sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

mensagens que não vou enviar

As coisas são mais fáceis quando eu acredito que és um cabrão sem colhões - não gosto desse teu lado que tem tendência para me fazer derreter. E hoje, não podias tê-lo feito - precisava de mim racional, precisava de mim com coragem para anular o que sinto -, mas correu mal. Há muito tempo que não dava por mim a sorrir sem saber muito bem porquê - mas não podia ter sido hoje. Não podia.

Assim não quero brincar mais a isto. Vamos acabar com o jogo antes que eu (me) perca de vez.
Mother of god.

brincando às adivinhas

E quem é que está a ficar doente pela 98208930ª vez este inverno, quem é? 
Estou a virar princesa.

didn't work

Esqueci-me de que, dado o teor da conversa que quero ter com ele, só vai resultar se eu exterminar metade dos amigos e meter a outra metade - os poucos não-detestáveis - em quarentena. São piores do que lapas, valha-me deus! E pararem de respirar, não apetece, não?

Lá vou ter de andar eu mais uma  semana com dois blogs. Mother of god.

sou filha do inspetor gadget-fêmea

Ainda estou para perceber como é que ela fez isto mas, ontem, a minha mãe ouviu-me tossir e dois minutos depois estava a dar-me chá com mel. Desconfio que a minha progenitora tem super poderes.

coisas de gajas

Não é bem como se o meu ciclo menstrual fosse da vossa conta, mas acho que devo partilhar a minha dor: nunca fui de fazer contas. Sei que o dito período chega sempre no mesmo dia da semana - sextas feiras, se vos interessar saber -, mas nunca sei em qual.

Ora, o problema é que, como tal, eu não faço ideia se é suposto eu meter-me a jorrar sangue hoje ou na sexta que vem, dia em que, só por acaso, talvez durma com várias pessoas. E uma delas é um gajo.

A minha dúvida é: convido o moisés para o caso de ser preciso separar o mar vermelho, ou peço ao noé que me aloje as criaturas na arca, só por uma questão de segurança?

decisões

Decidi que tinha de acabar amanhã com uma história que já deu mais voltas do que as voltas que o mundo dá, antes que se esgotasse a pouca sanidade mental que ainda me resta. O diabo, o meu diabo, tem o olhar mais intenso que já vi e uma voz sexy de causar orgasmos múltiplos a qualquer uma - com este diabo, eu aceitava viver no inferno para o resto da vida. Mas enfim, não dá. Não dá mais.

Se me perguntarem como me sinto com isso, nem eu saberia responder; talvez nervosa, talvez ansiosa, talvez assustada. Passei os últimos três anos a viver em função de uma história que nunca fui capaz de compreender e, por isso mesmo, é-me impossível adivinhar-lhe o fim. Mas prometi a mim mesma que esta seria a última vez que tentaria e que, depois disso, sairia de cena de uma vez por todas; estou apaixonada por ele há demasiado tempo para não tentar só mais uma vez. Só mais esta.

E essa foi a principal razão para eu ter decidido mudar de blog hoje. O término de uma história. O recomeço. Seja o que for que aconteça depois dessa conversa, marcará um ponto de partida, um novo ponto de partida... e por isso mesmo, para o meu próprio bem, está na hora de me esquecer de como cheguei aqui.

De qualquer forma, rezem. Rezem para que, desta vez, corra tudo bem.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

nunca tinha pensado nisso

O namorado de uma amiga minha, que só me conhece do blog, disse que achava que devia ser um bocado fodido ser meu ex namorado porque eu sou bruta, não tenho problemas com as palavras, e, no caso de acabar mal, seria uma tortura discutir comigo. Nunca tinha pensado nisso, mas é capaz de ser verdade. Seja com quem for, deve ser mesmo difícil aguentar uma discussão comigo.

E acho que nunca como hoje eu tive medo dessa minha falta de filtros. Enfim. Oremos.

para começar

É um bocado fodido começar do zero quando já se teve um blog com montes de seguidores e visitas e tudo e tudo. Sabe mais ou menos ao mesmo que mudarmo-nos para uma casa vazia e não termos dinheiro nem motivação para a mobilar; vai levar o seu tempo.

Por enquanto, tudo isto é tão instável quanto o meu humor - ora porque este nome não me convence, ora porque o layout já me começa a enervar, mas por algum lado eu tinha de começar. E podem tirar o cavalinho da chuva - eu sou uma seguidora horrível e não vos vou oferecer produtos da avon nem distribuir o link do meu blog pelos vossos. Interesso-me por coisas que nem ao diabo lembra e passo pelas situações mais vergonhosas alguma vez imaginadas - desconfio que tenho um atraso mental e nunca me contaram. Na prática, sou um bocado louca e não tenciono mudar isso. Aguentem-se.

Por agora, é tudo. 

patrícia, porque é que o stor de química não gosta de ti?, parte mil


ele: blá blá bla, morcegos. estavam dois morcegos pendurados de cabeça para baixo e um pergunta ao outro olha lá, qual foi o teu pior pesadelo? e o amigo responde... diarreia!
...

...

(pausa constrangedora. ninguém se mexe)

ele: ninguém percebeu a piada...
eu: perceber, percebemos. não teve foi piada nenhuma.



Mas, um dia, patrícia aprende a ficar calada, patrícia aprende a controlar os impulsos. Um dia, patrícia até pode vir a aprender a ser a aluna lambe botas que faz tudo para agradar los professorzinhos, patrícia promete.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

manias

Nunca lhe disse isto, mas a minha mãe é a única pessoa que eu deixo que me toque no pescoço. Aliás, é a única pessoa que eu gosto que me toque no pescoço, i don't even know why.

a hora da verdade

Como já disse um trilião de vezes, e com muita pena minha, este blog está mesmo a dar o peido mestre e depois pufff, no more cinderella para ninguém. Contudo, eu volto - pois está claro que volto, que blogger que é blogger sabe que isto é pior do que uma droga - muito em breve. Aliás, tenciono começar de novo antes mesmo de acabar com este, só naquela de me ir instalando.

Por isso, este post é vosso. A caixa de comentários está à vossa disposição para dizerem o que pensam, o que vos apetece, sei lá, o que nunca disseram, porque é a vossa última oportunidade. Quero que saibam qe eu resisto a ódios e ao caps lock mais potente, por isso é na boa, mas lembrem-se de que a minha mãe não tem culpa de nada.Também podem aproveitar para pedir que vos venha buscar quando tiver outro antro - mas, por motivos óbvios, esses comentários não serão publicados. 

So... let the game begin.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

ser gaja também é isto

Há memórias que deviam ficar guardadas num recanto da mente, trancadas a sete chaves e com um aviso de que é mais corrosivo do que muitos ácidos. Memórias que deviam dissolver-se na passagem do tempo, desaparecer - mas não desaparecem. Ou porque marcaram o passado, ou porque são presentes e somos nós quem teima em empurrá-las para um ontem que passou há muito. 

Hoje acordei estupidamente carente, absurdamente triste. Não saberia explicar porquê - ou então sim, mas ninguém entenderia.

pronto, ok

Mãe que é mãe, adora lamber as crias em frente às amigas - e a minha não é diferente. Então, no domingo, estivémos com uma amiga de dona mommy e eu decidi fazer o que sei fazer de melhor - mostrei-lhe que sou portadora de um atraso mental profundo e fiquei a olhar para ela e a sorrir o tempo todo. Admirem-se: eu sou tímida. Sou mesmo. Tenho a mania que me estou a cagar para tudo, mas depois fico estupidamente envergonhada e não sei articular duas frases seguidas. Shame on me.

Pois sô dona amiga foi dizer à minha mãe que eu sou antipática. Então tá bem.

shame on me

É um bocado triste constatar que todos os high scores dos jogos do meu telemóvel pertencem a amigos meus. To-dos. Mas a sério que nem para isto eu tenho jeito? Ah pá.

a prova de que eu sou um doce

- estou cheia de dores de estômago, deve ter sido a sandes de atum que me fez mal.
- tu és super sensível. mas é só no estômago!

...
...
...



Se calhar, já vai sendo hora de eu aprender a controlar o meu bitchy mood - porque quando começam a ser amigos a queixar-se, o caso está mesmo muito mal parado.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

dos segredos mais profundos


Provavelmente, eu já nem devia pensar nisto, mas até o fígado se me contorceu quando li este segredo do shiuuu - foda-se, eu já estive ali. Há uns tempos, falei disso a gozar, mas a verdade é que foi das piores coisas que me podiam ter feito.

Já se devem ter passado uns dois anos e eu continuo a não perceber o que raio tinha eu na cabeça na noite em que achei que me devia declarar no chat do fb. Sei lá, acho que estava cansada dessa mania de esconder tudo o que sentia, de ser fria, insensível e tudo e tudo, por não achar digno de alguém como eu assumir que sim, que também me apaixono e que, mesmo às escondidas, também sofro com isso. Só escolhi a pessoa errada para o fazer.

Tinha 16 anos e a vida nas pontas dos dedos - lembro-me de ter demorado mais tempo a tomar coragem para carregar no enter do que a escrever. E sabe deus o quão ridículo aquilo foi - tão ridículo que nem consigo relê-lo, porque acho que teria vontade de me atirar de uma ponte no dia em que o fizesse. Lembro-me de frases inspiradíssimas como todos sabem que eu sou louca, ou qualquer coisa assim. E sou, mas ele não sabia, nem queria saber. Nem tão pouco era uma boa maneira de desculpar o que sentia por ele. Para vos ser franca,  estou até hoje à espera de que se faça luz e eu entenda como me fui apaixonar daquela forma.

E não, não lhe disse que o amava e que queria ter cinco filhos dele - ridícula, mas não tanto. Disse só que estava apaixonada, e estava mesmo. Ainda que ridículo, foi das coisas mais sinceras que disse a alguém. Pelo menos, a única verdade que me custou a admitir, e mesmo todo este tempo depois, ainda me pergunto porque é que o gajo não teve sequer a decência de me mandar à merda. Até a mensagem mais desprezível merece resposta, e eu teria preferido qualquer coisa a isto. Qualquer coisa mesmo.

