A propósito do post anterior - eu sei cozinhar. Faço arroz e junto-lhe atum, ou faço massa e junto-lhe atum - sou pro. Ok, não. Eu sei mesmo cozinhar, a sério que sim. Não o faço muitas vezes, é certo, mas desenrasco-me bem na cozinha. Depois, sempre que estou triste ou chateada, apetece-me meter-me a fazer bolos e doces, que acabo por não chegar a comer exatamente por estar triste ou chateada. Manias.
Ora, há uns meses, num desses momentos, meti na cabeça que queria fazer cupcakes, mas queria ser toda despachada; vai de comprar formas de silicone e espetar com aquilo tudo no microondas, a ver no que dá. O resultado foi tão desastroso, que não quis voltar a tentar nada que me parecesse duvidoso. Até há umas duas ou três semanas atrás.
Uma amiga minha deu-me uma receita - é, bem que podia estar a falar de lantejoulas e sapatos de verniz, mas lontra que é lontra fala é de comida! -, simples que só ela, que acabava, mais uma vez, com o bolo no microondas. Fiquei de pé atrás, mas enfim, já ia sendo tempo de ultrapassar o trauma do verão. A receita dizia para o deixar entre 7 a 10 minutos a cozer, mas a tal amiga disse que 10 minutos já era de mais.
O problema é que a receita não falava em potência nem nada que o valha, e eu não consigo fazer nada sem me explicarem bem. Desculpem, não consigo. Espetei com o bolo, mais uma vez numa forma de silicone, para dentro do microondas e fiquei a rezar o terço do lado de fora. Fui parando, para o picar. Parecia-me sempre cru. Contas bem feitas, tive o desgraçado do pseudo-bolo uns 15 minutos exposto à radiação, até que o tirei.
Não tirei fotos, não contei a ninguém. Só a gente desta casa sabe como aquilo era - não tinha conseguido um bolo; consegui uma bolacha, XXL, dura como os cornos. Não fosse a minha avó uma excelente pessoa, capaz de comer todas as minhas desgraças culinárias só para não me ver magoada, e aquilo tinha dado um bom disco para atirar ao cão. Acabaram-se as brincadeiras com o microondas, pronto.
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