Entreguei o CV numa loja onde, em boa verdade, nunca comprei nada porque só tenho dinheiro para comprar um saco de plástico da marca - arrependi-me no exato momento em que entrei no antro das bonecas.
Mal me aproximei do balcão, de folhas em punho e a confiança, algures, no fundo de um baú perdido no sótão, dei por mim rodeada por quatro barbies que me perscrutavam com o olhar interrogativo de quem não percebe o que é que um saco de batatas como eu espera poder fazer ali.
Saí de lá com um nó no estômago - imagino que tenham rasgado o currículo mal virei costas, ou que se tenham rido de mim. Aquilo é para meninas bonitas; eu, no máximo, tenho perfil para ser varredora de ruas ou cortadora de fiambre.
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