mas quero muito mais do que portugal me pode oferecer. Quero entrar nesse vaivém movido pela saudade.

acabar e recomeçar

Se tivesse de me descrever agora, utilizaria uma metáfora que vos pareceria exagerada. Sou os escombros de um furacão, e não gosto disso. Prefiro quando sou eu o furacão, quando sou eu quem choca, porque me é infinitamente mais fácil esconder a minha preocupação quando magoo alguém, do que a dor quando sou eu a única a sair mal.

Se me perguntassem o que aconteceu, responder-vos-ia que aconteceu tudo. Mais uma vez, começou a acontecer tudo ao mesmo tempo. Está tudo tão errado que eu me perguntei várias vezes nos últimos dias se há forma de eu ficar mais infeliz do que isto. Bem, entretanto desisti, porque é óbvio que há, e mais vale nem lembrar o diabo disso porque eu só conto ir para o inferno daqui a muito tempo e já está suficientemente mau assim. 

Acho que foi a primeira vez que deixei tantas mensagens sem resposta. E - aos que por aqui passam - o meu obrigada. Reparei hoje que deixei gente pendurada, e lamento isso, mas não estava nem estou com vontade de remexer no assunto. Hoje não. Talvez amanhã ou depois, mas agora preciso de esquecer isto.

E isto é porque eu reparei que não só quase abandonei o blog, como valia mais estar quieta do que continuar a escrever posts que levassem as pessoas a pensar que estou à beira do suicídio. Escrevi isto para me lembrar de que não gosto de ser esta pessoa que tem ataques de choro em público e não consegue controlar. Não sou isto, não sou. Não nasci para ser os escombros, nasci para ser o furacão e, onde quer que eu vá ter de procurar forças, hei de a encontrar. Vou ser eu a abalar o mundo, e não o contrário. Custe o que custar.

cartas que não vou enviar

Nunca liguei aos entendidos que juravam a pés juntos que as pessoas entravam todas na nossa vida por alguma razão. Sei lá, não me parecia lógica essa necessidade de atribuir um significado a um qualquer encontro casual. Até que te conheci. 

Talvez eu não te volte mesmo a ver o que, infelizmente e mesmo nos momentos em que estou otimista, ainda me parece a hipótese mais provável, mas fizeste a diferença na minha vida. Fizeste mesmo. Se eu algum dia te pudesse explicar porquê, se valesse a pena fazê-lo, ficarias surpreendido com as voltas que o mundo deu, e com toda a estranheza da situação. Culpa a febre ou culpa o meu estado mental nos últimos dias, mas agora eu acredito mesmo que tenhas entrado na minha vida por uma razão.

No meio de tantas decisões erradas, tu chegaste para me resolver. Desculpa se não consigo fazer-me entender, mas não consigo explicá-lo de outra forma. Percebi contigo - ou graça a ti - que estava presa a alguém que não tinha nada mais para me oferecer senão sofrimento. Estava presa a uma ideia completamente errada. Tinha uma ideia errada das pessoas.

Não sei. Percebi graças a ti que há pessoas melhores do que aquela a quem me deixei prender. Que há pessoas que valem realmente a pena - e é exatamente por isto que me custa tanto saber que nunca me olharias duas vezes. Porque tu vales realmente a pena, apesar de eu não estar certa de que o saibas ou de que eu algum dia te conseguisse explicar porquê, e tenho a certeza de que me vou lembrar de ti com carinho, porque me marcaste de uma forma boa. Tão boa, que é ainda mais difícil assumir que acabou. Verdade seja dita, apesar de tudo, até eu o percebi tarde demais. Detesto deixar-me cair em clichês, mas tenho de confessar que só percebi o quanto gostava de ti, no dia em que percebi que não te voltaria a ver.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

seres raros de inteligência escassa

Este post vai dar-me direito a um lugar na front line no inferno, mas não faz mal. Por mais anos que viva, acho que nunca vou ser capaz de compreender o que vai na cabeça das pessoas, e as estranhas prioridades que elas criam. Ou aquilo a que dão importância. Tipo aquela miúda que se suicidou porque recebia insultos no ask. E o pai que agora que culpa os administradores. Meu caro, o teu rebento devia muito pouco à inteligência, ou não se teria matado por isto.