Se foi difícil? Foi. E ainda o é, às vezes, mas é mais porque, se eu já não tinha grande autoconfiança antes, agora estou constantemente convencida de que ele está a gozar com a minha cara, e isso custa ainda mais. Magoou-me, mas não me matou - e também sei que parte da culpa é minha. Mas fazer o quê? Já não adianta esperar por uma resposta que não virá nunca. Até porque a pergunta mudou. Aliás, mudou quase tudo, menos o essencial - e é contra isso que eu luto todos os dias.

e tonta que eu sei lá

Devia estar a estudar mas, ainda gostava de perceber porquê, mas estou enjoada desde ontem à tarde, cheia de dores de barriga e sinto que vou vomitar em cima do teclado a qualquer instante. Ou comi alguma coisa estragada, ou recebi uma visita do espírito santo e nem reparei. Oremos.

ma petite princesse

Outra prova de que afinal eu até faço mesmo parte da família, é que a minha monstrinha - leia-se A monstrinha, porque chamar-lhe princesa aqui é piroso mas fica a ideia de que ela ocupa um lugar de destaque - é mesmo minha prima. Pelo menos, já nasceu a saber o que quer. Comme moi.

Então, lá por alturas do verão, andava eu a babar - pronto, posso não morrer de amores por crianças, mas os meus monstrinhos são meus, pá! derretem meu córassom - e, não me lembro porquê, disse je t'aime à monstrinha. Claro que ela podia ser fofinha e dizer je t'aime aussi, ainda a escapar-lhe aquele auchi adorável aos 3 anos - mas não, porque quem sai aos seus não degenera, e a miúda responde-me merci, ça c'est gentil!

E isto é tão, mas tão eu, que é impossível não derreter ainda mais com a miúda. 

sempre assim

A justificação para a maior parte das coisas que faço é sempre a mesma - apeteceu-me. É incrível como me apetece sempre fazer merda. E faço. Porque me apetece. Estúpida.

derreto o meu dinheiro todo em livros, geez

Tenho andado tão ocupada que nem sequer tenho lido - yup, parece que ganhei uma vida mesmo. Acontece que tenho ali o todos os nomes pendurado há imenso tempo nos primeiros capítulos porque ou nunca há tempo ou nunca há paciência - mas eu odeio desistir de livros que comecei a ler. Não me perguntem porquê, mas fico a sentir-me culpada. Manias.

Depois disso, ainda tenho o ensaio sobre a lucidez, que trouxe da biblioteca assim naquela febre saramaguiana que me deu de repente. Apeteceu-me. Mas o cataclismo começou quando ontem encontrei uma feira do livro. Agarrei quatro mas só trouxe dois, sob pena de, mais tarde ou mais cedo, os meus pais me mandarem ir viver com os livros e com os gatos todos para baixo da ponte. E só alguém que goste muito de ler vai compreender aquele orgasmo literário - sim, existe porque eu quero! - de se encontrar livros que se quer há séculos. 

Ou seja, mais uma vez, tenho um trilião de livros para ler e pouco tempo, pouquíssimo tempo. Estou amuada.

normalidade vs patrícia

Um dia ainda gostava de perceber como é que isto acontece - mas desde que pintei o cabelo de acobreado laranja, fiquei com os olhos ali entre o verde e o cinzento. Isto sim, é o verdadeiro 2 em 1; quais lentes de contacto, qual quê?

Olhos-estranhos-pra-caralho ftw!

em contagem decrescente

Como disse no outro dia, este blog tem os dias contados - ou pode não ter, depende; se tudo correr bem, enforcamos a cinderela esta semana. Se tudo correr muito bem, ainda não é desta.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

ups

Desde que aceitei o facto de o meu blog já ser mais mal frequentado do que uma casa de putas e agora andar por aqui todo o tipo de gentinha - da que me conhece e não gosta de mim, da que não me conhece mas também não gosta de mim, and so on - que passei a temer pela minha própria vida. E depois, nos bastidores do antro, começam a passar-se coisas meio estranhas - como posts, referentes a pessoas com quem me cruzo habitualmente, de há não sei quanto tempo, lidos 80 vezes numa só semana. 

Se eu desaparecer, saibam que, possivelmente, me arrastaram para um beco e arrancaram os rins a sangue frio. Só estou a avisar para não ficarem preocupados.

só comigo

A pior coisa que pode acontecer é estar a stalkar as fotos de alguém de quem eu não gosto nem um bocadinho, e acabar por meter gosto sem querer. Boa, patrícia, boa.

a língua que foge para a verdade

Se é verdade que a minha sinceridade brutal às vezes me traz problemas, não é menos verdade que é uma das poucas provas que eu tenho de que, afinal, até nem fui encontrada no lixo. Pelo menos, no que diz respeito à avó.
A primeira reação da ascendente da minha progenitora, quando me viu de gadelha pintada, foi:

- credo, que horror! isso é a cor das abóboras meninas. mais valia teres pintado com o vermelho que querias, não gosto nada desta cor!

E eu podia ficar amuada, mas só me ri. Ao lado dela, sou um anjo.
Ou não.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

tão, tão gaja

Pronto, afinal sou mesmo um bocado gaja.

A ideia era pintar o cabelo de vermelho, do vermelho que eu quero há séculos - não havia. Como quase ninguém quer aquela cor e só a usam para madeixas, não deram importância ao facto de já haver menos de metade de um tubo e eu tinha demasiado cabelo para isso. Pintei-o de acobreado e, sinceramente, gosto mais do que julguei que seria possível.

Depois disso, apeteceu-me cortá-lo. Passei meses à espera que ele crescesse, a amaldiçoar o dia em que o tinha cortado pelos ombros; estava praticamente a meio das costas, como eu queria. Voltei a cortá-lo pelos ombros. Siga.

sobre as conspirações do mundo

Foi no dia em que, pela primeira vez, tive um plano que as coisas começaram a dar para o torto. Sério - tudo o que podia ter corrido mal, correu. Fodeu-me o sistema todo, adiou-me outra vez. 

Se eu fosse outra, diria que isto é o destino a querer dizer-me que não vá por aí, que volte atrás enquanto a minha alma está a salvo - bad luck destiny. Sou mesmo mais teimosa do que isso e as condições adversas só me dão mais vontade ainda de ir em frente com isto. Porque quero.

E vocês não perceberam um caralho mas é na boa. 

anotações

Senta-se ao canto e fica a olhar para toda a gente. Ao mínimo movimento, ri-se, seja do que for, seja porque for, seja de quem for - toda a gente é otária, toda a gente merece ser gozada por ela, tão claramente superior a todos aqueles plebeus inúteis com a mania que são gente.

Pessoalmente, não tenho nada contra a gaja - tirando aquela mania irritante que ela tem de respirar.

lontra sofrida

Eu sou uma lontra obesa, que sou, mas quase que vivo bem com isso - até que vem um tanque de guerra com pernas dizer-me que estou gorda. Estou, é verdade, mas vindo de alguém que tem metade da minha altura e o dobro da minha largura, parece mal.

omw to the hairdresser

Acho que a única vantagem de ter uma autoestima catastrófica é que nunca tive medo de mudar, especialmente o cabelo. Sério. Já tive um  trilião de cortes diferentes, até já embirrei que queria uma franja cortada assim às escadinhas - e depois andei meses com uma ereção capilar, feeling like a freaking unicorn. Já para não falar das cores. Mas estou cansada de corzinhas assim que mal se notam. Cansaaada.

Vou ao cabeleireiro agora. Tenham medo.

e dava jeito

Passo a vida a dizer que sou pouco feminina e tudo e tudo, mas mal vejo um pêlo na benta começo a ficar paranóica e com a sensação de que qualquer pessoa que se aproxime de mim num raio de 3 metros se vai perguntar se não terei feito realmente a tal operação para mudar de sexo e agora sou uma pessoa mais feliz. Que mija de pé.

Depois apercebo-me da quantidade de gajas à minha volta com um bigodaço de impor respeito a qualquer alfredo ernesto que se preze. Pelos vistos, agora é moda.

awkwardness

Podia ser boa ideia as pessoas compreenderem que uma coisa é eu ser despudorada, outra é ter vontade de saber como vai a vida sexual da senhora da rua ao lado. Acreditem: não quero.

poison

No topo da lista das pessoas que eu sou incapaz de compreender, ficam aquelas conas insossas que parecem incapazes de articular uma frase que vá contra aquilo que as massas tomam por normal. Por outras palavras, aquela gentinha que é capaz de tudo e mais alguma coisa só para ser socialmente aceite - nem que isso o faça mais infeliz do que ser diferente.

Na volta, eu penso assim porque nunca tive escolha - nasci diferente, sempre fui diferente e, perdido por cem, perdido por mil, se me vão olhar de lado, ao menos que fiquem cientes de que eu consigo ter uma personalidade bem mais estranha do que já o sou fisicamente. Don't get me wrong - eu não sei o que quero durante dois minutos seguidos, mas ao menos faço o que quero, como quero, nem que para isso tenha de ir contra todos. Por mais medo que eu tenha, por mais que eu hesite, sei que há um momento em que a determinação se apodera de mim e eu me sinto capaz de palmilhar este mundo e o outro para chegar onde quero - e chego. De uma maneira ou de outra, chego sempre. Nem que seja sozinha.

Talvez por isso, sou incapaz de compreender aquelas esponjas que mudam de opinião de cinco em cinco minutos, ao sabor das opiniões de quem os rodeia - e, pior, daqueles que precisam de aprovação para tudo. Sinceramente, mete-me raiva que alguém seja tão domável a este ponto. Não consigo gostar disto. E hoje, não gosto de ti também.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

entendam-no como quiserem

Sobre os dias em que se perde a coragem, sobre os dias em que se desiste - eu já estive um mês à espera de uma resposta. E, todos os dias, mal acordava, eu dava por mim de telemóvel em punho para ver se, finalmente, ela tinha chegado. 

