segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

dos segredos mais profundos


Provavelmente, eu já nem devia pensar nisto, mas até o fígado se me contorceu quando li este segredo do shiuuu - foda-se, eu já estive ali. Há uns tempos, falei disso a gozar, mas a verdade é que foi das piores coisas que me podiam ter feito.

Já se devem ter passado uns dois anos e eu continuo a não perceber o que raio tinha eu na cabeça na noite em que achei que me devia declarar no chat do fb. Sei lá, acho que estava cansada dessa mania de esconder tudo o que sentia, de ser fria, insensível e tudo e tudo, por não achar digno de alguém como eu assumir que sim, que também me apaixono e que, mesmo às escondidas, também sofro com isso. Só escolhi a pessoa errada para o fazer.

Tinha 16 anos e a vida nas pontas dos dedos - lembro-me de ter demorado mais tempo a tomar coragem para carregar no enter do que a escrever. E sabe deus o quão ridículo aquilo foi - tão ridículo que nem consigo relê-lo, porque acho que teria vontade de me atirar de uma ponte no dia em que o fizesse. Lembro-me de frases inspiradíssimas como todos sabem que eu sou louca, ou qualquer coisa assim. E sou, mas ele não sabia, nem queria saber. Nem tão pouco era uma boa maneira de desculpar o que sentia por ele. Para vos ser franca,  estou até hoje à espera de que se faça luz e eu entenda como me fui apaixonar daquela forma.

E não, não lhe disse que o amava e que queria ter cinco filhos dele - ridícula, mas não tanto. Disse só que estava apaixonada, e estava mesmo. Ainda que ridículo, foi das coisas mais sinceras que disse a alguém. Pelo menos, a única verdade que me custou a admitir, e mesmo todo este tempo depois, ainda me pergunto porque é que o gajo não teve sequer a decência de me mandar à merda. Até a mensagem mais desprezível merece resposta, e eu teria preferido qualquer coisa a isto. Qualquer coisa mesmo.

Se foi difícil? Foi. E ainda o é, às vezes, mas é mais porque, se eu já não tinha grande autoconfiança antes, agora estou constantemente convencida de que ele está a gozar com a minha cara, e isso custa ainda mais. Magoou-me, mas não me matou - e também sei que parte da culpa é minha. Mas fazer o quê? Já não adianta esperar por uma resposta que não virá nunca. Até porque a pergunta mudou. Aliás, mudou quase tudo, menos o essencial - e é contra isso que eu luto todos os dias.

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