Só tem um ask quem quer. E quem tem já sabe que, regra geral, vão acabar por ser insultados a torto e a direito, às vezes até por gente desconhecida. E sim, eu já o fiz, essencialmente porque acho o conceito estúpido tendo em conta a forma como, na maior parte das vezes, aquilo acaba. Percebam que ninguém quer saber a vossa cor preferida ou quantas vezes cagam por dia. A sério. Se as pessoas lá vão, das duas uma: ou sonham fazer-vos um assalto à cueca, ou detestam-vos e vão fazer de tudo para vos irritar. Não gostam? Apagam o ask. Fácil, fácil. Agora não venham culpar este e aquele porque fizeram uma rede social onde as pessoas são vítimas de cyberbulling e o caralho. Se vocês se metem a jeito, aguentem-se. Não sejam ridículos.

brace yourselves

Ando por aí a arrastar-me pelos cantos a chorar baba e ranho, qual maria madalena, e agora também decidi começar a ficar constipada, porque é verão e me parece giro ficar doente. Ou isto passa mesmo quando eu puder voltar a sentir-me o real macho, ou a humanidade não estará cá para dar as boas vindas a setembro. Estou só a avisar.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

a próxima é uma casa mortuária em dia de festa

Não é que eu seja estranha nem nada, mas sempre quis entrar num cemitério à noite. Em parte, acho que tal se devia à minha desconfiança em relação a tanto silêncio. Também não é que eu seja tagarela, mas sempre me pareceu muito suspeito que um sítio com tanta gente, fosse tão sossegado, e então estava mais do que preparada para desvendar o segredo dos pés juntos, e revelar ao mundo que o cemitério vira um bar de strip durante a noite. Aquelas velas vermelhas são só para dar um ar erótico à coisa.

Ainda não foi desta que consegui comprovar a minha teoria. Acabei de chegar do cemitério, e continuava tudo pacato, com um ambiente meio morto. Eu e a patrícia ainda subimos para cima de uma campa e começamos a despir-nos, mas percebemos depressa que nos ia fazer muito mal à autoestima começar a nossa carreira no meio daquela gente que, claramente, não tem olhos na cara para apreciar o nosso talento.

Anyway, já posso acrescentar isto à lista de coisas completamente estúpidas que fiz, sem que consiga perceber o que me motivou a fazê-las. Eu já entrei num cemitério à noite. 

mad, young lady is mad

No primeiro dia de aulas, vou emitir um comunicado de alerta máximo para que os meus queridos coleguinhas se afastem de mim todos os meses durante a altura crítica em que sou dolorosamente relembrada da minha condição de fêmea humana. Nesses dias, não quero que me falem, que me olhem, ou sequer que cometam a ousadia de respirar na minha presença, sob pena de serem todos brutalmente assassinados. 

Sério. Não estou para brincadeiras.

não disse

Comprei uma t-shirt de gajo porque era gira e custava 2€. Lamento.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

fui para o inferno sem sair do sítio, só pode

Se se quiserem sentir bem com vocês mesmos, pensem em mim, que andava há semanas a tentar evitar pensar no dia de hoje, e acabou por se revelar bem pior do que aquilo que eu esperava. Ora, tenho andado tão nervosa nos últimos dias que, além de não dormir desde não sei quando, ainda provoquei o início da terceira guerra mundial no meu útero o que, diga-se, consegue fazer com que todos os acontecimentos dos últimos tempos me pareçam ainda piores do que já são.

Aliado ao mais recente acontecimento e ao facto de já estarmos no meu 287289º ataque de choro compulsivo hoje, acho que vou procurar mesmo a faca e tentar a pontaria à carótida. Não era a única a lucrar com isso.

não me chateiem,

Eu não queria ir. Não estava preparada para aceitar tamanha mudança na minha vida. Barafustei, amuei, fui contrariada. Quando lá cheguei, ouvi o pior que me podiam ter dito; as probabilidades de correr bem, são mínimas, e deixar-me-ia ainda com mais mazelas. Percebi nesse momento que o meu medo de mudar não é nada comparado ao meu medo de ficar assim para sempre. Entre tantas pessoas, porquê eu? Será que eu não mereço mesmo uma oportunidade para ser feliz? Foda-se, estou cansada disto.

Saí a chorar do hospital e quase fui atropelada. Infelizmente, atravessei a tempo.

cartas que não vou enviar

Onde estás tu?
Passou tanto tempo desde a última vez que te vi, que sinto os dias a passarem por mim lenta e dolorosamente. Custa-me tanto não saber nada de ti, custa-me tanto ter essa certeza de que não vou voltar a saber nada de ti, que me sinto a sufocar nos meus próprios pensamentos. Tenho tentado não pensar em ti. Espanta-te - há momentos em que funciona. Há mesmo momentos em que, delicioso engano, pareço estar a recuperar. Mas não estou. Ainda não. Ainda dói demasiado.