Mal dormia. Chegava a levantar-me a meio da noite, só para confirmar que não teria chegado entretanto - era importante. Era mesmo. E, durante um mês, eu cheguei a chorar de desespero, porque, mais uma vez, tudo estava a correr mal. Como sempre.

E então, um dia, desisti. Prometi a mim mesma que não ia esperar mais, que não ia tentar mais - que se fodesse a resposta, queria lá saber! Era na boa. E juro, juro, que consegui deixar de pensar nisso, consegui deixar de estar vidrada, consegui abrir o email casualmente sem a mesma ansiedade do costume.

Foi nesse mesmo dia que a resposta chegou.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

lembrei-me

Para os que se perguntaram onde me teria eu enfiado enquanto a patrícia quase teve uma consulta na minha vez, é muito simples: estava com uma enfermeira.

A ideia era ter uma consulta dita normal com a médica de família, mas a mulher marcou-me uma consulta de planeamento familiar - o que, do mal o menos, sempre teve a vantagem de ser à borla. E, apesar de eu não ter estranhado o facto de ter sido uma enfermeira a chamar-me, as coisas começaram a ficar estranhas quando, depois de me trancar no consultório, ela me começa a falar de como devo usar quatro dedos para palpar a mama. Durante o banho dá mais jeito. Ensaboada.

E eu que só queria saber do resultado dos meus exames, que nada têm a ver com mamas nem coisa que o valha, de repente estava a ouvir uma palestra sobre a importância da contraceção e os cuidados que devo ter em relação à variedade de parceiros sexuais. Uhm uhm, claro. Eu tenho mesmo cara de quem tem uma fila de gajos - e gajas, quiçá! - à porta, à espera de me ver de pernas abertas. Pois tá claro que sim. E, repito, eu só queria saber se estava tudo bem - mas a mulher ainda me diz que podia fazer uma citologia. Não, a sério, obrigadinha. Agradeço o convite, mas acho que passo bem sem isso.

ali às voltas sempre

Há alturas em que a ideia de marcar um encontro a horas certas me parece a ideia mais apetecível do mundo - encontrar-te sem ter de esperar que seja o acaso, ou a sorte, a trazer-te, mas não acho que fosse capaz disso. Não gosto desse controlo, não gosto do mundo a girar à volta de três ponteiros, ou só dois, que insistem em girar também, mesmo quando deviam parar, voltar atrás, atrasar-se, sei lá. Afinal, só preciso de mais cinco minutos - mais cinco minutos para sair da cama, mais cinco minutos para me vestir, só mais cinco minutos para respirar fundo e pensar se é isto que quero. Só mais cinco. Então, acabaríamos sempre por nos desencontrar. Não temos nada de regular, de controlado, de normal - não saberíamos como caminhar sobre uma linha. Deixemo-nos ir. Lá acabaremos por nos encontrar, ou por desencontrar, vais para norte e eu para sul, voltemos atrás, encontramo-nos no centro um dia destes. Se calhar.

veritaserum, parte dois

Nunca fui a aluna-lambe-botas que faz de tudo para agradar aos professores. Se querem que vos diga, acho que nunca nenhum stôr gostou muito de mim - à parte da do primeiro ano que foi a única pessoa que achou que eu era inteligente, e até me tentou passar do 1º para o 3º. Ainda hoje a adoro, ámen. 
Depois temos o stôr de química. Eu podia mesmo tentar ser simpática e fingir que nem me apercebo que ele nos julga atrasados mentais por não percebermos um caralho de química - mas não consigo. Epá, não dá. E depois, acontece isto:

ele: ó patrícia, tu achas que vocês ficam desmotivados por eu vos andar sempre a chatear?
eu: não, nem por isso...
ele: não?
eu: não. nós já estamos desmotivados desde o início.

Escusado será dizer que ele me adora.

sou mais estranha do que tu

Ontem de manhã, depois de a minha mãe me ter acordado e tentado convencer com argumentos racionais de que era mesmo melhor eu decidir-me a levantar, voltei a adormecer. Não devo ter dormido mais de cinco minutos - mas foi o suficiente para dar comigo a sonhar que estava no funeral de não sei quem e que era prima do mandela que, por sua vez, estava a discutir com o morgan freeman.

Não sei se tento uma terapia intensiva ou se me atiro da ponte de uma vez por todas. Acho que já não tenho salvação possível, mother of god.

e eu nem gosto da música.

Now, i have finally seen the end and i'm not expecting you to care, now that I have finally seen the light
but i have finally realised i need your love.


Yes i know i can't be wrong, maybe, i'm too headstrong
Our love is... madness.

mensagens que não vou enviar

Não és mais nem menos do que ninguém; não tens os olhos mais bonitos, não tens o sorriso resplandecente nem a personalidade mais adorável. Não tens. Há pessoas melhores do que tu, mais bonitas, mais inteligentes, mais interessantes - e, ainda assim, no meio de todos eles, é a ti que eu escolho sempre.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

passados acabados

Às vezes, ainda dou por mim a olhar para o autocarro onde o via chegar todos os dias, à espera de o ver sair. Já não lhe sinto a falta, na maior parte dos dias, mas hoje achei que o tinha visto mesmo - e senti o coração na boca outra vez. Afinal ainda há dias em que lhe sinto a falta - nesses em que percebo que a maior das complicações que podiam existir, é agora o menor dos meus problemas. Quando me lembro de que era tudo muito mais simples. Mas, verdade seja dita, não tinha o mesmo sabor. E as paixões, como o café, eu prefiro tomar sem açúcar - e que o travo amargo me fique na boca o tempo suficiente para nunca mais me esquecer de ninguém. 

veritaserum*

Ainda está para chegar o dia em que eu vou conseguir ter uma conversa com alguém sem meter a pata na poça, sem dizer a primeira coisa que penso, se é que chego a pensar. 
Como aquele momento em que um rapaz da minha turma me diz que teve 6 no teste de matemática e, doce que só eu, a única coisa que me ocorre dizer é ahhh, mas eu pensava que eras inteligente!

...
...
...
...

Okay, eu vou mesmo acabar sozinha com 20 gatos e uma casa a cheirar a bolas de naftalina.

*se não souberem o que é, podem dar meia volta e sair, muggles!

ouch

Como se já não fosse suficientemente mau aquele tipo de grávidas que acha que tem de postar uma foto da barriga, bem redonda, bem perfeitinha, e com o umbigo ali a servir de torneira do pipo, todo saliente, só naquela de deixar as pessoas com a certeza de que elas engoliram mesmo uma criança, para que não haja quem ouse dizer que a criança foi encontrada no lixo - eu encontrei uma espécie pior.

Desta feita, também tem uma foto grávida, com a mãozinha na barriga, enquanto olhava para a pancinha como se esperasse que de lá saltasse alguma coisa. A variante é que, com palavras subtis, revela na descrição que abortou, espontaneamente, ao que parece. Não contente, a mocinha ainda afirma que o feto "foi ter com os manos". Pronto, ok. Obrigada pela informação.

quando o universo conspira

A minha mãe mete pimenta na comida e diz que se esqueceu, a minha avó oferece-me um café todos os dias - e entretanto, a médica ainda me passa um medicamento que não deve ser tomado por pessoas com taquicardia. Mas há mais alguém a querer matar-me ou ficamos por aqui, uhm?

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

conclusão da noite

Começo a achar que afinal é mesmo verdade que deus quando faz uma panela, faz um testo para ela. Bad luck patrícia. Tudo indica que eu sou uma frigideira.

uma brasa

Tentei acertar o relógio da cozinha - não consegui, para variar, mas pelo menos a temperatura subiu até aos 53º. Depois é que vi que tinha mudado para fahrenheit. Sad girl is sad.

aliás, voltas sempre

A escolha é tua; prometo não te tentar prender. Dar-te-ei toda a liberdade do mundo, todo o tempo que te for preciso, para arrumares a tua roupa, encaixotares todos os teus jogos e despires a minha casa, e a minha vida, de ti, de uma vez por todas. Prometo observar-te de longe, sem interferir, enquanto rasgas - uma a uma? todas de uma vez? - cada recordação que ainda te possa fazer balançar. Estarei calada enquanto me apego a um deus qualquer que me conserve o teu cheiro nas almofadas durante mais algum tempo, e te faça esquecer de alguma coisa que te faça voltar.

E quando tiveres arrumado tudo na bagageira do carro, eu estarei à porta à espera que me entregues as chaves de casa antes de ires embora sem olhar para trás - prometo não chorar. Prometo não pedir que fiques. Prometo não pedir que voltes. A porta está aberta de par em par, para se quiseres sair - e deixo-a entreaberta para o caso de te lembrares de que te esqueceste de me levar contigo.

é só a coisa mais frustrante

Se estão cansados de tudo mas não encontram ainda motivos suficientes para cometer o suicídio, experimentem o clumsy birds. É tiro e queda.

patrícia chevalier de pas

Tenho aquela paixão assolapada pelo pessoa desde sempre e agora começo a perceber porquê. Acho que até somos um bocado parecidos; fosse o homem meu contemporâneo e a esta hora estávamos a tirar selfies de cabeças juntinhas para botar no feicebuque. 

Às vezes também fico com aquelas manias do gajo, lá do cansaço existencial e assim. Sei lá. Estou cansada de ser, de não ser, de respirar, idek. Um dia ainda tomo viagra e meto-me a escrever poesia - e sim, continuo a afirmar que a ode triunfal foi escrita sob efeitos do viagra. Tenho dito.

aperta o cerco

Não gosto que me contrariem, não gosto de me adiar. Já ontem era tarde - e eu estou realmente cansada de fingir que não noto.

breathe in, breathe out

A minha sorte é estar-me mesmo a cagar para a matemática do 11º. Não fosse isso e era capaz de ficar chateada. Assim, fico na mesma, mas não é por isso.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

então e o teste?

