A escolha é tua; prometo não te tentar prender. Dar-te-ei toda a liberdade do mundo, todo o tempo que te for preciso, para arrumares a tua roupa, encaixotares todos os teus jogos e despires a minha casa, e a minha vida, de ti, de uma vez por todas. Prometo observar-te de longe, sem interferir, enquanto rasgas - uma a uma? todas de uma vez? - cada recordação que ainda te possa fazer balançar. Estarei calada enquanto me apego a um deus qualquer que me conserve o teu cheiro nas almofadas durante mais algum tempo, e te faça esquecer de alguma coisa que te faça voltar.
E quando tiveres arrumado tudo na bagageira do carro, eu estarei à porta à espera que me entregues as chaves de casa antes de ires embora sem olhar para trás - prometo não chorar. Prometo não pedir que fiques. Prometo não pedir que voltes. A porta está aberta de par em par, para se quiseres sair - e deixo-a entreaberta para o caso de te lembrares de que te esqueceste de me levar contigo.
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