Lembro-me de ti uma e outra vez pelos mais pequenos motivos, recordo conversas completamente insignificantes. Descubro coisas que te queria contar. Houve sempre tanto que eu te queria dizer, mas perdia sempre a coragem quando olhava para ti e percebia que não ia importar. O meu maior erro é que aprendo mais facilmente a gostar dos outros do que de mim, e quanto mais gostava de ti, mais detestava tudo em mim. Além de detestar todo o meu exterior, revoltava-me sempre um bocadinho mais de cada vez que te tentava falar e fazia asneira. Desculpa. Nunca fui boa com as palavras. Nunca fui boa com conversas, e tu entorpecias-me demasiado.

Não posso jurar que sei ser diferente. Aliás, não me adiantaria de nada jurar o que quer que fosse agora. Não importa. Tenho tentado convencer-me disto uma e outra vez, mas não consigo deixar de ter vontade de te falar. Venho aqui escrever, mas sinto que as palavras começam a perder a força e o sentido, que começam a escassear as minhas próprias forças. Pela primeira vez, eu sei que este é um beco sem saída. Sei que nada mais posso fazer, mesmo que quisesse. E de nada me adianta pensar que fiz tudo o que podia, bem mais do que podia até. Sobra-me o arrependimento e a vontade de me desfazer em desculpas. E soma-se a dor de saber que nem isto importaria - porque, foda-se, em algum momento importou, ou conseguiste esquecer-te no dia a seguir? É a certeza de que enterraste o assunto no dia em que soubeste que eu era um caso mais do que arrumado, que me consome aos poucos.

Talvez eu esteja um bocadinho louca, para continuar a escrever-te. Talvez isto abra ainda mais a ferida, mas não consigo parar. Sei que não te disse tudo. Sei que, na realidade, nem te disse nada, e sinto falta disso. Sinto que preciso de me explicar, mesmo que nem nunca venhas a ler, ou mesmo que acabes a lê-lo com desprezo. Que posso eu fazer? 

Acho que nunca te agradeci o suficiente. Para ser franca, nem o posso fazer, porque não posso explicar o quanto me fizeste bem. Apesar de tudo, não te culpo de nada. Mostraste-me que aquilo que sentia por alguém que eu jurava a pés juntos ter sido a pessoa que mais me marcou, não era nem uma migalha do que conseguia sentir por alguém. E ensinaste-me isso talvez da pior forma, dadas as circunstâncias, mas ainda assim, devo-te a certeza de que aquela pessoa não vale absolutamente nada quando comparada contigo. Desculpa, mas ainda me pareces uma das melhores pessoas que eu algum dia tive o prazer de conhecer. E só lamento não conseguir retribuir nunca aquilo que me fizeste sentir. 

Sei que um dia isto não vai ter qualquer significado para mim, que vou acabar por esquecer-me de quem tu eras e do que eu senti, mas agora eu sinto cada palavra que escrevo para ti. Não é exagero nem clichê. É a verdade. Tenho saudades tuas, mesmo que nem consigas compreender em que medida é que me poderias fazer falta. E eu até te explicava, mas creio que não valha a pena. Tenho saudades tuas, e dou por mim a procurar-te mesmo em sítios onde sei que não estás. Vejo-te noutros corpos, ouço a tua voz noutras pessoas. Sei lá. E, de cada vez que ouço o teu nome, sinto o coração em alvoroço, e viro-me à tua procura. Olho em volta, mas tu não estás. Tu nunca estás, e preciso de me convencer que não estarás nunca mais. Mas... onde estás tu?

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

geek's problems

Devido à minha falta de vontade de me arrastar até à escola de condução, resolvi que hoje ia ficar a ler o livro de código e a estudar pelas fotocópias que a mulher me deu e tudo e tudo, e que no fim ainda vinha fazer testes como boa menina que sou.

É óbvio que isto era o plano perfeito, não fosse dar-se o caso de eu ter tido a infeliz ideia de me refastelar na espreguiçadeira, local onde costumo vegetar a ler. Foi meio caminho andado para eu pensar no pobre do harry que está prestes a ser convidado pelo ron para ir à taça mundial de quidditch, e não posso abandoná-lo no sofá agora.