Correu lindamente. Porque não o fiz.

Aparentemente, o stôr esqueceu-se de o imprimir e mudou-o para quarta. Estava tudo certo, não fosse dar-se o caso de eu ter uma consulta marcada para esse dia, a essa hora, há quase um mês. E perder a consulta não era uma hipótese.

E o que é que acontece a seguir? Sô dona lontra vai fazer o teste com outra turma. Com a mesma onde tive de fazer a questão de aula da outra vez - o que é awesome, porque além de ter quatro vezes mais gente do que a minha - e eu ser um bicho anti-social -, a maior parte daquelas pessoas parece adorar-me mesmo. Já para nem falar que começa a parecer perseguição esta minha mania de ir fazer testes com eles. Geez. 

Ósportantos, estou felicíssima e com um humor fantástico. Bah. São vidas.

ironias

Lembrei-me de, há uns anos, ter ido ao porto e me terem perguntado se era de coimbra por causa do meu sotaque. Mas desde quando é que as gentes de coimbra são conhecidas pelo sotaque, pá? Num testou a percebere.

attention seekers

Nunca vou perceber o que é que leva as gajas a postarem no fb new look! de cada vez que vão ao cabeleireiro. Uma pessoa fica sempre a pensar que elas piraram e que foi desta que pintaram a gadelha de verde, fizeram uma permanente e ficaram tipo afro ou então passaram-se e cortaram a pente zero. Entretanto lá mostram o quão diferentes estão, depois de mil e um pedidos para tirarem uma selfie na casa de banho, só para o mundo ver como estão bonitas com o penteado novo.

Depois o cabelo está só um bocado mais curto e mal se nota, mas ok.

pode sempre piorar

O que é que pode ser pior do que as dores de ter um dente do ciso a nascer? Ter dois cisos a nascer. 

E eu ainda não percebi se se escreve siso ou ciso, mas wtv, é aquela cena que dói pra caralho, estão a ver? Isso.

kinda love it

you can't believe all the things i've done wrong in my life
without even trying i've lived on the edge of a knife
well, i've played with fire, but i don't want to get myself burned
to thyn known self be true, so i think that it's time for a change
before i burn in hell.

Mas depois a patrícia só ouve músicas estranhas cantadas por babuínos em trabalho de parto. Sure.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

manias antigas

Habituei-me de tal forma a pensar o pior das pessoas, que nunca consigo tomar uma aproximação como inocente. Acho sempre que, das duas uma: ou querem alguma coisa, ou é só para gozar. E então sou má, realmente má.

Tipo aquele rapazito que decidiu começar a falar  comigo, do nada. Sempre o achei um bocado estúpido e era mais do que óbvio que ele não se metia comigo porque tinha ficado interessado em ser meu miguito foréber do nada - por isso era igualmente óbvio que a patrícia tinha de ser a coisa mais cabra que podia existir, tratá-lo mal, mostrar-lhe dezoito vezes por minuto o quanto não gostava dele. Ele acabaria por desistir de vir ter comigo se percebesse que eu nunca lhe daria aso para gozar comigo, certo?

Não desistiu. E, na semana passada, surpreendeu-me mesmo - afinal, não estava mesmo a gozar. Et voilá. Desarmaram-me outra vez. Um dia eu ainda viro boa pessoa.

o drama é este

Depois de semanas a achar que o sol devia ter emigrado para outra galáxia, hoje o dia está incrivelmente bonito - e eu toda fodida da vida. Porquê? Porque, ah e tal, agora só tenho algumas disciplinas, tenho montes de tempo. Nop, nada disso. Espantem-se - nem sequer tenho lido! Vrai, vrai. Tenho o todos os nomes do saramago ali pendurado quase nas primeiras página. E isto, alforrecas, é o início do apocalipse.

O que se passa é que tenho teste amanhã. Matemática do 11º. E eu tinha decidido dar-lhe pouca importância porque, assim como assim, o exame vai sempre incidir mais na de 12º, e eu quero é sair daquele lagar de azeite o quanto antes. E depois temos a fq e eu não percebo um caralho daquilo. Ou a biologia onde eu já devia ter decidido começar, pelo menos, a ver o 10º ano, e é se quero o exame como prova de ingresso, e não sei para onde me virar primeiro. Estou à beira de um esgotamento nervoso. 

sábado, 15 de fevereiro de 2014

fragmentado

Sempre disse que esperaria por ti mil anos, se preciso fosse, porque acreditava que valeria a pena. E ainda acredito, mas deixou de me apetecer esperar - as pessoas chegam, as pessoas partem, e nenhuma delas és tu. Não te misturaste na multidão, não tomaste o lugar de ninguém no autocarro para vires sentado do lado da janela e poderes ver que estou aqui, no terminal, antes mesmo de teres a oportunidade de me tocar. A espera tornou-se inútil e estou cansada de aqui ficar, todos os dias, a lamentar que não me tenhas levado contigo. Cansei-me do silêncio, dos dias vãos, dos pequenos nadas que são cada vez mais raros. Cansei-me da certeza de que és demasiado inseguro para tentar voltar. Eu sei onde tu estás - e já fiz as malas. Vou ter contigo.

alfredo ernesto aconselha

Não publiquem oito mil fotos dos monstrinhos de berço por dia para mostrar o quão bonitos eles são. Confiem em mim; especialmente se se tratarem de recém nascidos e as pessoas vos disserem que sim, que são muito lindos, que nunca viram uma cara de joelho flácido de um velho de 80 anos mais bonito, provavelmente, estarão a mentir.

Os bebés só são bonitos para quem gosta deles. Falo por mim - os meus monstrinhos eram a coisa mais fofinha do mundo, mesmo quando ainda estavam amarelados, cheios de manchas e todos encarquilhados. Eram lindos e adoráveis porque eu já gostava deles mesmo antes de eles nascerem - mas eram feios, como os outros. Os bebés nascem feios e toda a gente sabe, menos vocês.

Aliás, se algum dia eu tiver um filho, pondero seriamente deixá-lo na maternidade uns três meses, só naquela de o puto ficar mais giro. E espero que seja sobredotado e aprenda também a ir à casa de banho sozinho antes dos seis meses. 

vou matar o batman

Depois dos saltos altos, é o batom que mais me faz ver as gajas como autênticas heroínas. E reparem que me refiro às gajas como se não fizesse parte desse grupo, exatamente por ser uma nódoa para o mundo cor de rosa dos pompons e das unhas de gel. 

Ainda gostava que alguém me explicasse como é que consegue meter batom às dez da noite e às quatro da manhã continuar a aparentar ter acabado de se maquilhar - e, ok, podem  dizer-me que vão retocando mas se eu já acho que pareço a belle dominique de cada vez que tento tingir a beiça com todo o amor e carinho, se tivesse de o fazer 20892892 vezes e, ainda por cima, sangue no álcool, a meio da noite seria facilmente confundível com o joker. 

Para me vingar, meto batom do cieiro desde o queixo até à testa. Uhmmmf!

patrícia e a (a)normalidade dos amigos

eu, a ter orgasmos cerebrais múltiplos enquanto penso no verão: nós vamos! idc como. NEM ONDE DORMIMOS. NEM COMO DORMIMOS. NEM SE DORMIMOS.
ela: OU COM QUEM DORMIMOS!
...
...
...
...
ela, ainda a recompor-se: estava a brincar. achei que lá faltava essa!

(e antes de comentarem lembrem-se de que eu sou a única pessoa com permissão para lhe chamar puta três mil quatrocentas e oitenta e duas vezes por dia. é só)

para acabar

Nos próximos dias, nas próximas semanas... ninguém dormiria de tanta ansiedade. Veriam de novo. Desta vez, iriam realmente ver. Quem seria inseguro a ponto de se prender ao cobertor da cegueira?
Quem seria tão tolo a temer que a sua intimidade fosse perder-se?
blindness

atualização meteorológica da zona centro, como os outros

O ir para fora cá dentro ganha todo um novo sentido quando eu me apercebo de que, graças à chuva, comecei a viver numa ilha. Cuméóbio, estou a exagerar, mas mais um bocado e começo a sair de casa pelo telhado e a saltar para o navio que tenho atracado à porta. Sério. 

Está fodido por aqui, mas hoje está sol. Está um frio do caralho e não acredito que faltem muitas horas para o dilúvio recomeçar, mas está sol e isso já vale por cem dias de chuva. Okay, não. Podem continuar com o solinho que, por este andar, em menos de um mês, pareço albina.

pareceu-me bem

- Vinte sete. 1,60. Cabelos escuros. Olhos castanhos.
- Eu não quero saber como és.
- Mas como podemos conhecer-nos?
- Eu conheço aquele teu lado que não tem nome. É isso que somos, não?

blindness 

blindness

Desde que acabei de ler o ensaio sobre a cegueira que estava mortinha para ver o filme - mas, confesso, julguei que me iria desiludir, que nunca poderia o filme ser tão bom quanto o livro que passou a ser um dos meus preferidos em menos de nada.

