Habituei-me de tal forma a pensar o pior das pessoas, que nunca consigo tomar uma aproximação como inocente. Acho sempre que, das duas uma: ou querem alguma coisa, ou é só para gozar. E então sou má, realmente má.
Tipo aquele rapazito que decidiu começar a falar comigo, do nada. Sempre o achei um bocado estúpido e era mais do que óbvio que ele não se metia comigo porque tinha ficado interessado em ser meu miguito foréber do nada - por isso era igualmente óbvio que a patrícia tinha de ser a coisa mais cabra que podia existir, tratá-lo mal, mostrar-lhe dezoito vezes por minuto o quanto não gostava dele. Ele acabaria por desistir de vir ter comigo se percebesse que eu nunca lhe daria aso para gozar comigo, certo?
Não desistiu. E, na semana passada, surpreendeu-me mesmo - afinal, não estava mesmo a gozar. Et voilá. Desarmaram-me outra vez. Um dia eu ainda viro boa pessoa.
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