Minhas caras alforrecas, isto é deprimente, mas começo a ter a sensação de que vou aprender mais depressa a conduzir uma vassoura do que um carro.

quero um beijo de um dementor.

É possível existir-se sem alma, sabes? Desde que o cérebro e o coração continuem a funcionar. Mas deixa de se ter memória e sentido de identidade. Não há possibilidade de recuperação. Existe-se apenas como uma concha vazia. E a alma foi-se para sempre, perdeu-se.

J. K. Rowling,
harry potter e o prisioneiro de azkaban

pareço burra mas evoco um patronus a dormir

Não quero parecer anormal nem nada, mas consegui a proeza de voltar a sonhar com o harry potter. Desta vez, tinha um dementor a aproximar-se de mim, e eu estava toda aflita a gritar expecto patronum. Sem varinha. Só a gritar. 

Sou triste.

não estou de mau humor nem nada

Ontem podia ter passado o dia na praia, mas não. Não, porque wild primo fez anos, e dar os parabéns pelo telefone não chega. É preciso ser torturada com festinhas de aniversário e mulheres com bigode que insistem em dizer-me que eu cresci imenso, que já nem me reconheceriam se não fosse a minha mãe, que da última vez que me viram, ainda usava fraldas.

É. Às vezes as pessoas crescem. 

domingo, 4 de agosto de 2013

geek level: 972976856

Esta noite tive um sonho que misturava harry potter com star wars. E é que eu nem gosto por aí além de star wars.

something's wrong with me

Eu sei que a minha alma já não tem salvação quando dou por mim de vestidinho em todo o tipo de festas. Não, não, não. Foda-se patrícia, és ou não és um macho com o azar de ter de mijar sentado?

Oh deus.

what goes around, comes around

Ela acha que toda a gente a adora. Ou pelo menos, age como tal. A verdade é que, de cada vez que a leio, ela está a criticar qualquer evento social. Ou porque aquilo é uma merda, ou porque quem lá vai é parvo, ou porque não sei o quê. Ora, quem não a conhecer minimamente, pensa que ela não gosta mesmo daquilo, mas não é preciso saber muito sobre ela para perceber que é mentira.

Ela só fala mal, porque ninguém a suporta e não a convidam para nada. Paciência. Não tivesse a mania de que é melhor do que toda a gente. Convenhamos que ninguém quer sair com gente mal fodida.

como identificar estrangeiros

Se usam t-shirts/bonés da seleção nacional e falam de portugal com muito orgulho, é porque não vivem cá. É tiro e queda. 

sábado, 3 de agosto de 2013

não quero parecer desmancha prazeres

Acalmem lá o pito porque os irmãos guedes são feios que dói. E de barba grande então, nem se fala.

hoje fiz stonecakes

Como sempre que me dá para a deprimência, acordei com vontade de me armar em fadinha do lar e enfiar-me na cozinha a fazer bolinhos, porque sou estúpida e ainda acho que um dia vou ganhar jeito. 
Já que a lani queria uma foto dos meus cupcakes, eu tirei a foto assim que eles ficaram prontos, com o telemóvel. Claro que a câmera do dito não vale um caralho, e a foto tem uma qualidade extraordinária.


Mesmo assim - surpreendam-se - a qualidade da foto é claramente superior à qualidade daquela espécie de cupcakes que eu tentei fazer. Além de as formas serem moles que eu sei lá e eu as ter deixado tortas por causa das bordas do prato, e isto ter conferido aos bolos o aspeto mais raquítico que consigam imaginar, estão completamente intragáveis, ao ponto de me parecer que se os tentar dar ao gato, ele me arranca o fígado. 

Isto porque a patrícia é gente teimosa e orgulhosa que dói, e achou melhor não pedir ajuda a ninguém. Sei lá, fiquei a desconfiar de uma receita que só dizia blábláblá, enfie-os 3 minutos no microondas a alta potência. O que é que é uma potência alta? 600? 700? Então pronto, meti o microondas no máximo, mas achei que era mais seguro deixá-los 5 minutos. O resultado? Deixei de ter cupcakes para ter uma espécie de stonecakes.

Bah, cozinhar é demasiado girly para mim. Vou-me dedidar à pesca,  adios.

may i ask why?


Sempre tive a sensação de que esta gente vem ter ao meu blog de cada vez que o site de pornografia está em manutenção. Lamento, meus filhos, mas aqui é só gente decente. Eu disse que a cinderela era drogada, não disse que ela era puta, e muito menos uma atriz porno, estamos entendidos?

Ide-se foder, ide.