Enganei-me. Talvez ter lido o livro antes lhe tenha dado toda uma outra intensidade que quem se limita a ver o filme não experimenta, mas ainda estou meio perdida. Perdida como, antes deste, só dois filmes me deixaram - o mr nobody e o requiem for a dream. Esta também foi a noite em que encontrei um novo filme preferido. Enfim.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

encontrei

eu já tenho perto de 30 anos e, no verão, reencontrei um "amigo" de infância. chamo-lhe "amigo" pois era só isso. ele fazia parte do grupo de amigos da minha irmã, era 1 ano mais velho e, por isso, dava-se pouco comigo, a irmã pita. ele era fantástico: alto, moreno, atlético, tinha um cão, gostava de cinema e fotografia... o típico adolescente por quem qualquer miúda ficava apanhadinha.
quando o encontrei, estávamos na mesma praia. eu, sozinha, ele com amigos e a namorada. ela era toda pernas altas, cabelo comprido ondulado, pulseiras engraçadas, peito excelente, bronzeado à modelo... enfim, fantástica. os amigos estavam a fazer carreirinhas e um outro desporto com uma prancha fininha, cujo nome não sei nem importa.

reencontrei-os 2 dias depois no supermercado e quando estava a falar com eles, o telemóvel dele tocou. ele afastou-se para o atender e eu fiquei, meio parva, ao lado dela, com pouco para falar. apenas nos tinhamos visto durante 1 minuto dias antes e não tinhamos nada para falar. ainda deu uma olhadela ao carrinho das compras deles, mas pensei que fazer um comentário seria inapropriado.

ela disse-me uma coisa que, por pouco, não me vez desatar aos berros: ela disse-me que, quando nos tínhamos encontrado na praia, o namorado (prefiro não dizer o nome) tinha-lhe dito que, quando ele era miúdo, tinha tido uma paixoneta por mim. ele, o rapaz giro, simpático, atlético, sempre rodeado de outros rapazes, "dreamy", tinha uma paixoneta por mim?!? a rapariga que tinha poucos amigos, que estava sempre com os olhos e nariz enfiados num livro, que vestia o 42, que tinha óculos e aparelho e não conseguia dominar o cabelo rebelde? e eu que sempre senti o mesmo por ele?!? não pode ser! mas é verdade.
eu gostava dele e ele gostava de mim. nunca dissemos nada um ao outro. eu achei que ia ser parvo, infantil, imaturo. afinal de contas, ele era amigo da minha irmã, popular, atlético... por que raio haveria de olhar para uma rapariga com excesso de peso, borbulhas, óculos e cabelo desregrado? fui estúpida e parva e agora... nicles pickles.
quando ele se juntou novamente a nós, eu devia estar com uma cara de parva que nem consigo imaginar. seguiu cada um para seu lado e pronto. quando ela me disse isto eu não pude evitar pensar que ele podia ter sido meu namorado, eu podia estar agora com ele no supermercado, de férias. mas não. não estava, e não estarei. ele está feliz com ela e desejo-lhes o melhor de tudo da vida, mas quando ela me disse aquilo, não consegui evitar pensar "e se eu lhe tivesse dito alguma coisa"? talvez eu tivesse sido mais popular na escola, talvez me tivesse dedicado mais à fotografia, talvez tivesse emagrecido porque fazia desporto com ele... tantos "e se" e "quem sabe se".
moral da história e lição para a vida: ARRISCA! ninguém vai lutar por ti pelas coisas que tu não estás disposta a lutar.

Talvez eu nem devesse meter isto aqui, mas encontrei esta história num comentário no shiuuu e achei que era uma boa lambada de luva branca, demasiado boa para ficar ali, perdida. Vale a pena ser lida por todas as miúdas inseguras de cabelo desgrenhado que vivem de nariz enfiado num livro e acham que todo o mundo lhes é superior. Se calhar, é mesmo, sei lá, mas de vez em quando, sabe bem acreditar que não. Só de vez em quando.

na biblioteca


Não é bem como se as minhas skills de desenho fossem muito diferentes das de alguém portador de um atraso mental profundo - e, de resto, eu até acho que sou atrasada e ninguém me quer dizer -, mas não me lixem. O mickey, pronto, até está credível, mas qualquer ser míope percebe que aquela espécie de minnie é o quasimodo disfarçado.

Achei ofensivo.

just wondering

Sou um bocado chata e tenho tendência para me meter a pensar em coisas que nem ao diabo lembram, mas dei por mim a perguntar-me quantas vezes não nos teremos nós cruzado com pessoas que, mais tarde, acabam por se tornar importantes. 

É uma estupidez, eu sei, e acaba por ser absolutamente irrelevante, mas sei lá. É um bocado estranho pensar que me posso ter cruzado um trilião de vezes com as pessoas que agora são, de alguma forma, importantes para mim, sem fazer ideia de que um dia elas iriam ser mais do que desconhecidas. Quantas vezes nos cruzámos antes de nos encontrarmos? 

dói, juro que dói mesmo

E então eu pergunto se as coisas podem piorar para o meu lado, e lá de longe, certamente vindo do além, recebo a divina resposta; pois está claro que podem. E deus mete-me o ciso a nascer, assim da maneira mais dolorosa possível, com direito a dores de cada vez que cometo a ousadia de falar.

É verdade que eu devia aprender a estar calada, mas calma lá que eu preciso de, pelo menos, comer. As minhas reservas de gordura, pelas minhas contas, só vão ser suficientes para me sustentar até ao inverno de 2393. Lontra que é lontra, precisa de se alimentar, pá!

por ser dia 14

Vá, vão lá declarar-se ao morxituh das vossas vidas, vão lá oferecer-lhes um peluche comprado na loja dos chineses, daqueles que uma pessoa aperta e eles mandam um beijinho e dizem ailábeiú. Vão lá passear-se de mãozinha dada, assim em jeito de crónica de uma foda anunciada. Nobody cares. Eu estou muito feliz, a sério.

Quem é que precisa de um namorado quando se tem um cão, oito gatos e um peixe, uhm?



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

séquesse!

Triste é uma pessoa ter de beber mais de um litro de água em pouco mais de meia hora, para depois ficar a agoniar durante mais de uma hora numa sala de espera com a sensação de que, a qualquer momento, vai criar uma lagoa termal à volta, qual miúda do exorcista.

Para culminar, entra, finalmente, na sala, deita-se na maca e depois de mais cinco tortuosos minutos, o médico decide apertar-lhe a barriga, enquanto pergunta com cara de poucos amigos então, tem a bexiga cheia? 

Digamos que não foi o meu melhor momento.

patrícia, porque é que continuas sem amigos?

Já estou tão habituada a ser má que o faço naturalmente, sem pensar no que estou a dizer. Tipo aquele momento em que apanho uma conversa entre um amigo e outro rapaz a meio, e acontece qualquer coisa tipo isto:

eu: quem é que disse que eras sexy?
ele: uma gaja...
eu, com ar sentido: oh... há quanto tempo é que ela perdeu a visão?

...
...
...
...

É bastante fácil adorar-me, as you can see.

há uns tempos, achei bonito

Sentados lado a lado, fazem parte da roda agrupada à volta da mesa. Todos falam sobre nada, riem de tudo, deixam o tempo voar. Eles não se olham, não se falam; participam na conversa quando têm alguma coisa a dizer, riem quando bem lhes apetece - ela mais timidamente, ele mais ausente. Ninguém se apercebe que nenhum dos dois parece prestar realmente a atenção ao que se passa à volta, que parecem estar a viver numa realidade paralela desconhecida dos demais. Reparei que, por baixo da mesa, eles estavam de mão dada. São o segredo um do outro.

god why

Verdade seja dita, eu sou um álbum de momentos vergonhosos - mas aquele momento triste em que me distraí e dei por mim a cantar maldito amor que me enlouquece, às vezes parece que fazes bruxedooooo é demais. Até para mim.

por aqui

Show me how it ends. It's alright
Show me how defenseless you really are
Satisfied and empty inside
Oh, that's alright, let's give this another try

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

vozes e vozes

Há vozes horríveis, monocórdicas, tão sem sal que podem estar a contar a piada mais hilariante de sempre e continuarem a parecer estupidamente chatas. Mas depois há outras que uma pessoa até tem quase a certeza de que ele podia estar a recitar-me a bíblia toda ao ouvido e eu ia continuar a ter orgasmos cerebrais múltiplos de cada vez que ele abrisse a boca. 

Balhamenoussassenhoura. Podemos apaixonar-nos por uma voz?

note to self

Já devia ter percebido que, uma vez que não tenho amigos normais, tenho de ter um carinho especial na escolha das palavras. E, definitivamente, dizer alguma coisa do tipo quanto tomo banho, fico com o cabelo meio encaracolado por baixo não é boa ideia.

Isto, senhores. Era a isto que me referia:


(e não, eu não sou tão cor de rosa quanto o meu pijama, culpem a webcam)

sorte também é isto

Dez minutos antes do intermédio, passaram-me imensas coisas para a calculadora mas avisaram-me logo que, por qualquer razão, a aplicação de física estava a dar erro, mas estava tudo bem porque tinha um trilião de coisas de química and so on.

Só saiu física. Boa, boa.

when i'm out with my friends and i see my crush


do 9gag

Lá calha assim.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

não me contes o fim

Um  dia tentas voltar mas já não encontras a chave debaixo do tapete - depressa acabarás por perceber que não foi distração minha e que também não a escondi atrás do vaso ao lado da caixa de correio. Todas as janelas estão fechadas, as portas trancadas. Entenderás, finalmente, que não há mais uma única frincha que te sirva de portal para entrares na minha vida; então, talvez te arrependas e tentes partir um vidro, talvez vires as costas e faças de conta que nunca tentaste - estou habituada às tuas inconstâncias e é um erro julgares-me certa. De mim, não te sei falar, mas acredita que consigo ser mais inconstante do que tu. Certamente, terei estado à tua espera mais tempo do que me permitiria admitir esperar, com o ar despreocupado de quem já pouco mais quer da vida, ainda que tudo em mim fossem saudades de um tempo mais feliz e ansiedade de voltar a ter um leve vislumbre dele. Mas um dia, terei desistido de vez. Um dia, ter-me-ei conformado com a ideia de que nunca terias coragem para voltar, nem eu para te procurar. Sorrirei. Estou certa hoje daquilo que espero nunca duvidar - vou estar sempre presente, mesmo que fuja, mesmo que fujas, mesmo que a vida nos arraste para outro lugar, mesmo que o mundo nos separe de vez. Estarei sempre presente - mas no dia em que decidires procurar-me, eu já mudei de casa.

dá-me vontade de rir

A inocência do gajo. Sério. Até me podia fazer impressão saber que agora, por qualquer motivo, a patrícia anda nas bocas do povinho circundante dele - mas não faz. Ou faz, mas nem é por mim. O que eu estou a adorar é vê-lo contente no meio daquela gente que o ajuda a atacar-me à descarada, enquanto o ataca a ele pelas costas. 

Serve-me de guilty pleasure, mas chego a ter pena. Nem um anormal daqueles merece acabar no meio de tanta víbora junta. Ainda para mais, cego e burro que só ele. Enfim.

é mentira da barata

Uma das maiores parvoíces em que as pessoas acreditam é a de que os olhos nunca mentem - mentem sim. Falo por mim, que faço o que quero dos meus e consigo mascará-los de mil olhares diferentes. Para mentir, as pessoas sempre arranjam uma maneira de o fazer na perfeição.

que ninguém nos ouça

Tenho intermédio de fq amanhã e a sensação de que a decisão mais sensata seria fingir uma caganeira descomunal e nem lá meter os pés, sob a pena de o stôr vir a propor a minha mudança de turma para uma do ensino especial. Sério. Lembro-me tanto da matéria de 10º ano quanto me lembro do meu batizado, e nem estudando a coisa lá vai. Isto é uma mistura de vietnamita, chinês e paquistanês na minha cabeça, valha-me deus.

transcende-me



Isto era para ser um blog sério, digno de ser mostrado ao mundo em horário nobre, mas tudo bem. Venham lá à procura de porno para aqui, é na boa.

relatos uma patrícia que bateu com a cabeça

Não quero parecer demasiado ansiosa pelo verão ou assim mas lembro-me de quando me falaram do sunset o ano passado eu quase ter mandado tudo com o caralho porque nada daquilo fazia o meu género, porque eu nem gostava da música e mimimi. Acabei por ir na mesma, e estranhamente, gostei tanto que ando estupidamente curiosa para saber se sempre é verdade que este ano vai haver outro na mesma praia.

Se me perguntarem o que me aconteceu nestes meses, juro que nem eu sei explicar. Não sei o que aconteceu ao bicho anti-social que se metia a ouvir metal para escapar ao mundo, mas agora quase que gosto de fazer o que as outras pessoas fazem e até estou a rezar para que o dito sunset se repita, ainda melhor, se possível.

O ano passado foi assim. Fingers crossed, e que o verão se despache.

redefinindo conceitos

Trabalho de equipa é arrastar a patrícia comigo para o laboratório quando eu for fazer análises; eu tiro sangue, ela desmaia.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

passados escritos, proscritos, acabados

Tinha uma letra horrível e colava os marcadores de páginas nas costas das mãos. Sorria quase com tanta frequência quanta andava no mundo da lua, tocava insistentemente na testa quando estava nervoso e era tão esquisito quanto eu - adorava-o. E mesmo agora, ainda adoro porque sei que, se fôssemos um puzzle, dificilmente haveria uma peça que se me encaixasse melhor do que ele. Com o tempo, habituei-me à ausência, ao desaconchego do silêncio - habituei-me, resignei-me, e já nem falo dele a ninguém. 

Foi das melhores pessoas que me cruzaram a vida e estou-lhe eternamente grata por isso, mas às vezes dava tudo só para o ter mais uma vez aqui, mais do que na minha memória, mais do que meia dúzia de recordações que, apesar de tudo, ainda me deixam de lágrimas nos olhos. Só precisava de mais cinco minutos de mundo certo, de palavras certas, de sentido, de sentimentos, de calma, de paz. Depois ele podia ir embora outra vez e eu juro que não o procurava mais.

Hoje, senti-lhe a falta.

vidas tristes

Honestamente, nunca achei muita piada aos meus olhos por serem pequenos e me deixarem algures entre o chinesa e o toupeira. Como se já não bastasse, desde que descobri que o eyeliner os faz parecer maiores, que decidi encarnar um panda também. Sou linda e maravilhosa, portanto.

Agora, no meio de toda a minha anormalidade, até a cor tinha de sair estranha. Já os tive pretos. Já os tive castanhos escuros. De repente, não sei muito bem desde quando, passei a tê-los castanhos, verdes ou cinzentos, dependendo do humor, do estado do tempo, da posição dos astros, eu sei lá. E isto parece sempre muito giro quando contado aos outros, mas eu não acho piada nenhuma - juro que é estupidamente frustrante. Por mais estranho que pareça, mudam de cor em coisa de segundos, dependendo do que a conversa ou os meus pensamentos me fazem sentir. Yup. Normalíssima. Felizmente, é raro alguém reparar - mas diz quem viu que é kinda assustador.

O drama começa quando eu, que sou a autora de uma lista interminável de coisas que detesto em mim, acabo por gostar de alguma cor. Como aquela vez em que ficaram cinzentos com uma parte alaranjada. Ou no sábado que ficaram completamente verdes, sem uma única pinta de castanho. Estavam bonitos, juro que estavam! Mas depois, tão depressa como ficaram com essa cor, ela desaparece que nem um peido ao vento e dificilmente os volto a ver iguais. A não ser, claro, que chore. Aí ficam - a não ser que esteja tão triste que eles decidam ficar pretos - verdes. Ironicamente, é quando gosto mais deles. 

Em último recurso, posso virar uma maria madalena do século xxi e andar por aí a passear de burka, feita panda a derreter por causa do eyeliner, mas de olhos verdes, ainda assim.

hoje

O fim do mundo começa no dia em que se compra um compal de pêssego que sabe a banana. Está certo.

miss nothing

Corre pela gare num ato desesperado; o comboio é só mais uma das coisas que ela perdeu. Senta-se no chão molhado, aperta as mangas demasiado compridas da camisola desbotada, crava as unhas na palma da mão. Com o nervosismo, nem dá pelo sangue a correr, nem dá pelas pequenas gotas vermelhas que agora mancham o cinzento do chão. Acende só mais um cigarro, morde só mais uma vez o lábio. O fumo desaparece-lhe à frente dos olhos, as pessoas não a veem, ou se a virem pensarão de certeza que ela é só mais uma dessas meninas da má vida que não interessam a ninguém. Ela nunca foi má, está só destroçada. Nada lhe faz sentido - só mais um cigarro, só mais um. Dizem os outros que é um vício, ela prefere chamar-lhe suicídio lento - quer essa morte dolorosa dos que se fartaram de viver mas não sabem se querem morrer. Ninguém olhou para ela, estava capaz de jurar que, foda-se, nem desconhecidos se perguntam se não precisará aquela miúda de uma mão para se levantar. Com a chuva, ninguém soube que ela chorou, ninguém sabe que ela continua a chorar. Há de acabar, com o tempo, por perceber que não lhe resta outra alternativa senão levantar-se e ir embora sozinha - ou saltar para a linha de uma vez. De outra forma nunca ninguém se importará.

pronto, aqui me confesso

Que me lembre, nunca fui de fanatismos nem coisa que o valha - bom, jared leto à parte que o homem pode ter idade para ser meu pai mas continua a parecer-me um objeto decorativo bastante interessante para o meu quarto -, mas assumo que agora, e apesar de nunca ter gostado por aí além dos the gift, acabei por me tornar fã da sónia tavares. 

Okay, não o tipo de fã que cola cartazes nas paredes do quarto, compra uma pulseirinha a dizer amo-te sónia e anda a correr portugal de lés a lés para lhe oferecer chouriços e vinho tinto em todos os concertos. É só, por assim dizer, daquelas famosas com quem eu simpatizo especialmente.

Além de ter uma voz incrível, é daquelas personalidades em quem eu me revejo - pronta a disparar em todas as direções, mas passível de ser desarmada em menos de nada. Adorei isso nela. Sério. Isso e a forma como os olhos dela brilhavam de cada vez que algum dos dela cantava. Mas o que eu gosto mais é da forma como ela me continua a parecer perfeita apesar de se afastar de todos os estereótipos de beleza; ela não é a cantorazinha top model que vende mais discos por ter mamas plastificadas do que pela voz - não, ela canta bem pra caralho e é gordinha, que é. 

Gordinha, mas tem um ar de boneca irreverente que eu lhe invejo, mais bonita do que muitos esqueletos com mamas que andam por aí.

 E o cabelo. Senhores, como eu amo aquele cabelo.

só isso

Adoro quando as pessoas - neste caso, os meus pais - acham que eu vou ser capaz de identificar as pessoas pela marca do carro. Do género ah, conheces o firmino? aquele que tem um saxo verde? antes tinha um fiat punto amarelo mas trocou porque... não, gente, não sei. Com um bocado de sorte, deixo o meu num parque e passado um bocado já nem me lembro de qual é o meu, quanto mais o dos outros.

tanto tempo depois, ouvi-a e encaixou perfeitamente

hei de te amar, ou então hei de chorar por ti
mas quero ver-te sorrir
e se perder vou tentar esquecer-te de vez. conto até três, se quiser ser feliz.

Vai em minúsculas. Hoje não me apetece fazer melhor.

#chateada

Porque é que eu acho que este berg se vai tornar assim beeeem insuportável, ao nível do tony carreira?
Daqui a um mês está a participar no somos portugal. Ora foda-se. Mariana ftw!

domingo, 9 de fevereiro de 2014

nunca disse

Para que conste, à hora que isto foi agendado a luz ainda só tinha falhado uma vez e eu estava a rezar para que tudo corresse bem até à noite e eu conseguir ver a final do fator x - mas é só para deixar claro que a mariana é absolutamente incrível, o berg canta muito mas não me convence e se ganhar o d8 eu nunca mais vejo televisão. É só.

to do list

Começar o fim pelo início.

idek

Perdi mais tempo do que me orgulharia de admitir a tentar perceber se me arrependo ou não do que fiz - e percebi que sim, que me arrependo muito, mas que o faria outra vez. 

está mau e dizem que ainda vai piorar

Eu sei que disse que adoro tempestades, mas isto começa a ser de mais. Levem lá a chuva para outro lado e, sobretudo, não voltem a ameaçar o meu distrito da probabilidade de ocorrência de tornados - um dia disse que o vento me assustava and guess what? Não estava a gozar.

A ver vamos se a luz não se vai e se a internet não me foge. A ver vamos.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

não lhe bastava ser gira, ainda tinha de cantar bem


Well it can never be easy 
They say that it takes time 
To forget you don’t need me 
Now you’re probably just fine

fazer-me chorar em menos de 3 minutos - guia prático




The first time I saw her...
Everything in my head went quiet. [...]
But when I saw her, the only thing I could think about was the hairpin curve of her lips..
Or the eyelash on her cheek—
the eyelash on her cheek—
the eyelash on her cheek.
I knew I had to talk to her.
I asked her out six times in thirty seconds.
She said yes after the third one, but none of them felt right, so I had to keep going.
On our first date, I spent more time organizing my meal by color than I did eating it, or fucking talking to her...
But she loved it.
She loved that I had to kiss her goodbye sixteen times or twenty-four times if it was Wednesday.
She loved that it took me forever to walk home because there are lots of cracks on our sidewalk.
When we moved in together, she said she felt safe, like no one would ever rob us because I definitely locked the door eighteen times. [...]
Some mornings I’d start kissing her goodbye but she’d just leave cause I was
just making her late for work...
When I stopped in front of a crack in the sidewalk, she just kept walking...
When she said she loved me her mouth was a straight line.
She told me that I was taking up too much of her time.
Last week she started sleeping at her mother’s place.
She told me that she shouldn’t have let me get so attached to her; that this whole thing was a mistake, but...
How can it be a mistake that I don’t have to wash my hands after I touched her?
Love is not a mistake, and it’s killing me that she can run away from this and I just can’t.
I can’t – I can’t go out and find someone new because I always think of her.
Usually, when I obsess over things, I see germs sneaking into my skin.
I see myself crushed by an endless succession of cars...
And she was the first beautiful thing I ever got stuck on. [...]
Now, I just think about who else is kissing her.
I can’t breathe because he only kisses her once — he doesn’t care if it’s perfect!
I want her back so bad...
I leave the door unlocked.
I leave the lights on.

mensagens que não vou enviar

O problema de eu gostar tanto das palavras é que aprendi, demasiado depressa, a fazer o que quero delas. Percebi que consigo usá-las para causar mais feridas do que qualquer outro objeto, e não consigo largar esse vício. Lamento - sempre me assumi cabra, sempre disse que tinha mau feitio. Quando estou chateada, digo o que penso e esqueço o que sinto - o que faz com que nem sempre aquilo que eu digo seja tão verdade assim. Às vezes preciso de sentir que consigo causar nos outros a mesma dor que sinto sempre.

Desculpa, mas às vezes quero arrastar-te para o mesmo sítio onde teimas em deixar-me. E, desculpa outra vez, agrada-me sempre ver que consigo.

about a guy

Ou é um grande ator, ou é um grande covarde. Em qualquer das hipóteses, lamento-lhe a triste existência. E a triste insistência também. Bah, pessoas.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

pobres e mal agradecida

Eu sei que farto de dizer que sou distraída a conduzir e tudo mais, mas eu juro que não sou assim tão má, que não sou. Mas hoje andei, pela primeira vez, sozinha com a minha prima - e ela lembrou-se de dizer ahh, que nossa senhora nos acompanhe no caminho!

Amuei.
A sério que acham que têm de se meter a rezar o terço de cada vez que eu conduzo?

proporcionalidade direta

Quanto mais convencido ele está de que eu gosto dele, mais insuportável me parece.

geologia para totós

Sabem o que quero dizer com os «os minerais são naturais»? Não são frescos! Como quando vamos a um café e pedimos uma água. Ou é fresca ou natural.
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um mês e meio depois

Voltar à aeróbica em modo hard hoje. Não me mexer durante a próxima semana. Àmen.

reflexões de uma mente perturbada

Ainda gostava de perceber como é que alguém tem paciência para livros de auto-ajuda - um dia aconselharam-me um, mas não devo ter conseguido chegar à página 10 sequer. Começou a enervar-me, e olhem que eu adoro ler. Aquilo não funcionava para mim.

É inconcebível ter alguém a dizer-me o que devo fazer, como me devo comportar, perante esta e aquela situação, como se tudo o que nos acontece na vida estivesse predefinido e fosse igual para todos, passível de se tornar regra e se escrever um livro de instruções. Deixem-se de merdas. Se nem eu sei da minha vida, certamente não serão vocês que terão as respostas às minhas dúvidas. Nem vocês, nem um livro qualquer de cento e cinquenta páginas a dizer-me que tenho de me amar and so on.

Pelo amor de deus, façam o que quiserem. Não se prendam pelos outros, não andem feitos cegos a tatear a escuridão segundo as instruções daqueles que veem, ou que dizem que veem. À partida, vocês também foram dotados de alguma consciência e racionalidade e, posso garantir-vos, ninguém sabe da vossa vida melhor do que vocês. 

Aprendam a não se contrariar - ninguém vos vai agradecer por passarem a tarde a aturar uma velha com a casa a cheirar a couves e a gatos, em vez de terem saído com os amigos. Ou talvez agradeçam, mas não vos vão restituir o tempo que perderam a desejar que as horas avançassem mais depressa. As perdas de tempo existem. Sentiram? Acabaram de perder mais dois segundos. Dois segundos que nunca, de jeito algum, conseguirão recuperar. E com isto perderam mais quatro ou cinco, e a contagem não pára. Não somos eternos; se querem ir, vão. Se querem falar, falem. Não se deixem paralisar pelo medo, não se deixem paralisar pelos outros - eles não estão tão interessados assim nas vossas vidas, prometo. As pessoas são estúpidas e, eventualmente, vão deixar de vos falar. Um dia cruzam-se no talho e desviam o olhar, como se no passado não tivessem partilhado alguns dos melhores momentos das vossas vidas. Não se importem com elas. Elas batem com a porta a qualquer momento. Não deixem que isso vos deixe perdidos - vocês existem além de quem quer que seja. Podem decidir sozinhos, podem ir sozinhos, podem fazer sozinhos. Façam o que querem, façam o que vos apetecer. A principal razão para existirem pessoas estranhas, é o facto de as outras viverem em rebanho - tudo tão controlado, tudo tão igual. Não pensam que a ovelha que se perde pode até encontrar um caminho melhor.

Não vos vai ser reservado um quartinho no céu, com vista para o mar, só porque passaram a vida a fazer o politicamente correto. Há erros que valem muito a pena - outros que se pagam em prestações para o resto da vida, mas é um risco. Um risco que, a meu ver, vale a pena correr. Ninguém sabe de nada, ninguém sabe como viver, não acreditem em quem vos diz que sim. Vão por vocês próprios - não ensaiem, vão de improviso. Pode ser que corra bem.

ponto final

O truque é não pensar, não planear. 
Contar até três e explodir. Acredito que possa acabar muito mal, mas estou certa de que em vou sentir mais livre do que nunca. 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

dilemas

Se o futuro não me reservar uma cadeia de sanitas para limpar e polir, enfermagem é uma opção. Aliás, enfermagem é a opção mais viável, uma vez que a área da saúde sempre me fascinou - e sim, eu sei que jornalismo e enfermagem não têm nada a ver, mas que querem que vos faça?

O problema é que, tal como já por aqui disse, nunca quis pensar muito no assunto, pelo menos por enquanto, porque tenho tempo de decidir o que quero fazer quando chegar a hora certa e não agora, quando ainda há tanta coisa em jogo. Talvez por isso, acho que ainda não tinha tomado consciência do que significaria ser enfermeira. 

Cheguei à conclusão que sou demasiado sensível. Sério. Se fosse parar às urgências e me aparecesse alguém à frente com um olho ao pendurão e o fígado no bolso, eu seria a primeira a desmaiar. Aliás, eu faço-me de forte, mas acho que se me aparecessem com um corte mais ou menos profundo ou uma ferida ensanguentada, eu me enrolaria num canto a chorar, enquanto informava o paciente de que ia morrer porque lhe caiu uma unha. 

*espetando a caneta na carótida*

Acho que ainda não houve um único dia em que eu não me tenha perguntado que raio de força maligna me arrastou para ciências mas, verdade seja dita, agora já pouco importa o que me fez entrar; a grande questão é: como é que eu vou sair?

Não gosto disto. Perdão, gosto. Gosto mas não tenho jeito - se a matemática é má, a física e química consegue ser pior ainda. O melhor mesmo é que, se do 11º sei pouco, do 10º é como se nunca lá tivesse estado sequer. Eu não podia ter ido para humanidades e entrado em jornalismo? Podia. Mas sou teimosa - não ouvi a minha mãe que sempre me disse que a minha praia eram as letras. Bota pra ciências, ciências é que tem saída. Vou acabar a limpar sanitas.

sempre.

Por mais estranha que isso me faça parecer, hoje fiquei com vontade de reler os livros do harry potter outra vez. Isto é awesome tendo em conta que são SÓ sete livros e acabei a second round há pouco mais de um mês. Tudo bem, eu já me habituei a ser um bicho estranho sem vida social e tudo. Bah.

irrita-me

Acho que posso viver mil anos, e vou continuar a não conseguir compreender a necessidade que as pessoas sentem de mentir - de fazer os assuntos vir à baila só para inventarem uma história. Não entendo.

Não suporto isso. Perdoo quase tudo, mas dificilmente volto a confiar em quem me mentiu - se não querem contar, não contem. Estou-me a cagar para as vossas vidas e para o que vocês fazem quando eu não estou a ver. Pouco me importa se ficam em casa a ver o portugal em festa ou se andam a vender o cu para comprar tabaco - mas não mintam. Não querem que se saiba? Na paz, eu também não quero saber. Mas não mintam, não neguem o evidente. Não inventem.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

a humilhar-me desde sempre

A propósito do post anterior - eu sei cozinhar. Faço arroz e junto-lhe atum, ou faço massa e junto-lhe atum - sou pro. Ok, não. Eu sei mesmo cozinhar, a sério que sim. Não o faço muitas vezes, é certo, mas desenrasco-me bem na cozinha. Depois, sempre que estou triste ou chateada, apetece-me meter-me a fazer bolos e doces, que acabo por não chegar a comer exatamente por estar triste ou chateada. Manias. 

Ora, há uns meses, num desses momentos, meti na cabeça que queria fazer cupcakes, mas queria ser toda despachada; vai de comprar formas de silicone e espetar com aquilo tudo no microondas, a ver no que dá. O resultado foi tão desastroso, que não quis voltar a tentar nada que me parecesse duvidoso. Até há umas duas ou três semanas atrás.

Uma amiga minha deu-me uma receita - é, bem que podia estar a falar de lantejoulas e sapatos de verniz, mas lontra que é lontra fala é de comida! -, simples que só ela, que acabava, mais uma vez, com o bolo no microondas. Fiquei de pé atrás, mas enfim, já ia sendo tempo de ultrapassar o trauma do verão. A receita dizia para o deixar entre 7 a 10 minutos a cozer, mas a tal amiga disse que 10 minutos já era de mais. 

O problema é que a receita não falava em potência nem nada que o valha, e eu não consigo fazer nada sem me explicarem bem. Desculpem, não consigo. Espetei com o bolo, mais uma vez numa forma de silicone, para dentro do microondas e fiquei a rezar o terço do lado de fora. Fui parando, para o picar. Parecia-me sempre cru. Contas bem feitas, tive o desgraçado do pseudo-bolo uns 15 minutos exposto à radiação, até que o tirei.

Não tirei fotos, não contei a ninguém. Só a gente desta casa sabe como aquilo era - não tinha conseguido um bolo; consegui uma bolacha, XXL, dura como os cornos. Não fosse a minha avó uma excelente pessoa, capaz de comer todas as minhas desgraças culinárias só para não me ver magoada, e aquilo tinha dado um bom disco para atirar ao cão. Acabaram-se as brincadeiras com o microondas, pronto.

ao menos sou sincera

Gosto tanto de viver a vida no limite que, se a minha mãe me pediu que fizesse o jantar para as oito e meia, é mais do que óbvio que eu só vou começar às oito e vinte e nove. Depois fico muito espantada por ela ficar toda fodida da vida comigo, pois claro.

na margem

Um funcionário da secretaria da escola foi dizer à patrícia que costumava reparar em nós porque temos uma amizade muito bonita, o que é cada vez mais raro, e até fica mais bem disposto só de nos ver juntas.

Ri-me, mas achei fofinho. Diz que sim. Posso não ser a amiga mais fofinha, mas ela sabe que isto já é mais sério do que casamento, e que eu, a tia solteirona que aparece com os bolinhos da dancake ao domigo, vou dormir entre ela e o futuro marido dela, com os meus gatos todo à volta, de cada vez que me sentir frustrada com a vida e precisar de passar a noite  os escassos minutos que ela aguenta acordada a falar com ela. E ai do homem que me tente tirar da cama - seja ele quem for, eu cheguei primeiro.

Okay, not gonna happen, mas isto foi foficoiso. Voltemos à emissão normal.

é fácil não gostar de mim

Eu já não sou muito normal, que não sou, mas é certo e sabido que, sempre que estiver na presença de pessoas que me deixem pouco à vontade, me vou lembrar de dizer as coisas mais estúpidas e passar a movimentar-me como se tivesse uma atrofia muscular. E depois fico com vontade de me esbofetear, a ver se aprendo a ser menos retardada.

Sou portadora de um atraso mental, mas não tenho piolhos e lavo os dentes todos os dias. A sério. Lemme love ya.

sem palavras semi-gritadas

[não têm havido dois dias iguais, mas também não lhes consigo encontrar diferenças. o tempo, esse passa-me lento e doloroso, quase me mata de tédio, quase me mata de susto, não sei. é quase tão instável quanto eu e o meu humor intragável. a ver vamos no que dá. esta é outra das mentiras que conto a mim mesma - a ver se me convenço de que estou descansada, de que nada me abala, de que as coisas se resolvem. conheço-lhe já a resposta - o acaso não resolve nada por mim. é deixar-me ir, ou deixar de ir, ir. somam-se horas, somam-se dias, somam-se dúvidas. nada sei de mim, nada sei dele, o nós não existe. somos dois estranhos. somos os dois estranhos. onde vamos? onde nos levarem. onde a estrada for ter. tenho tentado não me desviar da rota, mas às vezes o pé falha-lhe, escorrego, quase quase que caio, equilibro-me no último momento e continuo a andar, ainda a pensar que foi por pouco desta vez. ainda a perguntar-me se não seria melhor cair de vez para ganhar coragem para voltar atrás. depois lá me convenço de que voltar atrás é demasiado fácil, é preciso coragem é para seguir em frente. não fosse a teimosia e talvez ficasse aqui para sempre porque os caminhos me parecem sinuosos em qualquer das hipóteses. este não é um vale encantado, o sítio onde estou agora. tenho medo muitas vezes, odeio-me quase sempre. quero sair disto. párem lá o carrocel agora que eu quero sair um bocadinho - depois volto porque não sei fugir assim. preciso de ir até ao fim, dê no que der. mesmo que seja fatal.]

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

e eu até vos perdoo por não comentarem


Obrigada por voltarem, mesmo sabendo que a dona do antro não é queridinha e simpática, não se faz de interessada nas vossas vidas, não vos oferece produtos da oriflame nem sorteia presuntos. Obrigada por voltarem mesmo sabendo que eu raramente retribuo visitas, e que só comento quando o rei faz anos. Por mais que eu o negue, isto não faria metade do sentido sem vocês desse lado.

Eu sou um osso duro de roer. Obrigada por tentarem. 

nua e crua

O mal de muita gente é continuar armada em madre teresa de calcutá e pensar que ainda pode salvar toda a gente. Não se iludam - há pessoas que mudam mesmo, mas não são tantas assim que valha a pena generalizar. Não se torçam pela primeira pessoa que vos mostra uma lágrima, não cedam à primeira história dramática, não se tornem pais e mães de quem acabaram de conhecer.

Desculpem - chamem-lhe egoísmo, chamem-lhe instinto de sobrevivência, tanto me faz - mas eu não movo mundos e fundos por alguém que amanhã nem se vai lembrar do meu nome. Ajudar os outros é bonito, mas é legítimo esperar que nos ajudem a nós também. É legítimo não gostar de sacrificar-se em prol de quem não moveria uma palha para nos tirar da lama. Tanto me faz. Se não quiserem, não me falem, não me ajudem - mas não venham ter comigo só para pedir conselhos, ou o único conselho possível é o de que procurem o caminho mais curto para o caralho.

por causa do puto conas

Lembrei-me ontem de ter ouvido, já há uns 2 anos, uma gaja a dizer à amiga:

- ai, eu ando tão burra! no outro dia, liguei à minha mãe a perguntar se gosto de pêras.

Ainda me divirto a imaginar a miúda a ligar à mãe a perguntar se gosta de tomates, mas tudo bem, porque depois é a patrícia que é croma, é a patrícia que é isto e aquilo. 

e a patrícia irrita-se

Nunca suportei putos conas, daqueles bem insuportáveis de tanto mimo. Há, por exemplo, um que costuma ir no mesmo autocarro que eu, e que, apesar de ter de andar praticamente tanto quanto eu ando para ir para o autocarro, parece incapaz de o fazer sem aquele apêndice que é a avózinha dele.

Sério. Ele só tem de atravessar a estrada. Ainda assim, e mesmo naqueles dias em que não está a cair mais do que aquela chuva molha parvos, a velha insiste em ir levar a criatura desde a porta de casa até à do autocarro debaixo do chapéu. Pouco lhe importa se, enquanto ela entope a entrada, nós apanhamos chuva ou não, ou se entretanto nos espeta a vareta do chapéu no olho e nos deixa vesgos; o que lhe interessa é que o imaculado corpo do netinho não tenha apanhado uma única gota de chuva.

sou deprimente

É certo que eu nunca fui muito dada a coisas de gajas e que só abuso no eyeliner desde que descobri que faz com que os meus olhos pareçam maiores e mais profundos, o que, vá, sempre me pareceu boa ideia porque uma pessoa até se ambienta à ideia de ser feia, mas pelo menos os olhos de toupeira há como evitar. Agora, o que eu invejo mesmo são aquelas gajas que parecem bonecas com batom, porque depois existo eu que consigo, no máximo, parecer a belle dominique de cada vez que me maquilho, que é para nem me comparar às velhas, já de encarquilhadas, que espetam com o batom vermelho na beiça aos domingos, antes para ir à missa.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

numimbejem

A prova de que achamos sempre que os outros são todos mais felizes do que nós é que já me disseram várias vezes que gostavam de ter a minha personalidade, o meu humor, a minha maneira de pensar. Alforrecas, isto pode ser um choque para vocês, mas a minha vida é mesmo tão merdosa quanto eu faço crer, eu sou mesmo tão croma e desastrada quanto aqui vos conto, e a minha vida não é melhor do que a vossa só porque eu gosto de gozar com ela. 

Riam-se de tudo. Não resolve nada, mas ao menos parecem uns retardados felizes!

lamento

Nunca gosto de ser a primeira a meter conversa, seja com quem for - não por falta de vontade de falar, mas porque assim sei que não estou a incomodar. Acho que tenho uma paranóia à volta da ideia de estar sempre a ser chata. Odeio isso. E então se tiver de ligar a alguém, é o drama, o horror, a tragédia.

Tipo aquela vez em que uma amiga, que eu não via, nem vejo, há séculos me ligou. Na altura não podia falar, e disse-lhe que lhe ligava depois de jantar.
Passou um ano e nunca mais lhe liguei.